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“Busco justiça pelo atropelamento do meu noivo”

Danielle Santos conta sua história de amor com Ricardo Freitas, que morreu arremessado de viaduto no Brás

Por Danielle Santos, em depoimento a Fernanda Campos Almeida
Atualizado em 19 nov 2021, 12h00 - Publicado em 19 nov 2021, 06h00

“Ricardo era brincalhão. Tinha o poder de alegrar quem estivesse triste e sempre estava disposto a ajudar. Esses foram uns dos motivos que me fizeram me apaixonar por ele depois de nos conhecermos no Orkut por meio de amigos em comum.

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No início do nosso namoro, eu passava por um momento difícil. Minha mãe tratava um câncer de mama. A doença se espalhou para o cérebro e ela acabou falecendo. Ricardo me dava suporte emocional quando eu a levava a consultas médicas e tratamentos. Ele estava sempre presente e preocupado e considerava minha mãe como a dele também.

Nós queríamos seguir todas as etapas de uma relação tradicional. Depois de três anos de namoro, ele pediu ao meu pai minha mão em casamento. Fizemos uma comemoração de noivado em família e pretendíamos nos casar na data em que começamos a namorar, em fevereiro de 2022.

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Depois que me formei na faculdade, compramos um apartamento ainda na planta. Era nosso sonho morar juntos em uma casa própria. Nós pegamos a chave do imóvel em setembro deste ano. Colocamos o piso, pintamos as paredes, planejamos os móveis e instalamos o básico em eletrodomésticos. No começo deste mês, passamos a ficar no apartamento e resolvemos nos mudar de vez. Planejava um ‘chá-rifa’ de casa nova com os amigos e as lembrancinhas estavam prontas.

Um casal, a mulher de vestido vermelho e o homem de terno preto, posam em frente a uma parede branca toda iluminada com pequenas luzes.
Danielle, 28, e Ricardo, 27. (Arquivo Pessoal/Divulgação)

No dia 5 de novembro, durante o intervalo de almoço no trabalho, Ricardo me enviou uma mensagem dizendo que passaria na casa da mãe dele para buscar alguns pertences. Eu respondi em tom de brincadeira que ele deveria voltar logo porque eu não gostava de ficar sozinha.

Esperava encontrá-lo em casa depois do expediente. Quando ele caminhava pelo Viaduto do Gasômetro, no Brás, um carro desgovernado o atropelou e o arremessou para fora, junto com uma mureta de concreto.

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A última mensagem que o Ricardo me mandou foi às 12h15. Ele me perguntou se poderia mandar um áudio. Eu disse que sim, mas depois parou de me responder. Eu ligava, mas caía na caixa postal. Pensei que tivesse acabado a bateria do celular.

Por volta das 18 horas, alguém com um número desconhecido me ligou dizendo que o Ricardo havia sofrido um acidente e estava em estado grave no hospital, mas que não tinha mais informações.

Eu me encontrei com a mãe dele e começamos uma busca pelos hospitais. Contatei o Corpo de Bombeiros e afirmaram que haviam atendido a uma ocorrência no Brás e levado um rapaz para a Santa Casa, em Santa Cecília. Eu ainda não sabia o que tinha acontecido. Chegando lá, os médicos apenas sabiam que tinha sido um acidente.

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Meu noivo caiu de uma altura de 15 metros e chegou ao hospital já morto. Ele tinha muito medo de altura e me dói pensar que sofreu muito nos últimos minutos de vida. Eu não tinha forças para ir até o IML fazer o reconhecimento do corpo. Meu irmão foi no meu lugar. Só vi Ricardo pela última vez já no velório.

A tragédia apareceu na TV e eu acabei assistindo sem querer. A polícia explicou que o motorista estava desorientado e não era capaz de explicar o que havia acontecido. Foram encontradas várias garrafas e latas de bebidas alcoólicas no porta-malas e o teste do bafômetro confirmou a embriaguez. Ele foi preso em flagrante, mas solto após a audiência de custódia.

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Nada vai trazer o Ricardo de volta, mas a única coisa que eu quero é que o motorista pague na Justiça pelo que fez. As pessoas têm de aprender a parar de dirigir alcoolizadas.”

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Publicado em VEJA São Paulo de 24 de novembro de 2021, edição nº 2765

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