Endereços influenciados pela comunidade italiana em São Paulo
De cantinas tradicionais a edifícios históricos, um roteiro de símbolos do país europeu na cidade
Conheça alguns dos símbolos na capital ligados à influente comunidade italiana, que reúne 15 milhões de descendentes no estado.
Inaugurada em 1907, trata-se da segunda mais antiga cantina em funcionamento ininterrupto na cidade — perde apenas para o restaurante Carlino, na Vila Buarque, fundado em 1881. Atrai pela música ao vivo e pelos pratos fartos à moda típica italiana. O menu oferece dezenas de tipos de massa, como o fusilli ao molho bolonhesa (R$ 69,50), e carnes, a exemplo do filé à parmigiana (R$ 92,50) e da braciola recheada de bacon (R$ 20,50). Rua Conselheiro Carrão, 416, Bela Vista, ☎ 3288-1460.
Fundado em 1911 por um grupo de imigrantes interessado em preservar a cultura de seu país natal, é um dos pioneiros no ensino misto para meninos e meninas. Trazia professores diretamente da Itália. Após décadas de expansão, foi federalizado e levou o nome Colégio Visconde de São Leopoldo entre 1942 e 1946, período em que o Brasil e a Itália fascista estiveram em lados opostos na II Guerra Mundial.
Mais de 100 anos depois, a instituição privada recebe muitos alunos cuja família estuda ali há várias gerações. Mantém-se como um dos mais tradicionais de São Paulo. Alameda Jaú, 1061, Cerqueira César, ☎ 3179-4400.
Em uma época em que eram raros os imóveis com mais de cinco andares, o empresário Giuseppe Martinelli sonhava em erguer o mais alto arranha-céu da América do Sul. Conforme o projeto ia ficando mais ambicioso, ele próprio assumiu o comando arquitetônico e entregou em 1929 o prédio com exatos trinta andares.
O endereço perdeu o título em 1947, com a inauguração do Edifício Altino Arantes. Após anos de glória e decadência, o espaço hoje pertence à prefeitura e abriga diversos órgãos da municipalidade. A visitação foi suspensa em março deste ano devido a uma reforma no terraço. Avenida São João, 35, centro, ☎ 3104-2477.
Batizado com o nome de um dos mais prósperos imigrantes italianos de São Paulo, é o ponto de encontro de juventinos e não juventinos que fazem fila todos os domingos para acompanhar os jogos do clube e saborear o tradicional cannolo (5 reais) da arquibancada. Foi em uma partida entre Santos e Juventus que Pelé marcou o gol que considera o mais bonito de sua carreira. Rua Javari, 117, Mooca, ☎ 2292-4833.
Festa de Nossa Senhora de Achiropita
A 91ª edição da quermesse, uma das mais tradicionais da cidade, começa em 5 de agosto e vai até 3 de setembro. Rola no entorno da igreja erguida por imigrantes calabreses em 1918. Entre os pratos típicos, há delícias como fogazza, macarrão com molho à moda da festa e melanzana ao forno. Ruas Treze de Maio, São Vicente e Doutor Luís Barreto, s/nº, Bixiga, ☎ 3106-7235.
Todo ano, cerca de 300 voluntários se reúnem para montar o evento em homenagem ao padroeiro da Mooca. A festa é regada a vinho e há quitutes preparados por mammas italianas, como polenta, fogazza, pizza, doces e macarronada. A edição deste ano começa em 9 de setembro. Rua da Mooca, 950, Mooca , ☎ 3209-0089.
Instalado em um palacete mantido pela embaixada do governo italiano no Brasil, oferece cursos da língua e intermedeia relações com estudantes de intercâmbio. Oferece também uma extensa programação focada em música, cinema e filosofia, inspirada nos grandes artistas e pensadores da Itália.
Em 1º de agosto, haverá a exibição gratuita do filme Mondo Cane (1962), seguida de um debate mediado pelo professor Oscar Marzorati. O evento é o primeiro de um ciclo de palestras sobre os documentários mais emblemáticos do país. Avenida Higienópolis, 436, Higienópolis, ☎ 3660-8888.
Idealizado pelo italiano Gaetano Brancati Luigi, nascido durante a II Guerra, o monumento em formato de sino simboliza a união entre os povos. Está instalado no Pátio do Colégio desde 2000. Já foi reproduzido em outros cinco países e tem cópias também na Lapa, no Tatuapé e no Parque da Juventude, em Santana. Pátio do Colégio, 2, centro.
Hoje sede do Museu Catavento, o imóvel projetado pelo arquiteto italiano Domiziano Rossi foi inaugurado em 1924 para abrigar um centro cultural que virou símbolo da pujança econômica do período industrial no Brás. O bairro recebeu os primeiros chegados da Itália, na virada do século XIX para o XX. Funcionou como sede da prefeitura de 1992 a 2004. Parque Dom Pedro II, Avenida Mercúrio, s/nº, Brás, ☎ 3115-0051.
Paróquia São Miguel Arcanjo
Fruto de uma promessa ao padroeiro feita por um jovem migrante que amargou longos meses no trajeto até o Brasil, a igreja foi fundada inicialmente na Rua Bráulio Gomes, no centro. Foi desapropriada pelo governo em 1938 e transferida para a Mooca, onde ganhou status de paróquia em 1960. É comandada pelo padre Júlio Lancellotti. Rua Taquari, 1100, Mooca, ☎ 2692-6798.
Praça Cidade de Milão
Inaugurada nos anos 60 para celebrar a união de São Paulo e Milão como “cidades irmãs”, exibe um portentoso chafariz com réplicas das esculturas renascentistas Dia, Noite, Crepúsculo e Aurora, de Michelangelo, instaladas em Florença. Uma curiosidade: aqui, o sexo das figuras mitológicas foi coberto com folhas de vinha. A fonte passou por restaurações em 1988 e 2003. Avenida República do Líbano, 1394-1622, Moema.
O pequeno salão da loja fundada em 1913 pelo calabrês Domenico Albanese fica repleto de produtos no estilo das antigas mercearias: antepastos, vinhos, massas e embutidos. As grandes estrelas do lugar são o pãozinho italiano (8 reais) e as sobremesas de produção própria. Rua São Domingos, 330, Bela Vista, ☎ 3104-7600.