Dia do Choro inspira série de shows e agita redutos do gênero
Wanderléa cantando chorinhos no Sesc Pompeia e encontro de chorões no Vão do Masp estão entre as atrações
O trabalho constante dos chorões para manter viva a tradição de uma das expressões mais legítimas da nossa cultura ganha uma empurrãozinho todo 23 de abril. É o Dia Nacional do Choro, celebrado na data de aniversário de Pixinguinha, um dos mestres do chorinho, que completaria 116 anos não tivesse morrido há quatro décadas. Filho caçula de Raimunda Maria da Conceição e Alfredo da Rocha Viana, o compositor carioca é considerado uma das principais figuras da música brasileira. Arranjador, saxofonista e flautista, criou choros inesquecíveis, como Sofres Porque Queres, Carinhoso e Lamentos.
É bonito ver a agitação em torno da data, marcada por rodas e shows com repertórios em homenagens a tantos outros nomes que deixaram suas contribuições ao ritmo, como Chiquinha Gonzaga e Radamés Gnattali, citando aleatoriamente. A programação especial começou tímida na primeira semana de abril e se intensifica com a proximidade da data. Vale garantir o quanto antes os ingressos para os shows da série Choro Brasileiro: da Boemia ao Concerto no Sesc Pompeia –na quinta (25), Leo Gandelman e o Novo Quinteto interpretam o álbum Radamés e o Sax. O Sesc Bom Retiro também mergulha no tema, com exposições e rodas didáticas e a apresentação de Hamilton de Holanda nesta terça (23).
A boa surpresa do mês é o encontro de chorões no Vão Livre do Masp no dia 23. Organizada por integrantes do coletivo de músicos Movimento Sincopado, a roda de choro democrática ocupará o espaço a partir das 16h, e terá até leitura de textos sobre Pixinguinha. Acompanhe o roteiro:
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► Bar do Alemão (+ leia mais)
Valdo Gonzaga e Luís Nassif estão à frente da roda de choro promovida às segundas-feiras no tradicional bar da Avenida Antártica, na Água Branca, hoje de propriedade do músico Eduardo Gudin. A noite, apelidada de Tem Alemão no Choro, começa às 21h e termina à meia-noite. Chorões amigos podem aparecer para dar uma canja. Para acompanhar o chope (R$ 6,40), a porção de salsicha mista é a pedida. O couvert artístico vai de R$ 8,00 a R$ 12,00.
► Bar do Cidão (+ leia mais)
Todo dia é dia de choro no Bar do Cidão. Um dos redutos do samba e do chorinho na cidade, o boteco de ambiente simples perdeu seu fundador em julho do ano passado. Agora, é dona Rose, sua mulher, quem recebe os apreciadores de boa música com um sorriso no rosto. Em rodas informais nas mesas, os músicos celebram a obra de compositores brasileiros enquanto bebericam uma gelada. A cerveja de garrafa (600 mililitros) custa de R$ 7,50 a R$ 8,50.
► Ó do Borogodó (+ leia mais)
Referência na cidade quando o assunto é choro, a apertadinha casa da Vila Madalena privilegia o gênero às terças, com Zé Barbeiro (violão 7 cordas), Alessandro Penezzi (violões), Fabrício Rosil (cavaquinho) e Roberta Valente (pandeiro). O público jovem, que é maioria, se sacode pelo salão; nas mesas, garrafas de Original. Durante a semana, o couvert custa R$ 20,00.
► Zeppelin Madalena (+ leia mais)
O salão do bar é tomado pelos aromas de feijoada e por clássicos do chorinho todo fim de semana, das 14h às 18h. No sábado, a trilha sonora ao vivo fica por conta de João Macacão, Stanley, Tigrão e Cidão. No domingo, é a vez de Giba e seus convidados. A casa cobra R$ 7,00 de couvert. O prato individual custa R$ 37,90. Para duas pessoas, R$ 69,90. A imbatível cerveja de garrafa domina as mesas: Serra Malte e Original saem por R$ 8,00, Norteña e Stella Artois, por 17,50.
► Verissimo Bar (+ leia mais)
Em um palquinho no fundo do bar, o conjunto Balanço do Choro passeia pela história do ritmo, com releituras de Pixinguinha e Jacob do Bandolim, enquanto grupos de amigos e famílias saboreiam a feijoada completa, servida das 14h às 17h (R$ 42,00 por pessoa). Os clientes pagam R$ 7,00 de couvert artístico.
O MÊS DO CHORO ■ Programe-se com a lista de shows em homenagem à data