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Lojas de grifes internacionais recém-chegadas, como Balenciaga, aguardam o fim das restrições para operar

Shoppings paulistanos de luxo também oferecem serviço para compra virtual e personalizada

Por Saulo Yassuda Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 Maio 2024, 20h25 - Publicado em 9 abr 2021, 01h07
Interior de loja Celine
Celine, no Cidade Jardim: espaço para nomes de alto padrão (Manu Oristanio/Divulgação)
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Nem uma crise tão aguda como a que se atravessa no momento consegue barrar a chegada de marcas de luxo à capital. Tênis com solado alto e efeito curvado, camiseta branca 100% algodão de modelagem reta, casaco todo amarelo com capuz… Esses são alguns dos itens (7 420, 3 130 e 6 820 reais, respectivamente) que estarão no espaço da primeira loja da Balenciaga no país, prontinha para ser inaugurada no térreo do Shopping JK Iguatemi. A marca espanhola de luxo, com um pé no streetwear, só aguarda o sinal verde do governo do estado para funcionar — o comércio presencial estava vetado pelo menos até o domingo (11).

Enquanto não se pode sacar o cartão de crédito fora de casa, o público de carteira recheada encontra uma sorte de peças no e-commerce Iguatemi 365. A promessa é que a plataforma ofereça quinze novas etiquetas gringas antes do fim do ano.

Mesmo em um período de tantas restrições, o setor não viu o movimento desacelerar na mesma velocidade de outras áreas. Os olhos estão no futuro. Entre janeiro de 2015 e dezembro de 2020, o mercado de vestuário e calçados de luxo no varejo caiu 21,4% em valor de vendas. A estimativa da provedora de pesquisa de mercado Euromonitor International, porém, é que os números tenham crescimento consolidado de 51% entre 2020 e 2025.

A Iguatemi Empresa de Shopping Centers está prestes a expandir o número de vitrines ostentação com a Balenciaga, que se soma a um espaço físico do braço mais jovem do grupo italiano Missoni, a M Missoni, em funcionamento no JK Iguatemi desde junho passado. “Ainda neste ano, vamos trazer três nomes internacionais inéditos para o shopping”, revela Cristina Betts, CFO do grupo.

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Fachada de loja M missoni
Loja italiana M Missoni, no JK Iguatemi (Divulgação/Divulgação)
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Também do mercado dedicado à opulência, a JHSF mantém em sigilo o desembarque de três marcas nos shoppings paulistanos dos quais é dona. E olha que em dezembro de 2020 a companhia inaugurou o CJ Shops, no Jardim Paulista, com 100% de ocupação. Com o lockdown, a freguesia teve pouco tempo para encher as sacolas na primeira butique fora da França de Ines de La Fressange ou na loja estreante na América Latina de Isabel Marant, também francesa. Outro lançamento da empresa oriundo do mesmo país e famoso pelas roupas, calçados e bolsas, a Celine opera desde dezembro. Também no shopping Cidade Jardim desde outubro está a californiana Sundek, aquela das bermudas coloridas de muitos cifrões.

Embora o e-commerce do grupo, o CJ Fashion, tenha mais de 400 nomes e esteja em expansão, é inegável a importância das vendas presenciais. “Passado o primeiro fechamento (da quarentena), vimos em junho que, em média, as lojas tiveram crescimento vertiginoso, de mais de dois dígitos, em relação ao mesmo mês do ano anterior”, diz Robert Bruce Harley, CEO da JHSF Malls. Não só Bruce defende a tese. “Com produtos de tíquete de valor médio a alto, o contato físico com a peça é importante para o comprador”, faz coro Cristina, do Iguatemi. É a tal experiência, palavrinha tão usada ultimamente.

Corredor do shopping CJ Shops
O novo CJ Shops, no Jardim Paulista, inaugurado em dezembro de 2020 com 100% de ocupação (Marcelo Donatelli/Divulgação)
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Mesmo com a nova leva de aberturas, não se trata de uma época para arroubos. É só lembrar a fila de marcas que deixaram o país pré-pandemia, caso da italiana Versace. “Grifes agora em processo de abertura estavam engatilhadas havia quatro, cinco anos”, explica Carlos Ferreirinha, presidente da MCF Consultoria, especializada em gestão do luxo. “Mas muitas negociações foram interrompidas.” Por outro lado, o especialista vê espaço para aumento de mercado. “Há muito dinheiro represado e ausência de fluência internacional — sempre exportamos compradores, que agora estão por aqui.”

 

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Publicado em VEJA São Paulo de 14 de abril de 2021, edição nº 2733

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