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Quatro perguntas para Vik Muniz

Em mostra individual na Galeria Nara Roesler, o artista cria efeito visual para brincar com a percepção do espectador

Por Julia Flamingo
Atualizado em 1 jun 2017, 15h57 - Publicado em 14 set 2016, 11h04

Em sua nova exposição Handmade (feito à mão), na Galeria Nara Roesler, Vik Muniz pretende desafiar o olhar do espectador. São setenta trabalhos de parede, que parecem conter integralmente recortes de revista, folhas de papel amassadas e outras intervenções. Na verdade, ao olhar bem de perto, o visitante percebe que as molduras também contêm fotografias com os mesmos padrões. No conjunto final, é difícil distinguir uns dos outros.

Em entrevista, Muniz fala sobre a série e explica como conseguiu o efeito visual:

Grande parte das obras desta mostra foi feita há anos, mas nunca haviam sido mostradas a público. Por quê?

Enquanto estava fazendo o catálogo retrospectivo sobre minha obra, percebi vários trabalhos que falavam sobre a mesma questão: o que é realidade e o que é representação nas imagens. Nesse período, eu comecei a pensar nas escolhas que fiz durante minha carreira, que tiveram a ver com dinheiro, tecnologia, estrutura para levar essa ou aquela ideia em frente, entre outras coisas. Os caminhos que escolhi me levaram a não apresentar os trabalhos dessa série. Agora eu pude voltar atrás e dar continuidade a esse trabalho.

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Qual a diferença entre esta série e outras mais conhecidas, como a Marilyn Monroe de diamantes ou imagens feitas com lixo?

Nestas séries, crio esculturas e instalações e depois tiro fotografias. Desta vez, a fotografia é o principal: eu trabalho em cima da imagem. Nas outras séries, eu costumava criar instalações e fazer retratos delas. Percebi que, no século XX, poucos artistas fazem intervenções em imagens depois que elas já estão impressas. É como se, por ter sido feitas com máquina, fosse sagradas. Eu deixei essa sacralização de lado.

Vik Muniz
Vik Muniz ()
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Em todas as obras, é muito difícil perceber o que é fotografia e o que é intervenção sobre ela. Para atingir esse efeito, a tecnologia foi muito importante?

Sem dúvidas. Comprei máquinas de fotografia, scanner e impressão, com uma resolução impressionante. É só assim que consigo retratar um papel amassado ou um recorte numa folha, que aparecem como se fossem reais.

Em que outros projetos você está trabalhando no momento?

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Vários ao mesmo tempo. Estou produzindo algumas obras para uma exposição na Itália, em que faço cópias em tamanho natural dos meus carrinhos que tinha quando criança. Em Nova York, estou trabalhando num mosaico dentro de uma estação de metrô. Agora fui convidado para fazer réplicas do verso de obras famosas como O Beijo e O Grito. Além disso tudo, estou fazendo esculturas de mármore a partir de fotografias em 360 graus de nomes conhecidos William Dafoe.

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