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Monólogo “Córtex” se desvia dos clichês de uma história de amor

Diretor ávido por soluções distantes do óbvio, Nelson Baskerville assina uma encenação de personalidade marcante

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 16h51 - Publicado em 28 set 2012, 01h00

Desde os primórdios da dramaturgia, já foram criadas diferentes formas de perpetuar as histórias de amor. Dos finais convencionais até os mais infelizes, os autores esforçam-se para reinventar a fantasia tentando manter o pé na realidade. Escrito pelo paulistano Franz Keppler, o monólogo dramático Córtex encaixa-se na linha trágica. Aborda as situações no limite entre a razão e a emoção e como um relacionamento pode se manter vivo apesar de imprevistos aterradores.

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Otávio Martins interpreta um sujeito recém-casado que leva uma rasteira do destino. Sua mulher, de 30 anos, sofreu um AVC e passou a vegetar sobre uma cama. Entre a abnegação e o inconformismo, ele se dedica à amada sem deixar de pensar na impossibilidade de ser feliz. O misterioso desaparecimento dela aumenta o clima de perplexidade. E pior: depois de prestar queixa em uma delegacia, o marido se envolve em contradições que o apontam como suspeito.

Diretor ávido por soluções distantes do óbvio, Nelson Baskerville assina uma encenação de personalidade tão marcante quanto a presença de Otávio Martins no palco. Uma parte complementar da história é projetada em vídeo e atravessa a montagem. Algumas vezes o recurso aparece fundido com legendas e fragmentos de textos junto com as falas do protagonista. Em um esforço louvável (e talvez intuitivo), Martins alia a técnica a uma carga orgânica para se sobrepor aos excessivos efeitos cênicos. Essa angústia o aproxima do personagem e o faz abraçar energicamente o desconforto em nome de um resultado incomum. Keppler, Baskerville e Martins desviam-se dos clichês na ânsia de surpreender e, passada a sensação incômoda, levam o espectador a entender suas escolhas.

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