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Festival no Ibirapuera retoma legado do Free Jazz

Agora com o nome de C6 Fest, line-up apresenta atrações promissoras da música internacional para shows intimistas, sem muvuca ou embate de horários

Por Tomás Novaes
19 Maio 2023, 06h00

Depois de dezesseis edições do Free Jazz, entre 1985 e 2001, seis do Tim Festival, entre 2003 e 2008, e outras versões menores, o evento criado pela Dueto Produções, das irmãs Sylvia (1960-1998) e Monique Gardenberg, está de volta. Desta vez com o nome C6 Fest, retorna ao mesmo local e com o mesmo espírito: no Parque Ibirapuera, trará nomes promissores da música internacional para shows intimistas, sem muvuca ou embate de horários. “Eu fui muito ao Free Jazz quando era jovem, era apaixonada. Hoje, no Brasil, não tem nada igual. Então decidi ir atrás da Monique e fazer essa proposta de reeditarmos o festival”, conta a head de marketing Alexandra Pain. Ocupando cinco espaços diferentes, o festival segue com a mesma dinâmica: o ingresso é comprado por palco, ou seja, você não pode transitar livremente pelo complexo. A entrada diária (que varia de R$ 380,00 a R$ 680,00) dá direito a três ou quatro shows, e também a uma área comum com música ao vivo de DJs selecionados pela equipe da balada Tokyo, além de comes e bebes. Entre os destaques, estão Caetano Veloso, Kraftwerk, Jon Batiste e Samara Joy (confira outras atrações abaixo).

Registros do Free Jazz: B.B. King, em 1994
Registros do Free Jazz: B.B. King, em 1994 (Lourival Ribeiro/Acervo Dedoc)

“É diferente de um festival em que vão 100, 70 000 pessoas. Você vai a um line-up com trinta artistas, mas, na sua experiência, você acaba vendo quatro, cinco. O que a gente fez foi dividir em palcos e fazer um evento ‘antifrustração’: você vai conseguir ver exatamente o que quer”, explica o advogado Ronaldo Lemos, um dos integrantes do time de curadores, que também tem Hermano Vianna, José Nogueira, Pedro Albuquerque e Felipe Hirsch. “O festival tem uma marca registrada, que é o line-up não óbvio. Ele traz um nome que está prestes a estourar para você ver um show que, no futuro, só vai poder assistir bem espremido”, resume Lúcio Mauro Filho, fã e embaixador do evento.

Liderada por Adam Granduciel, The War On Drugs é uma das representantes da nova geração do rock gringo
Liderada por Adam Granduciel, The War On Drugs é uma das representantes da nova geração do rock gringo (Jimmy Fontaine/Divulgação)

Estreia no Brasil

No domingo (21), a banda The War On Drugs faz seu primeiro show no Brasil, às 20h40, na Tenda Heineken. Formada em 2005 e liderada por Adam Granduciel, é uma das representantes da nova geração do rock americano. “Nós ouvimos por anos o quanto os brasileiros amam rock, mas nunca conseguimos ir”, disse o vocalista do grupo, que lançou seu último álbum, I Don’t Live Here Anymore, em 2021. “Eu comecei a escrever antes de ter um filho, e ele nasceu no meio da pandemia. Foi um momento estranho, bagunçado, mas bonito”, disse o músico. No mesmo palco, também estreiam no país a banda Black Country, New Road, às 18h, e Weyes Blood, às 19h10.

Repertório de Tim Bernardes terá canções eternizadas na voz de Gal Costa
Repertório de Tim Bernardes terá canções eternizadas na voz de Gal Costa (Marco Lafer/Divulgação)

Gal para sempre

O paulistano Tim Bernardes, 31, se apresentará no domingo (21), na Arena Externa Metlife, às 17h05. O repertório será especial: canções eternizadas na voz de Gal Costa (1945-2022). “É a primeira vez que faço esse show”, disse ele, que dividiu o palco com a cantora no que veio a ser seu show derradeiro, no Coala Festival, em setembro passado. “Posso cantar e homenagear a Gal infinitamente, mas aquela experiência foi a mais bonita. Dava para sentir o tesão que ela tinha pela música”, conta. O mesmo palco terá o show 1973, às 16h, e Caetano Veloso, às 18h15.

Homenagem a Zuza contará com Zé Nogueira, Moacir Santos e Mario Adnet
Homenagem a Zuza contará com Zé Nogueira, Moacir Santos e Mario Adnet (Guto Costa/Divulgação)

Tributo ao Zuza

Nesta sexta-feira (19), o primeiro show no Auditório Ibirapuera, às 20h, será uma homenagem a Zuza Homem de Mello (1933-2020), musicólogo, escritor e curador do Free Jazz e Tim Festival. Os anfitriões serão Mario Adnet e Zé Nogueira — saxofonista e também um dos curadores originais do festival —, fundadores da Orquestra Ouro Negro, dedicada à obra do maestro Moacir Santos (1926- 2006). Fabiana Cozza, Gabriel Grossi e Mônica Salmaso farão participações especiais no show. “A ideia da homenagem veio da Monique. É muito merecido. Tenho certeza de que ele está amando isso, foi um dos trabalhos que mais lhe deu prazer”, disse Ercília Lobo, produtora cultural e viúva do curador. Em seguida, no mesmo palco, apresentam-se três novos nomes do jazz internacional: Nubya Garcia, às 21h, Julian Lage, às 22h, e Tigran Hamasyan, às 23h.

Cantora e ompositora californiana Weyes Blood estreia no país no domingo (19)
Cantora e compositora californiana Weyes Blood estreia no país no domingo (19) (Neil Krug/Divulgação)

Alquimista folk

“Eu estava ansiosa para vir para o Brasil”, disse Weyes Blood — nome artístico de Natalie Mering, 34, cantora e compositora californiana que estreia no país no domingo (21), às 19h10, na Tenda Heineken. Entrevistada pela Vejinha no dia seguinte à morte de Rita Lee (1947-2023), sem saber da notícia, citou a banda Os Mutantes como uma de suas favoritas. “Eu não sabia disso! Que triste. Eles são como os Beatles do Brasil”, comentou. Com sonoridade folk-pop e letras que refletem os tempos atuais, a cantora acredita que a arte tem uma função social. “Penso que os artistas são como alquimistas, que cristalizam o lado mais perverso da sociedade em uma bela expressão, para que todos possamos evoluir a maneira como lidamos com tudo isso”, definiu.

Parque Ibirapuera. Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº, ☎ 5574-5045. → Sex. (19) e sáb. (20), a partir das 17h. Dom. (21), a partir das 16h. R$ 380,00 a R$ 1 460,00. c6fest.com.br.

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Publicado em VEJA São Paulo de 24 de maio de 2023, edição nº 2842

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