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Fernando de Noronha: dicas para uma viagem ao paraíso

Os melhores passeios, hotéis e restaurantes da ilha que está entre os destinos turísticos mais desejados do país

Por Mônica Santos*
Atualizado em 1 jun 2017, 16h49 - Publicado em 3 jun 2015, 21h41

Tão logo alguém anuncia seu próximo destino de férias, chovem as dicas dos amigos. Em geral, são recomendações preciosas, que merecem ser anotadas. Mas no caso de Fernando de Noronha, a mais valiosa talvez seja a de reservar uma poltrona junto à janela do lado esquerdo do avião. Nos minutos que antecedem o pouso, enquanto a aeronave se posiciona em direção à pequena pista do aeroporto, a vista a partir da janelinha não deixará dúvidas: você realmente está chegando a um lugar paradisíaco.

O arquipélago de Fernando de Noronha é formado por 21 ilhas, ilhotas e rochedos de origem vulcânica, mas apenas a maior delas é aberta à visitação. Ao redor desses 17 quilômetros quadrados, usados como locação para o filme Sangue Azul, estão as praias mais bonitas do Brasil. Elas se dividem entre o Mar de Dentro, que são as que dão para o continente e têm coloração entre o azul-turquesa e o verde-esmeralda, e as do Mar de Fora, com águas de um azul mais intenso e impressionante.

O número de pessoas por lá é controlado: entre nativos e gente que trabalha com turismo, vivem na ilha cerca de 3 000 pessoas e o número máximo de turistas que podem pernoitar é de 700. Isso torna o destino ainda mais exclusivo e bastante procurado por empresários, atores e celebridades em busca de sossego e, principalmente, casais.

Cinco dias são suficientes para explorar toda a ilha, mas se puder ficar mais, não pense duas vezes. Vale a pena se organizar para fazer os principais passeios, todos imperdíveis mesmo. Isso inclui dedicar um dia à Praia do Sancho, passear de barco até a Baía dos Golfinhos, explorar a rica vida marinha da Praia do Sueste com o snorkel, mergulhar, fazer trilha e, claro, ver o dia passar apenas admirando a vista. Como se trata de uma área de preservação ambiental, as barracas e guarda-sóis na areia são proibidos na maior parte da ilha. Ainda assim é possível encontrar estrutura em algumas praias do Mar de Dentro, como a da Conceição e a do Meio – esta última tem um bar com agradáveis tendas.  

Os dias são longos e a noite costuma terminar cedo para a maior parte dos turistas. Antes do jantar, vale conferir as palestras do Projeto Tamar, sempre às 20 horas. Para os mais animados, há o bar da Praia do Cachorro, que conta com apresentações musicais (em geral, forró) a partir das 23 horas.

Antes de emitir a passagem, porém, convém preparar o bolso. O frete para trazer as coisas do continente faz tudo na ilha ser mais caro. A gasolina, a mais cara do Brasil, sai a 5,50 reais o litro e não há como escapar disso se o turista quiser explorar Noronha de bugue. Os preços de hospedagem, passeio e alimentação também são mais altos quando comparados a outros destinos de praia no Brasil e existem ainda duas taxas que ajudam a engordar a conta: a de Preservação Ambiental, que é cobrada por dia de permanência e pode ser paga antecipadamente aqui e a de acesso à área do Parque Marinho (81 reais para brasileiros e 162 reais para estrangeiros), paga uma única vez.

+ Confira opções de hospedagem em Fernando de Noronha

O que fazer

Ilha tour – É ideal para quem tem pouco tempo ou quer se localizar e entender a ilha antes de alugar um bugue e explorá-la sem guia. O passeio dura oito horas, é realizado em um veículo 4×4 e percorre as principais praias do mar aberto. Na do Leão, a parada é rápida, apenas para tirar foto. A seguir, vem o mergulho na Praia do Sueste – é lá que você, munido de snorkel, colete e pé de pato, nada com tartarugas, arraias, moreias, polvos e muitos, mas muitos cardumes de peixe. Encontrar pequenos tubarões também é comum. Depois vem a Praia do Sancho. Há tempo de sobra para fazer a trilha e tirar fotos lá do alto. Quem tem pique de sobra, vai até a areia: depois de descer duas escadinhas de ferro penduradas na pedra (uma com quinze e outra com vinte degraus) é necessário vencer a escadaria íngreme, de pedra, que tem 150 degraus. Avalie o fôlego antes de descer, pois o caminho de volta é o mesmo. E vale a pena o esforço? Vale muito! A praia é incrível e, dependendo da época do ano, brinda os visitantes com duas deliciosas cachoeiras de água doce. Há paradas ainda na praia Cacimba do Padre, onde é possível pegar sol e há dois lugares para almoçar e no Forte do Boldró, para ver o pôr do sol. A partir de 120 reais por pessoa. Quem leva: Atalaia (81-3619-1991) e Costa Blue (81-3619-0007).

Passeio de barco para ver os Golfinhos – Feito pela manhã ou à tarde, o tour de quatro horas percorre o Mar de Dentro, do porto até a Ponta da Sapata. No meio do caminho está a Baía dos Golfinhos – os animais, como estratégia de proteção do restante do grupo, chegam bem pertinho do barco e, vez ou outra, fazem piruetas. Na volta, o barco para por cerca de meia hora para mergulho na Praia do Sancho. Dica: para ver mais golfinhos, prefira ir no período da manhã. Custa a partir de 110 reais. Quem leva: Atalaia (81-3619-1991) e Costa Blue (81-3619-0007).

Batismo de mergulho – O grupo recebe instruções na embarcação e cada pessoa mergulha na companhia de um instrutor. O mergulho propriamente dito dura 30 minutos, mas é preciso reservar meio período para a atividade que custa 455 reais por pessoa. Quem leva: Atalaia (3619-1991) e Costa Blue (81-3619-0007).

Passeio de barco no fim de tarde com prancha submarina – Embarcar no passeio é outro jeito de curtir ainda mais o mar de Noronha. Na primeira parte, os turistas se revezam na prancha submarina: ela é ligada ao barco por uma corda e, com movimentos de sobe e desce, você observa o fundo do mar. Na sequência o barco passa pela região do Morro Dois Irmãos e faz uma parada na praia da Conceição. Enquanto os turistas mergulham, a tripulação prepara um churrasco na embarcação. A refeição é feita enquanto aprecia-se o entardecer. O passeio dura cerca de cinco horas e custa a partir de 160 reais. Quem leva: Atalaia (3619-1991), Costa Blue (3619-0007) e Trovão dos Mares (81-3619- 1228).

Passeio de Navi – Boa opção para quem não se sente confortável em mergulhar, mas não quer deixar de apreciar a vida submarina. A navi é uma embarcação redonda, que tem fundo transparente e uma lente especial, capaz de ampliar a imagem do fundo do mar. O passeio começa com uma rápida palestra no Museu do Tubarão e continua no mar, com explicações de um guia. Importante: os passageiros ficam o tempo todo olhando para baixo, o que pode não ser muito recomendado para quem, naturalmente, tem enjoos no mar. Custa a partir de 170 reais por pessoa e dura cerca de 1h30. Quem leva: Atalaia (81-3619-1991) e Costa Blue (81-3619-0007).

Centro histórico – Não é necessário guia para explorar o núcleo urbano da ilha, na Vila dos Remédios. Lá ficam a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios (datada de 1772), o Memorial Noronhense e o Palácio São Miguel, construção de 1948, que atualmente abriga o centro administrativo. Uma pequena caminhada leva até as ruínas de um forte do século XVIII – outro lugar imperdível para curtir a vista e esquecer da hora. Dica para quem acorda cedo: com sorte, das 6h da manhã em diante, golfinhos podem ser vistos por ali também. Quem leva: Atalaia (81-3619-1991) e Costa Blue (81-3619-0007).

Trekking – A caminhada de 5 km (quatro horas) começa na Praia da Atalaia e segue sentido Enseada da Caieira. No caminho, piscinas naturais, boas para mergulho, e duas penínsulas de falésias que se projetam sobre o mar. É obrigatório ir com guia credenciado pelo Instituto Chico Mendes – a sua pousada pode indicar um. Pelas agências Atalaia e Costa Blue, também é possível fazer a trilha dos Abreus e a Capim Açú. Custam a partir de 100 reais e 200 reais, respectivamente.

Captura de tartarugas – Uma ou duas vezes por semana, na Praia do Porto de Santo Antônio, a equipe do Projeto Tamar pega as tartarugas no mar e as leva até a areia para marcação e medição. Informe-se sobre os dias e horários no próprio Projeto Tamar. Alameda Boldró, s/nº | (81) 3619-1171.

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É bom saber

Quando ir – A temperatura média é de 28°C e se mantém estável ao longo de todo o ano e o mar também é quentinho, em torno dos 24°C. Os nativos costumam dividir o clima ali entre seco (de agosto e setembro) e chuvoso (março a julho). Contudo, mesmo no segundo período aproveita-se bem os passeios, pois as chuvas são esporádicas – com a vantagem de que os preços de hospedagem e passeio costumam ser um pouco menores. Em qualquer época do ano é possível ver a rica fauna marinha, mas nos meses de setembro e outubro, quando o mar está mais calmo, a visibilidade chega a 50 metros. Para os surfistas, são mais indicados os meses de janeiro e fevereiro.

Como chegar – Quem parte de São Paulo precisa fazer uma conexão em Recife (a 545 quilômetros) ou Natal (a 360 quilômetros). Os voos para a ilha são diários, pelas companhias Gol e Azul, e a maior parte das pousadas oferece transfer gratuito.

Como circular – Um ônibus (R$ 3,00 a passagem) circular percorre toda a BR-363, que tem apenas 7 quilômetros de extensão e liga o porto ao aeroporto e passa na entrada de praticamente todas as atrações. Mas, no caso das praias, quase sempre será preciso andar um pouco mais por estrada de terra. O aluguel de um bugue, veículo mais popular na ilha, custa a partir de 180 reais a diária. Outra possibilidade para se locomover são os táxis, que cobram 19 reais (trechos mais curtos) ou 23 reais (trechos mais longos).

 

Onde comer

Flamboyant – É o que pode se considerar o bom e barato da ilha, sobretudo no almoço. Massas, peixes frescos e uma boa variedade de salada integram o bufê (52,90 reais o quilo). Vila dos Remédios. Bosque Flamboyant, Vila dos Remédios. 12h/23h. (81) 3619-1510.

O Pico Fernando de Noronha
O Pico Fernando de Noronha ()

O Pico – Misto de café, restaurante e loja, o descolado endereço abriu as portas em 2012. Chama a atenção dos visitantes a exposição de obras do mestre J. Borges, que criou xilogravuras exclusivas tendo a ilha como tema. Algumas das peças estão à venda na lojinha de artesanato. Muitos encerram a noite por ali, bebendo uma taça de champanhe no lounge ao ar livre, que também exibe filmes. Rua Nice Cordeiro, s/nº, Floresta Nova | Fone: (81) 3619-1250/3619-1377 | Horário. www.opiconoronha.com.br.

Beijupirá – Localizado em pousada, tem cardápio semelhante ao das demais restaurantes da marca, que funcionam em Olinda, Porto de Galinhas e Praia de Carneiros. Atende não-hóspedes no almoço e no jantar, mediante reserva. Rua Amaro Preta, 125, Floresta Velha | (81) 3049-1027. 7h/22h. | www.beijupiralodgenoronha.com.br. (O cara de lá me disse que vai enviar as fotos e a sugestão do prato ainda hoje por email).

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Restaurante Zé Maria – O ponto alto deste restaurante é o festival gastronômico realizado nas noites de quarta e sábado e apresentado pelo próprio Zé Maria – não raro, os peixes servidos também foram pescados por ele. A 148,98 reais por pessoa, são servidas fartamente cerca de quarenta receitas. A enorme paella coroada por frutos do mar graúdos é atração principal, mas vale experimentar também outras receitas menos corriqueiras, como o arroz de jaca, a farofa de pão velho e a carne-seca com queijo de coalho. Reserve apetite para o banquete de sobremesas que vem a seguir, igualmente farto e interessante.  Fique esperto: a maior parte dos turistas desembarca na ilha com a reserva para o festival garantida, tamanha é a procura. Rua Nice Cordeiro, 1, Floresta Velha | Fone: 81-3619-1258 | 12h/23h. www.pousadazemaria.com.br.

Du Mar – Os pratos principais são fartos, bons para dividir. Caldinho de polvo (6,90 reais), moqueca de frutos do mar (169,90 reais, para duas pessoas) e cartola (26,90 reais) estão no cardápio. Oferece um serviço de leva e trás entre o restaurante e os hotéis – basta ligar e em poucos minutos o carro estará à disposição do hóspede. Alameda do Boldró, Boldró | Fone: (81) 3619-0432 |12h/23h | www.restaurantedumar.com.br.

Cacimba Bistrô – No centro histórico da Vila dos Remédios, tem um ambiente descolado e menu enxuto. No jantar embalado por música lounge, vale abrir o serviço com um drinque. Serve um menu de almoço que combina prato do dia, suco e sobremesa por 36 reais. Praça Presidente Eurico Dutra, 9, Vila dos Remédios | Fone: (81) 3619-1200 | 12h/15h e 18h30/23h30.

Mergulhão
Mergulhão ()

Mergulhão – Instalado em um morro, bem diante ao porto, tem uma vista incrível. Vale ir no fim de tarde, para tomar um drinque sem pressa vendo o pôr do sol e depois emendar o jantar. Além do salão, conta com agradáveis tendas com pufes na área externa. Do cardápio, saem bons petiscos como o ceviche de cavala marinado no maracujá (51 reais, para dois) e o mignon de carne-seca mais abacaxi grelhado e requeijão de corte (61 reais, para dois). Entre as receitas principais, sobressai o peixe do dia grelhado com molho picante de pitanga e crispy de couve, guarnecido de cuscuz nordestino (75 reais). Não vá embora sem provar o cafezinho de coador, derramado em uma xícara com doce de leite (R$ 10,00 reais). Porto de Santo Antônio, Porto | Fone: (81) 3619-0215 |12h/22h (fecha dom.).

 

Colaboração: Jennifer Detlinger.

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