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50 histórias e curiosidades sobre o Palácio dos Bandeirantes

Construída para abrigar uma universidade que nunca saiu do papel, sede já recebeu catorze governadores desde 1964

Por Paulo Borgia
Atualizado em 1 jun 2017, 14h48 - Publicado em 30 dez 2010, 13h22

1 – Sai Portinari, entra Amaral — Até 1989, o hall do Palácio dos Bandeirantes era decorado com o painel Tiradentes, criado em 1948 por Candido Portinari. Quando a obra foi doada ao Memorial da América Latina, o então governador Orestes Quércia (1987-1991) promoveu um concurso para escolher o novo painel. O vencedor foi “São Paulo-Brasil: Criação, Expansão e Desenvolvimento”, de Antonio Henrique Amaral.

Fernando Moraes

A fachada: retábulos representam temas e personagens da história de São Paulo

2 – Simbolismo — A fachada, um projeto do arquiteto italiano Marcello Piacentini, tem estilo greco-romano, com 163 metros de largura. Em destaque estão catorze retábulos de 2 metros de altura, criados por João Rossi e Caciporé Torres, que representam temas e personagens da história de São Paulo, como o jesuíta José de Anchieta, a independência, a imigração, o café e a Revolução de 1932. No alto ficam três estátuas femininas, de 3 metros de altura, assinadas por Gian Domenico de Marchis. Elas fazem alusão à economia, às ciências e às finanças. Na entrada há duas esculturas de cavalos, de bronze, de Irineu Martinelli.

 

Palácio dos Bandeirantes

3 – Projeto — O desenho do Palácio — vamos ser sinceros — é feio e sem graça. “É um horror, um conjunto de equívocos, um exemplo da pior arquitetura fascista, que estava morta na Itália quando foi copiada no Brasil”, afirma o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP Nestor Goulart Reis Filho. O arquiteto Luis Carlos Frigerio concorda: “Deveria ser demolido”.

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Fernando Moraes

Palácio dos Bandeirantes - Adhemar de Barros - 2198
Palácio dos Bandeirantes – Adhemar de Barros – 2198 ()

Ex-governador Adhemar de Barros: barulho de passos e de portas

4 – Fantasmas — Funcionários mais antigos juram que, em certas noites, nos corredores desertos e intermináveis da ala residencial, é possível escutar o ex-governador Adhemar de Barros (1963- 1966) e o conde Matarazzo discutindo. Baru lho de passos e de portas também seria comum, segundo esses relatos. “Essa história é contada pelo pessoal que está aqui há mais tempo, mas não tem nada disso”, brinca o diretor de infraestrutura, Nelson Essaki.

5 – Espaçoso — A área construída do Palácio dos Bandeirantes é de aproximadamente 21 000 metros quadrados. O prédio principal tem salas, gabinetes e quartos distribuídos por três pavimentos. A área total do terreno é de 125 000 metros quadrados. Trabalham ali cerca de 1 900 pessoas, entre funcionários comissionados, de carreira e profissionais terceirizados.

6 – Preço de banana — Erguido para abrigar uma faculdade que a família Matarazzo nunca inaugurou, o Palácio serviu como moeda de troca. O governador Adhemar de Barros perdoou a dívida do grupo industrial em impostos, que teria atingido 2,1 bilhões de cruzeiros (hoje, cerca de 13,9 milhões de reais, corrigidos pela Fipe) na década de 60, em troca do imóvel. Atualmente, é possível comprar duas casas de 800 metros quadrados de área construída por esse valor no bairro.

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7 – Nunca no Planalto — Desde que a sede do governo se transferiu para o Palácio dos Bandeirantes, em 1964, nenhum de seus ocupantes chegou à Presidência da República. Ao todo foram catorze governadores, a começar por Adhemar de Barros, que teve o mandato cassado pelo regime militar em 1966. Alguns se candidataram ao posto máximo do país, como o próprio Adhemar, além de Paulo Maluf, Orestes Quércia, Geraldo Alckmin e José Serra. Todos perderam.

8 – Acabamentos bem incomuns — “Não há informação de que existam palácios no mundo revestidos de pastilhas”, diz Reis Filho. As colunas frontais são cobertas de pedra mineira, as mesmas usadas normalmente em torno de piscinas. Já a forração de madeira das paredes dos gabinetes de primeiro escalão é de louro encerado, imitando jacarandá.

9 – Acervo — Há cerca de 3 500 obras de arte, que podem ser apreciadas em visitas gratuitas. “É um museu-casa”, diz a curadora Ana Cristina Carvalho. Existem trabalhos de Tarsila do Amaral, Victor Brecheret, Candido Portinari, Tomie Ohtake e peças do período colonial, como uma de Aleijadinho.
10 – “Daisy” — A escultura é uma das mais marcantes obras do acervo. A história não oficial é de que foi encomendada por Oswald de Andrade ao escultor Victor Brecheret para eternizar Maria de Lourdes Castro Dolzani de Andrade, a Miss Cyclone, ou Daisy, normalista com quem o poeta modernista se casou à beira da morte dela, em 1919.

11 – Sumiço — Desde o governo de Mario Covas (1995-2001), as obras de arte passam por um processo de catalogação. Diz-se nas antessalas que, antes disso, funcionários, alguns graduados, saíam com quadros embaixo do braço. “A história existe, mas não havia controle, não podemos provar nada”, diz Ana Cristina.

12 – Retorno — Geraldo Alckmin volta a morar nesta semana no Palácio, que já ocupou entre 2001 e 2006. Ele acha ótima a proximidade entre casa e trabalho. “Ganha-se tem po: a ala residencial fica ao lado do gabinete, basta atravessar um corredor”, diz o governador, que pretende manter outro gabinete no centro, na Rua Boa Vista. “Já despachava lá pelo menos uma vez a cada quinze dias e pretendo continuar nos próximos quatro anos”, completa.

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13 – Labirinto — Como todo palácio, o Bandeirantes tem muitos corredores e ambientes. São 270 salas, cada uma numerada no alto do batente. Muitos funcionários identificam os departamentos pelo número, e não pela função do local. A porta número 1 é a do hall do prédio.14 – Janela antirruído — Como muitas vezes só ia dormir por volta das 6 horas da manhã, o notívago José Serra (2007-2010) trocou as janelas da ala residencial por versões antirruído no primeiro ano de seu mandato. O horário era justamente o do início dos exercícios dos PMs que trabalham no Palácio, em uma área bem ao lado da janela do quarto do ex-governador.

Fernando Moraes

Palácio dos Bandeirantes - 2198
Palácio dos Bandeirantes – 2198 ()

Ala residencial: quinze cômodos, dois banheiros e corredor com várias pinturas

15 – Área íntima — A ala residencial do Palácio tem quinze cômodos, dois banheiros e uma sala principal com quadros de grandes dimensões, um piano de cauda e alguns sofás. Um longo corredor com várias pinturas nas paredes, móveis e algumas peças de porcelana leva até os quartos e às duas salas do fundo da ala, onde ficam uma televisão e um home theater. A área passou por melhorias durante o mandato de José Serra.

16 – Hotelzinho — “Parece um hotel de segunda categoria decadente”, desdenha o ex-governador Cláudio Lembo (2006), conhecido pela língua solta, ao descrever a ala residencial. “É um conjunto de erros, com móveis demais, todos desgastados e envelhecidos.” A área foi pouco usada nos últimos nove meses: Alberto Goldman (2010) preferiu continuar em seu próprio apartamento, em Higienópolis. “Seria muito trabalho mudar para ficar tão pouco tempo”, conta o ex-governador.

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Fernando Moraes

Palácio dos Bandeirantes - Claudia Matarazzo - 2198
Palácio dos Bandeirantes – Claudia Matarazzo – 2198 ()

Claudia Matarazzo: chefe do cerimonial

17 – Cerimonial — Criado nos anos 70, o manual de procedimentos do Palácio ainda é usado nos eventos públicos. Mas nem sempre as situações saem como manda o livro. “Uma vez, o Serra precisava ir a um evento na Congregação Israelita Pau lista, mas o trânsito estava parado. Ele desceu do carro e foi a pé por algumas quadras. É melhor do que chegar atrasado”, diz a chefe do cerimonial, Claudia Matarazzo.

18 – Celebridades — Entre os visitantes famosos, destaque para o príncipe Charles e a princesa Diana, em 1991, e para o papa Bento XVI, em 2007. Quem deixou más lembranças foi o ex-presidente dos EUA Ronald Reagan, em 1984, pelos transtornos causados pelos responsáveis por sua segurança. “Revistaram todos os locais possíveis e puseram atiradores de elite no terraço”, lembra o diretor de infraestrutura, Nelson Essaki.

19 – Papa — Em 2007, Claudia Matarazzo organizou a visita do papa Bento XVI durante três meses, por meio de diálogos com o Vaticano. No dia, o então governador José Serra decidiu mudar o roteiro para mostrar uma exposição ao pontífice. O papa não se fez de rogado e a demora no passeio levou a Guarda Suíça, que cuida de sua segurança, a pedir a intervenção da chefe do cerimonial. “O que eu ia fazer? Pegar o papa pelo braço e levá-lo embora?”, brinca.

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20 – Lojinha — Um projeto que existe desde 2007 é a criação do Armazém Paulista, uma loja para vender réplicas de louças do Palácio e produtos relacionados à produção do estado. “A ideia é que as visitas levem uma recordação que represente São Paulo”, diz Claudia.

21 – Bola — Na visita do presidente do México, Felipe Calderón, em 2009, ficou acertado que não haveria troca de presentes. Mesmo assim, foi comprada uma bola da Copa do Mundo, que ficou guardada junto a uma camisa do Palmeiras levada pelo presidente do clube, Luiz Gonzaga Belluzzo. Na hora do discurso, Calderón entregou uma camisa da seleção mexicana com o nome de José Serra gravado nas costas. O governador, então, pediu que a bola e a camisa alviverde fossem dadas ao mexicano. “Eles trouxeram um presente sem avisar e acabaram levando dois. Foi um belo trunfo!”, lembra Claudia.

22 – Grampeado — Em um evento na gestão Franco Montoro (1983-1987), um ajudante de ordens se irritou com um deputado que o empurrava para aparecer em fotos. “O funcionário arrumou um grampeador e prendeu uma bandeira ao paletó do deputado, que saiu carregando pano e mastro, em uma cena hilária”, conta a ex-assessora do cerimonial Christine Starr.

23 – Intérpretes — Funcionária do cerimonial por 31 anos, Christine lança neste ano o livro Nos Bastidores do Palácio, com vários casos, como o da visita do presidente francês François Mitterrand, em 1985, quando as intérpretes sumiram na hora dos discursos. “Quem salvou foi o senador Aloysio Nunes, então deputado, que esteve exilado na França”, diz ela.

24 – Bolinha — Hoje no cerimonial, Claudia fez shows pelo país durante os anos 80 na Caravana do Bolinha, organizada pelo apresentador de programas de auditório na TV. Em 1987, gravou um álbum com músicas de forró e pop e, em 1988, chegou a ganhar o Prêmio Sharp como cantora revelação. Formada em jornalismo, acabou se tornando conhecida pelos livros de etiqueta.

Fernando Moraes

Palácio dos Bandeirantes - Jardim de inverno - 2198
Palácio dos Bandeirantes – Jardim de inverno – 2198 ()

Jardim de inverno: decorado pela ex-primeira-dama Deuzeni Goldman

25 – Jardim de inverno — Localizada no terraço de um dos prédios, a área ao ar livre foi reformada por José Serra em 2009 e decorada por Deuzeni Goldman, ex-primeira-dama, no ano passado. Os governadores já usaram o espaço para vários fins. Paulo Maluf (1979-1982), por exemplo, mantinha ali um tanque com carpas.

26 – Contra visitas inesperadas — No período dos ataques de criminosos em São Paulo, em 2006, o serviço de segurança do Palácio decidiu colocar alguns tonéis no jardim de inverno para evitar o pouso de helicópteros no terraço, como havia ocorrido em um presídio de Guarulhos. Apesar do período difícil, o ex-governador Cláudio Lembo garante que não se assustou com a manobra. “Fizeram mais por precaução. Eu sabia que ali não corríamos risco”, afirma.

27 – Sósia — Mario Covas tinha um “dublê” no Palácio, que sofreu por causa disso. Certa vez, o funcionário Plínio Augusto de Camargo foi confundido com o governador em uma manifestação e passou perto de ser agredido. Em 2002, a escola de samba Leandro de Itaquera fez um desfile em homenagem a Covas, falecido no ano anterior, e Plínio foi destaque. Emocionado, começou a passar mal na dispersão e morreu pouco depois, aos 62 anos.

28 – Sem sobremesa — Em um jantar oficial na gestão de Mario Covas, uma senhora que estava à mesa do governador resolveu ir ao banheiro, entre o prato principal e a sobremesa. Quando ela se levantou, Covas, galantemente, fez o mesmo. Os demais convidados da mesa principal o imitaram, seguidos pelo resto da sala. Com os convidados em pé, não houve alternativa a não ser pedir que fosse servido o cafezinho no salão ao lado. E todos ficaram sem a sobremesa.

29 – Creche — Atende cerca de sessenta crianças de até 6 anos, todas filhas de funcionários. Elas podem passar o dia inteiro ali, gratuitamente, com direito a almoço e lanches.

Lucas Lima

Palácio dos Bandeirantes - Aníbal Fernandes - 2198
Palácio dos Bandeirantes – Aníbal Fernandes – 2198 ()

Aníbal Fernandes: no Palácio desde 1964

30 – Mais antigo — Em 1964, o marceneiro Aníbal Fernandes trabalhou na mudança de sede do governo, que deixava o Palácio dos Campos Elíseos. Hoje com 77 anos, o português naturalizado brasileiro é o funcionário mais antigo do Bandeirantes e recebeu a Ordem do Ipiranga em 2003.

31 – Camas — Na visita do presidente francês Charles De Gaulle, em 1964, Fernandes passou por um aperto de última hora: por causa da altura do general, 1,96 metro, o marceneiro teve de fazer uma cama 20 centímetros maior que as demais disponíveis no Bandeirantes. Atualmente a peça está exposta no Palácio de Inverno, em Campos do Jordão. Outra cama que ele fabricou serviu à rainha Elizabeth II durante sua visita de 1968, e está na residência de verão, no Horto Florestal.

32 – Pratos — Um dos principais salões do Palácio é o dos Pratos, com 65 louças que trazem o brasão de tradicionais famílias paulistas. É possível encontrar sobrenomes conhecidos, como Morato, Arruda Botelho, Salles Oliveira e Gavião Peixoto. É também nessa sala que se realizam reuniões e eventos que envolvem todas as secretarias do estado, além da formatura de oficiais da PM e de homenagens, entre outras celebrações.

33 – Galeria — Ao longo de um corredor e de duas escadarias de mármore no prédio principal, há uma galeria com 29 retratos de ex-governadores. A ideia foi de um dos ocupantes do cargo, Paulo Egydio Martins (1975- 1979), que reuniu quadros já existentes e encomendou outros. Seis artistas pintaram as telas. O recordista é Mário Gruber, amigo de infância de Paulo Egydio, autor de catorze.

Fernando Moraes

Palácio dos Bandeirantes - quadros - 2198
Palácio dos Bandeirantes – quadros – 2198 ()

Galeria dos governadores: quadro de Mario Covas é o último colocado

34 – Fora de quadro — O último quadro da galeria dos governadores, localizado no alto da escadaria norte, é o de Mario Covas, entronizado em 2002. Os retratos de Geraldo Alckmin e Cláudio Lembo estão prontos e aprovados, guardados na reserva técnica do Palácio. “Estamos esperando apenas marcarem a solenidade para colocarmos os quadros em seu devido lugar”, conta a curadora Ana Cristina Carvalho. As pinturas de José Serra e Alberto Goldman serão produzidas ao longo deste ano. “Ainda não temos contrato assinado com um artista, mas deverão ser trabalhos mais contemporâneos. A ideia é não seguir o conceito de pintura a óleo”, diz Ana Cristina.

Fernando Moraes

Palácio dos Bandeirantes - piano - 2198
Palácio dos Bandeirantes – piano – 2198 ()

Piano de cauda na ala residencial: modelo de 1952 da Mason & Hamlin

35 – Concertos — Pianista formado, Alberto Goldman pouco usou o instrumento de cauda que fica na sala principal da ala residencial. Trata-se de um modelo de 1952 da Mason & Hamlin, marca americana fundada em 1854. O governador teve raras oportunidades de tocar peças como o Prelúdio Nº 1, de Johann Sebastian Bach, ou obras de Franz Liszt, Frédéric Chopin e Ludwig van Beethoven, seus compositores preferidos.

36 – Prato feito — O sistema de produção das refeições do governador varia a cada gestão. “Todo dia chegava um menu para eu escolher o almoço do dia seguinte, e eu não sabia nem o que queria comer naquela hora”, conta Cláudio Lembo. Alberto Goldman não precisou passar por isso: “Já vinha tudo pronto. E também não tenho nenhuma restrição”. Já José Serra fazia apenas um pedido aos cozinheiros: nada de cebola; muito menos, alho.

Fernando Moraes

Palácio dos Bandeirantes - Nelson Essaki - 2198
Palácio dos Bandeirantes – Nelson Essaki – 2198 ()

Nelson Essaki, diretor de infraestrutura: em vez de um, dois restaurantes

37 – Cheiro do almoço — O antigo refeitório do Palácio era mal localizado e apertado: ficava onde hoje é a Casa Militar, no térreo, e comportava apenas 156 pessoas. “As salas viviam com cheiro de comida e o sistema de exaustão não dava conta de eliminá-lo todos os dias”, diz o diretor de infraestrutura, Nelson Essaki. Hoje, os dois restaurantes abrigam até 321 pessoas e preparam cerca de 1 000 refeições diariamente.

38 – Cafezinho oficial — Não há uma estatística exata, mas estima-se que sejam servidas 2 000 xícaras de cafezinho durante um único dia em toda a área do Palácio dos Bandeirantes. O café, que teve papel importante no crescimento de São Paulo, está representado no brasão oficial do estado.

39 – Quinquilharias — Os porões do Palácio, logo abaixo do hall, serviam até dez anos atrás às mais diversas funções. Abrigavam oficinas, laboratório fotográfico e um depósito que guardava materiais sem uso, como 130 máquinas de escrever, móveis velhos e obras de arte. Hoje funcionam principalmente como estacionamento para alguns dos cerca de 280 veículos da frota palaciana. Os quadros que precisam de restauro vão para uma casa ao lado do refeitório, exclusiva para esse fim.

40 – Saneamento pela metade — Até 14 de dezembro, parte do esgoto do Palácio não era tratada e ia diretamente para o Córrego Coimbra, que passa a poucos metros do terreno. Nessa data, as ligações do prédio já estavam corretamente conectadas à rede, mas faltava a implantação de um coletor-tronco (tubulação de maior dimensão) para encaminhar os dejetos à estação de tratamento em Barueri. A obra foi iniciada pela Sabesp em novembro, com investimento de 1,2 milhão de reais.

41 – Um vaso sanitário para cada seis pessoas — O Palácio dos Bandeirantes é bem equipado de banheiros. Existem ali 285 reservados, distribuídos em toaletes localizados nos três pavimentos do prédio principal. Ou seja, há aproximadamente um vaso sanitário para cada seis pessoas que trabalham no local.

42 – Loyola Brandão e Luisa Mell — O escritor Ignácio de Loyola Brandão e a apresentadora Luisa Mell juntos? É possível ver isso no jardim. Algumas árvores receberam placas com o nome das personalidades que as plantaram, e os dois foram postos lado a lado, próximo do fim da trilha. Uma tradição é que todo governador plante ao menos uma muda de árvore nativa brasileira.

43 – Sabiás — O Centro de Estudos Ornitológicos da USP identificou 46 espécies de aves no jardim, como o pica-pau-amarelo e o negro, o joão-de-barro e o sabiá-laranjeira. A engenheira ambiental Priscilla Oliveira conta que muitos desses pássaros transitam entre o Palácio e a vizinha Fundação Maria Luisa e Oscar Americano. Algumas espécies preferem o primeiro, como o quero-quero e o sabiá-do-campo, enquanto outras só foram vistas no segundo, como a corujinha-do-mato. “A Fundação é formada por um bosque e o Palácio lembra uma savana”, diz Priscilla.

Fernando Moraes

Palácio dos Bandeirantes - jardim - 2198
Palácio dos Bandeirantes – jardim – 2198 ()

Jardim: trilha de 1 quilômetro para caminhada

44 – Entre as árvores — O jardim ganhou nova atração em 2009: uma trilha de 1 quilômetro para caminhada, adornada por mais de 2 000 árvores como pau-brasil, ipê-amarelo, palmeira-jerivá, castanheira, jequitibá- rosa, jatobá, araucária e cerejeira. A ideia foi sugerida por um assessor de Alberto Goldman, Wagner Tronolone, ao então chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes, agora senador.

Fernando Moraes

Palácio dos Bandeirantes - auditório - 2198
Palácio dos Bandeirantes – auditório – 2198 ()

Auditório: desmaios de calor durante posse de governadores

45 – Desmaios — Não eram raros os casos de desmaio de pessoas no auditório durante a posse de governadores, em pleno verão. Há 900 lugares, mas em geral o número de convidados passa de 1 300. O ar-condicionado só foi instalado na gestão de José Serra. “Em algumas ocasiões foram colocados tubos na frente do palco e nas laterais para espalhar gelo evaporado”, conta o diretor de infraestrutura, Nelson Essaki.

46 – Bandeiras — O auditório também contava com mais de 600 bandeiras de pano penduradas nas laterais, representando cada município do estado. Num ambiente sem ar condicionado, elas contribuíam para torná-lo ainda mais abafado, além de ficarem apodrecidas e sujas com rapidez. Após uma reforma recente, no governo de Cláudio Lembo, as bandeiras foram retiradas, o que deixou o ambiente mais arejado, facilitando a circulação de ar. Atualmente o auditório tem apenas duas: a do Brasil e a de São Paulo, ambas no palco.

47 – Sinal — O Palácio dispõe de dois semáforos exclusivos, localizados ao lado das guaritas destinadas aos visitantes (uma para o público e outra para autoridades) e ativados quando algum carro vai deixar o terreno. Há sempre um PM a postos para fechar o sinal na Avenida Morumbi pelo tempo necessário para liberar a passagem do veículo. Existe ainda uma terceira portaria, usada só por funcionários.

Fernando Moraes

Palácio dos Bandeirantes - Saulo Menezes - 2198
Palácio dos Bandeirantes – Saulo Menezes – 2198 ()

Saulo Menezes: mudou-se para o terreno, ainda desocupado, nos anos 60

48 – Primeiro morador — Saulo Menezes pode ser considerado o primeiro morador do Palácio. Com sua mãe e irmãos, mudou-se para o terreno, ainda desocupado, nos anos 60. “Dona Leonor, mulher de Adhemar de Barros, ofereceu-nos uma casinha de madeira, que ficava onde agora está o Banco do Brasil”, lembra. “Eu e meu irmão pulávamos a janela e corríamos pelo hall.” Na primeira gestão de Laudo Natel (1966-1967), eles foram despejados, mas Saulo continuou no local e até hoje é auxiliar de laboratório.49 – Estacionamento — Possui 530 vagas, número pequeno em dia de posse ou cerimônias concorridas. Nessas ocasiões, os carros ficam parados nas ruas próximas e em um bolsão no Estádio do Morumbi, e os convidados são transportados ao Palácio de micro-ônibus.

Fernando Moraes

Palácio dos Bandeirantes - quadra poliesportiva - 2198
Palácio dos Bandeirantes – quadra poliesportiva – 2198 ()

Quadra poliesportiva: local de exercícios de PMs e bombeiros

50 – Pelada da polícia — O Palácio tem uma quadra poliesportiva, mas os funcionários não a aproveitam muito. Ela é utilizada principalmente pelos PMs e bombeiros do Bandeirantes, que ali fazem seus exercícios físicos e também disputam algumas partidas recreativas. Goldman, fã de basquete, preferia bater sua bolinha em um clube, duas ou três vezes por semana.

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