Roteiro alternativo das artes: exposições no Morumbi
Galerias e museus do bairro recebem mostras de Lasar Segall, José Bechara e José Pedro Croft
Quem disse que o bairro do Morumbi não é um bom lugar para apreciar arte? Por ali, galerias e museus oferecem boas exposições e atraem visitantes de outras regiões da cidade. Se você ainda não foi explorar o lado artístico da região, aqui está um bom roteiro, com cinco locais alternativos aos tradicionais bairros artsy da cidade, como Vila Madalena e Jardins.
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A região é bem arborizada e o grande diferencial dos museus da região é que eles abrangem parques super agradáveis para passear. Por isso, é ainda mais gostoso aproveitar um dia ensolarado. Apesar de serem muito próximos, não é tão simples chegar em todos os locais a pé – o que torna carro ou bicicleta necessários.
Aberta no último domingo (10), a Casa de Vidro recebe a mostra Intervalo das Coisas, de José Bechara. Projetada pela arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi, a casa tem uma fachada de vidro por toda a sua extensão e flutua sobre um grande jardim. Ela abriga o acervo do casal Lina e Pietro Maria Bardi – que inclui obras de arte, móveis, documentos e objetos – e recebe mostras temporárias. Para sua individual, o carioca José Bechara criou quatro instalações também de vidro. Ele intensifica o diálogo entre obra contemporânea e arquitetura modernista.
A dois minutos de caminhada (é importante chegar a pé, já que ali não há estacionamento,) está a Capela do Morumbi, um dos aparelhos do Museu da Cidade. Foi construída pelo arquiteto de origem russa Gregori Warchavchik, em 1949, sobre ruínas de taipa de pilão do século XIX. A capela recebe a exposição do artista português José Pedro Croft, que traz grandes esculturas de ferro, vidro e espelho criadas espcialmente para cada canto do local. O título Corpos Duplos-Duplas Imagens indica o reflexo causado pelo espelhos além da relação entre o antigo e o contemporâneo.
Depois, siga até a Pinakotheke Cultural, que recebe uma mostra de Lasar Segall, a partir do próximo sábado (16). São mais de setenta trabalhos, entre pinturas, gravuras, desenhos e esculturas. As obras deste expoente da história da arte brasileira são provenientes da família Segall. Estão expostos trabalhos desde os primeiros anos do século XX, quando ele transitava entre a cidade natal de Vilna, na Lituânia e as cidades alemãs de Berlim e Dresden – onde frequentou as academias e fez parte do expressionismo alemão. Também são expostas peças do período em que viveu em Paris, entre o final dos anos 1920 e início da década de 1930.
Como ninguém é de pedra, a boa pedida é parar para descansar na Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, que oferece brunch (R$ 68,00) e chá da tarde (R$ 58,00) com vista para um parque deslumbrante de 75 000 metros quadrados. O espaço abriga uma importante coleção do Brasil Colônia e Império e mestres do século XX.
Para quem não sabe, o Palácio dos Bandeirantes (ou do Morumbi) também tem uma coleção de pinturas, esculturas, gravuras, além de louçaria e mobiliária que vai desde o século XVII aos dias atuais. As visitas são feitas de hora em hora, entre 10h e 16h, de terça a domingo. Para participar, é só chegar 15 minutos antes de cada sessão, sempre acompanhada por educadores.
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