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Como os filmes estrangeiros retratam o Brasil

O carioca Daniel Jablonski analisou estereótipos sobre o país que vão além do Carnaval e futebol

Por Tatiane de Assis Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 16 fev 2018, 14h40 - Publicado em 15 fev 2018, 18h46
O Brasil no filme "Comer, Rezar e Amar", com Júlia Roberts (Maurício Froldi/Divulgação)
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O artista carioca Daniel Jablonski não acredita que os estereótipos sobre o Brasil e os brasileiros possam ser resumidos à “Carnaval, mulheres bonitas, pessoas alegres e futebol”. Ele partiu de uma mostra de 900 filmes estrangeiros para analisar como 202 longas representam o país.

“Para esses filmes, no fundo, no fundo, o Brasil é qualquer coisa. O país é um curinga. Se a história tem uma guerra civil, o Brasil é um país tropical, maravilhoso, o paraíso da terra. Se o seu filme se passar em uma sociedade organizada, nós somos o lugar do tráfico de crianças. Mais do que qualquer clichê, aparecemos como um depósito de opostos. O Brasil é sempre um contraponto ao que você está falando”, explica.

Parte da pesquisa de Jablonski é exibida em exposição no Paço das Artes até 8 de março. Intitulada Still Brazil, a mostra não tem ares de pesquisa chata. A trilha sonora fica por conta de um setlist com oitenta versões de Aquarela do Brasil. A imagem em movimento aparece com um trecho de Os Mercenários (2010). Na sequência final do filme, estrelado por Sylvester Stallone, explode-se o palacete da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio.

Há um painel com os frames dos filmes analisados. A ficha técnica, diferente do usual, fica no início da exposição, e traz o nome dos títulos encontrados na busca. Por fim, há a partitura da animação ‘Saludos Amigo’s, feita pela Disney em 1942, também ao som de Aquarela do Brasil.

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A insistência com a composição de Ary Barroso, na exposição, tem um bom motivo. A versão estrangeira da música tem letra bastante distinta daquela que ouvimos por aqui. “A letra não é do ponto de vista do nativo, como a nossa versão, é da perspectiva do estrangeiro, que esteve no Brasil, e sonha em voltar. ‘Return I will to old Brazil’, ouve-se. Isso muda tudo, tenho a impressão de que essa visão vazia do país, de qual eu falo, é fundamentalmente influenciada pela canção”.

Still Brazil foi precedida por uma exposição, em Ribeirão Preto,  guiada pelas mesmas questões,  e será sucedida por mais mostras. O artista segue com suas lista de 900 filmes que, vez ou outra, por acaso, é ampliada por outra produção que ele encontra.

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