Rua do Gasômetro vira point de móveis de design
No coração do Brás, a região tem várias lojas especializadas em cadeiras e poltronas que são réplicas de peças famosas
A Rua do Gasômetro, no Brás, sempre foi conhecida como o reduto dos marceneiros pela extensa oferta de madeiras, ferragens e artigos do gênero. De uns tempos para cá, no entanto, várias lojas do local se especializaram na venda de móveis como cadeiras e poltronas (a maioria importada da China) que são réplicas de obras de nomes consagrados do design contemporâneo, como o francês Philippe Starck. Um dos modelos mais procurados, a cópia da cadeira Tulipa, do finlandês Eero Saarinen, custa a partir de 600 reais na região. Uma versão similar na rede Tok&Stok, com nove lojas na capital, sai pelo dobro. Outro dos hits atuais do comércio do bairro é a cadeira Plastic Chair (mais conhecida no comércio como DKR), clássico da década de 50 dos americanos Charles & Ray Eames, que pode ser encontrada a partir de 260 reais.
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Ofertas como essas têm atraído cada vez mais clientes para a região. Um dos estabelecimentos do local, a Ludarte, especializada em produtos de acrílico, montou há cinco anos uma fábrica na Zona Leste para dar conta da demanda crescente. “Antigamente, recebíamos por aqui apenas marceneiros e arquitetos”, conta o sócio Felipe Tukaze. “Agora, muitos dos nossos clientes são pessoas que procuram coisas para decorar a casa.” A Ludarte briga no pedaço com estabelecimentos como Elegancy Design, Madepérola e Scaplac. Outra concorrente forte é a Casa Viva, estabelecida desde 2011 na vizinhança. “Estamos crescendo 15% ao ano”, contabiliza o proprietário, Armando Chahin. No local, estão disponíveis cerca de oitenta modelos de poltrona e cadeira, um cardápio de itens quase 30% maior do que havia por lá na época do início do negócio.
A região do Gasômetro é feia e costuma assustar visitantes acostumados ao conforto dos shoppings. Ela tem ruas esburacadas, pouca oferta de vagas para estacionar e trânsito pesado. Se não bastasse, passa no momento por reformas para recuperar o calçamento e enterrar os fios da rede elétrica. Segundo a prefeitura, tudo deve ficar pronto até o fim do ano. Quem vence esses obstáculos pode fazer bons negócios no lugar. Na última semana, por exemplo, os sócios Felipe Bondezan e Tacio Rodrigues buscavam móveis para a futura loja de ternosda dupla, em Perdizes, na Zona Oeste. “Aqui foi onde achei as peças mais baratas”, elogiou Bondezan. A designer de interiores Mayra Navarro, que vem acompanhando a transformação do comércio local, elogia a variedade de móveis encontrada atualmente por lá, mas faz uma ressalva. “Essas mercadorias não costumam apresentar o mesmo cuidado com o acabamento e a ergonomia das originais”, diz. Ou seja, como qualquer cópia, o produto parece, mas não é.