Feriado muito além do Carnaval
Exposição, teatro e botecagem para quem prefere passar longe dos bloquinhos
Tadashi Kawamata: A Japan House inaugurou nesta terça-feira (4) a instalação Construção, produzida com 180 000 hashis (hastes compridas usadas como talheres) pelo artista japonês Tadashi Kawamata. O trabalho, que “nasce” na escada entre o 1º e o 2º andar do centro cultural na Avenida Paulista, se espalha pelo piso superior e cria uma espécie de túnel vazado, no qual a trama obedece um padrão que se assemelha à textura de um ninho de pássaros. Os hashis utilizados pelo artista japonês não foram usados em restaurantes. Usados para concluir a obra, eles foram descartados já no processo de produção por conterem pequenos defeitos. Sobre uma placa transparente, foram reunidos em conjuntos geométricos, pelas mãos de 39 voluntários, selecionados por meio de uma convocatória, que recebeu 350 inscrições. Japan House. Avenida Paulista, 52, 3090-8900. Terça a sábado, 10h às 19h30; domingo e feriado, 10h às 17h30. Grátis. Até 12 de abril.
Mãe Fora da Caixa: As dores e delícias da maternidade, imediatamente depois do nascimento do bebê, compõem um nicho rico de emoções, mas pouco explorado na dramaturgia. A comediante Miá Mello farejou o filão e, apoiada na experiência de quem tem dois filhos, acertou com o monólogo Mãe Fora da Caixa, escrito por Cláudia Gomes com base no livro de Thaís Vilarinho. Sob a direção de Joana Lebreiro, a atriz alcança um feito interessante. É capaz de impor ao público uma personagem sem abandonar a naturalidade e o tom confessional de quem parece contar histórias pessoais. Entre a verdade e a ficção, Miá enfileira lamentos sobre o cotidiano com um recém-nascido, acusa o marido de omissão e também se derrete de amores pelo nenê. Na trama, ela tem uma filha de 7 anos e, com um teste de gravidez na mão, desafia os pudores diante do pânico de gerar uma outra criança. O carisma de Miá ganha a cumplicidade da plateia e, em meio a gargalhadas e algumas lágrimas, a protagonista levanta questões capazes de sacudir aqueles que lidam com o prazer e a insegurança de cuidar de um filho (80min). 10 anos. Estreou em 10/1/2020. Até 26/4/2020. Teatro das Artes. Shopping Eldorado. Sexta e sábado, 21h; domingo, 18h. R$ 80,00 e R$ 90,00.
Saborosos achados de botecos em São Paulo:
FEIJOADA COMPLETA
Premiada como a melhor receita de boteco em 2018, a feijoada do Bar do Giba é servida aos sábados e domingos. as cumbucas são montadas sobre a chapa quente às 8 da manhã. A ideia é que, até a hora de abrir, a pedida (R$ 169,00, para três) apure o sabor. No cozido de feijão vão carne-seca, lombo, costela, linguiça portuguesa, paio, língua, pé, orelha e rabo. Arroz, bisteca, farofa, couve, linguiça frita, banana à milanesa e torresmo acompanham. Avenida Moaci, 574, Moema, tel. 5535-9220.
BOLINHOS DE RENOME
Fundado em 1970 pelo casal Luiz e Idalina Fernandes, o Bar do Luiz Fernandes serve bolinhos de dar água na boca. O chamado brasileirinho (R$ 6,00 a unidade) tem casquinha dourada, massa de mandioquinha e recheio que mistura couve a pertences de feijoada. É uma delícia. Para acompanhar, há cerveja em garrafa de 600 mililitros (Serramalte, r$ 14,00). Rua Augusto Tolle, 610, Mandaqui, tel. 2976- 3556.
MOELA DE COLHER
O Bar Quintal da Mooca foi duas vezes o campeão da categoria boteco em VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER, nos anos 2014 e 2015. Os petiscos fazem os frequentadores não hesitar em voltar. Na lista das boas receitas está a moela banhada em molho de tomate (R$ 39,90). A porção é decorada com pimenta-biquinho e vem com pão francês e farinha de mandioca como guarnições. Rua Lituânia, 454, Mooca, tel. 3807-6371.