Jards Macalé comemora 70 anos com show gratuito no Ibirapuera

Cantor e compositor carioca repassa pérolas de sua carreira ao lado da banda Let´s Play That

Por Mayra Maldjian
Atualizado em 5 dez 2016, 16h14 - Publicado em 10 mar 2013, 17h26

Jards Macalé assina trabalhos preciosos da música popular brasileira. São dele, por exemplo, os arranjos e a direção artística de Transa (1972), obra-prima de Caetano Veloso registrada durante seu exílio em Londres. “Triste Bahia é minha preferida”, comenta. “Ela tem uma forma linda.”

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Daquele encontro, conta, também saiu a parceria inédita “Falou”. Esquecida até então, a canção entra para o repertório do músico carioca neste domingo (10), no Auditório Ibirapuera. Gratuito, o show celebra seu aniversário de 70 anos. “Caetano me deu duas letras para musicar. Uma não consegui fazer. Ele fez, Bethânia gravou e Esse Cara fez um sucesso danado”, lembra.

Carioca do bairro da Tijuca, o músico acrescentou à sua formação erudita elementos do samba, do jazz, da bossa nova, e mais tarde, do rock e da psicodelia. É autor também de Vapor Barato, em parceria com Waly Salomão e eternizada na voz de Gal Costa. “Waly foi preso em São Paulo. Quando saiu do Carandiru, apareceu lá em casa, em Botafogo, com a letra de Vapor Barato. Comecei a musicar e ficou pronta em 20 minutos. Waly estava dirigindo Gal em shows e incluiu o Vapor no repertório. Gal cantou e arrebentou.”

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A obra de Macalé dialoga também com outras formas de arte, como o cinema e o teatro. Ele fez trilhas para filmes como Getúlio Vargas, de Ana Carolina, Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade, Amuleto de Ogum e Tenda dos Milagres, de Nelson Pereira dos Santos, e para o teatro –ele musicou versos para a peça Os Sertões, de Zé Celso.

Ousado e criativo, Macalé formou uma banda, a Let´s Play That, com os jovens músicos Pedro Dantas (baixo), Ricardo Rito (teclado), Victor Gottardi (guitarra), Thomas Harres (bateria), Leandro Joaquim (trompete) e Thiago Queiroz (sopros), para acompanha-lo nos palcos. “Trocamos informações. Quero ouvir o que eles estão ouvindo. São músicos. Bons músicos. E me atualizam no ofício de ser músico.”

Vanguardista, está contente com o reconhecimento da nova geração, tanto de público quanto de artistas, que comemora o relançamento do primeiro compacto do artista, Só Morto (Burning Night), de 1970, e da estreia do documentário Jards, de Eryk Rocha, que será exibido antes do show. “Enfim, estão me ouvindo. Antes tarde do que nunca.”

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Das novas safras de artistas, ele cita de Thais Gulin e Ava Rocha, convidadas do disco “Jards” (2011), e a amiga Adriana Calcanhoto. “Em São Paulo, tem a Alice Ruiz, as Orquídeas do Brasil, banda de moças que trabalhavam com Itamar Assumpção”, completa. “Tem uma geração de músicos e intérpretes que estão submersos, que não se ouvem no rádio ou na TV. No entanto são de ótima qualidade e estão em ação.”

Entre suas grandes referências está Nelson Cavaquinho, o qual homenageou no show A História do Bem e do Mal, realizado na última quinta (7), no Rio. “Nelson é um gênio. Com aquela voz rouca, o violão extraordinário; um melodista, um poeta extraordinário. Para mim é o que existe de melhor na música brasileira.”

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