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‘Charlie Brown sem o Chorão não existe’, diz Champignon

"A Banca", formada por ex-integrantes do Charlie Brown Jr., é uma das atrações mais aguardadas da Virada Cultural

Por Mayra Maldjian
Atualizado em 5 dez 2016, 16h00 - Publicado em 17 Maio 2013, 13h52

Versos de Proibida pra Mim, Lugar ao Sol e de outros tantos sucessos do Charlie Brown Jr vão ecoar pela Avenida São João na madrugada de domingo (19), durante a Virada Cultural. A partir das duas da manhã, ex-integrantes da banda santista se reúnem para uma homenagem a Chorão, morto em março aos 42 anos.

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O show, intitulado Chorão Eterno, é conduzido por Champignon (nos vocais), Marcão (guitarra), Thiago Castanho (guitarra) e Bruno Graveto (bateria), que agora formam “A Banca” (com aspas mesmo) –para ocupar o posto de baixista, o quarteto convidou Lena.

A estreia do grupo nos palcos ocorreu em Lorena, interior paulista, no último dia 4, com ingressos esgotados. O show da Virada vai ser o mesmo que eles têm apresentado em sua primeira turnê, dedicada ao parceiro e aos 22 anos do Charlie Brown. “Vamos tocar os hits e fazem homenagens com vídeos”, conta Champignon em entrevista à VEJINHA.COM. “O Xande, filho dele, está trabalhando com a gente também. Ele reuniu umas imagens do pai para projetamos no telão.”

Confira abaixo o bate-papo com o músico sobre a decisão de formar “A Banca”, os primeiros passos do grupo sem Chorão rumo a um trabalho autoral e como tem lidado com a saudade do amigo.

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VEJA SÃO PAULO — Como foram os shows de Lorena e de Rio Claro, os primeiros sem o Chorão?

Champignon — É bem estranho não ter ele com a gente, é dolorido ter que continuar na estrada sem ele. Mas ao mesmo tempo estamos felizes por ter a oportunidade de continuar tocando com a banda, fazendo o que a gente ama. Os fãs ficaram ao nosso lado, graças a Deus. O primeiro show teve ingressos esgotados, o segundo foi quase tudo também.

Você assumiu os vocais agora, como tem sido essa experiência?

Um pouco estranha. A gente colocou uma baixista na banda para eu poder ficar mais à vontade, para tentar continuar jogando a mesma energia que o Chorão jogava. Ele era um cara incrível, muito comunicativo, tinha a moral de mexer com o público. Em princípio eu estava meio preocupado de como seria a reação da galera, mas me receberam com o coração aberto. Ainda estou me adaptando, porque é um choque de realidade. Agora eu tenho que ser o comunicador. Eu já tive uma banda em que eu cantava, então retomei o que havia começado a fazer em 2006 [com o Revolucionnários], mas tem sido uma experiência super nova para mim.

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Nesse primeiro momento, “A Banca” tem apresentado versões dos grandes hits do Charlie Brown Jr., mas vocês disseram no programa Altas Horas que estão compondo novas músicas.

Somos compositores compulsivos. Todo mundo aqui cada semana vem com uma música nova. Eu já tinha um material de um tempo atrás. O Thiago [Castanho] me mostrou umas músicas esses dias, ficaram bem bacanas. Já temos um material, mas tudo acabou de acontecer, temos que maturar ainda.

Mas a ideia é lançar um disco ainda este ano, não?

Primeiro vamos lançar o novo disco do Charlie Brown Jr., La Família 013, em julho ou agosto, com treze músicas e um DVD de bastidores. Também queremos gravar CD e DVD ao vivo em homenagem ao Chorão e aos 22 anos da banda, já com uma ou duas inéditas. A gente pretende entrar em estúdio mesmo com “A Banca” no fim do ano ou no começo do outro, e lançar o trabalho depois do Carnaval. É o que temos conversado, mas tudo pode mudar.

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Vocês convidaram Marcelo D2, Negra Li, Zeca Baleiro para participar do show no Altas Horas. Eles vão estar no disco da banda também?

Eles são grandes amigos que a gente foi fazendo na estrada, durante nossa história. O D2 já participou do nosso acústico. O Zeca Baleiro fez uma versão de Proibida pra Mim, a Negra Li cantou numa música chamada Não É Sério do nosso terceiro disco. O Dinho Ouro Preto nunca participou em nada, mas se tornou um grande amigo. Tem o Digão [Raimundos] e o Di, do NXZero, que participaram do primeiro show [em Lorena]. O Falcão do Rappa deu a maior força para a gente. Com certeza essa amizade pode se reverter em parcerias e shows também.

Por que não continuar como o Charlie Brown Jr.?

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A gente acha que Charlie Brown sem o Chorão não existe, não se sentiria à vontade. Acho que é uma boa solução de continuar tudo o que a gente fez, da mesma maneira, mas sem o cara. Por que “A Banca”? A banca significa o movimento de uma determinada galera, tipo uma gangue. A gente não é o Charlie Brown, a gente é a banca do Charlie Brown. Mas a essência continua a mesma.

O Chorão deixou muita coisa inédita?

Ele era um cara compulsivo, escrevia muito. Mas a gente não pretende ficar mexendo nisso agora, porque letra é um negócio muito pessoal. É uma coisa que você tem que viver a experiência. E de repente pode não soar muito verdadeiro. Ele tem muita coisa inédita. Pode ser que depois desse disco [da “Banca”] surja um de inéditas na voz dele mesmo, só que isso é uma coisa que ainda temos que buscar, ver tudo o que a gente gravou. Ele era um cara que trabalhava muito, deixou um roteiro de um filme, O Cobrador, que o filho dele vai dar continuidade.

O que as novas composições abordam?

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A nossa essência é falar sobre o que a gente vive. O Chorão era assim, ele colocava as denúncias dele no papel. As letras vão continuar tendo a mesma essência, mas cada um tem uma visão de mundo diferente. Vai ser inevitável falar da falta que ele faz, de tudo o que aconteceu. Mas a gente tem que ter o cuidado de não fazer um CD muito depressivo, porque o Chorão era uma cara que tinha muita vida. Então a gente vai homenageá-lo de uma forma positiva, para cima. Foi horrível isso tudo o que aconteceu, a gente ainda está se recuperando do baque, tem momentos do show que dá um nó na garganta, fica difícil cantar. É um sentimento pesado.

Como você faz para aliviar esse peso?

Quando a gente começou era um bando de moleque que tinha uma fita demo e um sonho, que era fazer o mundo ouvir a nossa história. Tudo isso a gente fez junto. Nesse último ano de banda ele ficou mais distante da gente. Mas é um cara que faz uma falta incrível em tudo. Dar esse passo [sem ele] está sendo triste. Mas a gente tem um público muito grande, temos a obrigação de continuar. Ele não ia gostar se a gente parasse. Em respeito a ele a gente a gente continua, para honrar tudo o que fizemos até hoje.

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