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Peça “Terremota” retrata a vida de muitas crianças paulistanas

Montagem aborda temas como educação, sonho, solidão e saudade dos pais

Por Bruna Ribeiro
Atualizado em 5 dez 2016, 16h19 - Publicado em 7 fev 2013, 19h01

Depois de uma apresentação de Terremota no ano passado, uma espectadora que se identificou como Isabela, de 6 anos, disse que era como Maria, a personagem principal. “Eu brinco sozinha e sinto muita saudade da minha mãe, porque ela trabalha o dia inteiro”, afirmou a menina no debate pós-espetáculo.

O depoimento causou silêncio no teatro e emocionou Jackie Obrigon, atriz que interpreta Maria. “Isabela identificou exatamente o que o diretor Marcelo Romagnoli quis passar.” Diariamente, crianças paulistanas passam horas sozinhas em apartamentos, tentando se divertir em um universo particular. “O texto da peça é muito metafórico. Falamos indiretamente do sonho, mas também da solidão da criança. Isabela internalizou isso e conseguiu colocar para fora.”

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Em cartaz novamente, no Sesc Belenzinho, a peça conta a história de uma garotinha que gosta de analisar o mundo através da janela de sua sala. Ela vive com o Tio Bigode e com o gato Platão. “Um dia, decreta autonomia e funda a República Terremota”, conta o diretor Romagnoli. A partir de então, “Maria Terremota”, como passa a ser chamada, impõe as suas regras em casa. “Isso revela a relação de poder entre adultos e crianças. Quem ensina quem? Maria realmente questiona o mundo adulto e se torna a dona do apartamento.”

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De acordo com Romagnoli, a personagem é uma junção de duas figuras conhecidas na literatura infantil: Mafalda e Pippi Meialonga, da escritora sueca Astrid Lindgren. “Elas são libertárias e revolucionárias”. A ideia de montar a peça surgiu em 2006, quando Jackie entregou o livro a Marcelo. Ficaram namorando a ideia de montar o espetáculo por anos até a atriz finalmente resolver executar os planos. Romagnoli escreveu, então, o texto, que acabou por ser mais do que a adaptação da obra. “Ele pegou o espírito e criou outra história. Não mudamos uma vírgula do primeiro texto que trouxe”, elogia Jackie. Depois, a dupla convidou Guto Tognazzolo para completar o elenco. 

A montagem recebeu seis indicações ao Prêmio Coca-Cola FEMSA de Teatro 2013, nas categorias melhor ator, melhor atriz, melhor espetáculo, melhor texto, melhor figurino e melhor trilha sonora. Em 2012, Romagnoli ganhou ainda o Prêmio APCA 2012 na categoria melhor texto. “Pretendemos fazer outras coisas juntos, mas ainda não temos nada planejado”, diz o diretor. Após a temporada no Sesc Belenzinho, Terremota segue para mais apresentações no Teatro Alfa, entre os dias 30 de março e 19 de maio. Não perca.

 

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