Entre hoje (5) e o próximo domingo (8), quarenta galerias latino-americanas estão reunidas no subsolo do Paço das Artes, na USP, para a Feira PARTE. O evento que está em sua quinta edição tem uma missão bem específica: vender trabalhos de jovens artistas que são representados por novas galerias. O perfil democrático da feira é marcado pela obrigatoriedade da apresentação dos preços das obras, e a presença dos artistas no espaço, o que torna maior as chances de um bate-papo.
Cerca de quinhentas peças são exibidas durante esses dias, de artistas entre 20 e 40 anos, principalmente. Em comum, não são nem tão iniciantes (aqueles com produções ainda embrionárias normalmente não são representados por galerias) nem tão veteranos.
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Os visitantes percebem logo seus benefícios: além de terem contato com o que está sendo produzido de mais novo nesse cenário, têm acesso a peças cujos valores vão de R$ 500,00 a R$ 50.000,00. Muitos trabalhos podem ser divididos em até cinco vezes e – mais gratificante ainda – podem ser levados para casa no ato da compra.
Você se recusa a sair de mãos vazias mas pretende desembolsar ainda menos? Vale passar pelo estande de zines — aqueles livros artesanais feitos em série —, que oferece exemplares a R$ 20,00.
“Muitos dos nossos compradores nunca haviam adquirido sequer uma obra”, conta Lina Wurzmann, uma das diretoras da feira. Suas sócias, Tamara Perlman e Carmen Schivartche acrescentam que o público tem, em média, entre 30 e 50 anos: “A PARTE é criadora de um novo circuito”, dizem em coro. “Queremos introduzir o mercado da arte a um público que não é frequentador assíduo de galerias”. A programação paralela com palestras e debates é um bom exemplo disso.
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Diferentemente de exposições, as feiras tem como objetivo principal a venda de obras. Eventos como este não têm curadores que escolhem quais trabalhos devem ser expostos – a seleção acontece somente na finalização da lista de galerias participantes. No caso da PARTE, o comitê é formado por pessoas ligadas ao cenário de arte – colecionadores, curadores, acadêmicos – mas nunca galeristas: assim, o processo de escolha também fica mais democrático.
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“Queremos acabar com a ideia de que a arte é inacessível”, explica Tamara Perlman. E acrescenta: “Seja cobrando preços acessíveis, oferecendo palestras e deixando aberto o diálogo para o público, queremos que as pessoas percebam que a arte pode e deve ser democrática”.