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Lojas vendem produtos recuperados de acidentes com cargas

Estabelecimentos têm de geladeiras a vassouras com preços abaixo dos cobrados no mercado. Confira três endereços 

Por Veja São Paulo
Atualizado em 1 jun 2017, 16h30 - Publicado em 19 nov 2015, 16h24
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salvados 2 (Fernando Moraes /)
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À primeira vista, a loja Armazém 7 parece um galpão. Localizado na Mooca, o portão azul fechado, sem vitrines e com forte sistema de segurança, esconde uma loja de produtos “salvados”. Esse tipo de negócio atrai clientes ao revender itens recuperados por empresas de seguro em acidentes de carga e os oferece a preços mais em conta, mesmo que, para isso, o comprador leve para casa mercadoria riscada, amassada ou com a embalagem remendada.

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No estabelecimento, uma geladeira pode sair por cerca de 1 100 reais, uma bicicleta por 1 800 e um celular por aproximadamente 699, valores até 55% menores quando comparados aos de um grande magazine.

A maior parte dos itens tem garantia de fábrica. “Caso apresente algum defeito de funcionamento, o cliente pode trocá-lo ou pegar o dinheiro de volta”, disse Flávio Ferrer, um dos donos da Armazém 7. Ferrer conta ainda que chega a pagar entre 15 000 reais ou 2 milhões de reais para adquirir um lote novo de mercadorias. “Vendo os produtos por até 60% a mais do que paguei.”

O que vem dentro dos carregamentos, porém, é um mistério. “Às vezes, precisamos retirar com pá”, brinca. Já receberam de seguradoras instrumentos musicais, chinelos, camisas de time e até um caiaque, o que transforma as prateleiras do seu negócio em um pandemônio entre bons achados e mercadorias danificadas.

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Ao menos 30 000 reais que entraram no caixa do Armazém 7 saíram do bolso do empresário Augusto Pereira Lima, de 31 anos. Ele afirma já ter enfrentado fila de quase um quarteirão atrás de boas ofertas. Enquanto esperava as portas abrirem, escutava os cochichos de novos clientes, curiosos sobre o que poderiam encontrar.

Virou habitué e agora visita a loja ao menos duas vezes ao mês. “Você fica viciado”, disse. Comprou relógio, fogão, geladeira, televisão, microondas e louças. Para fazer uma boa compra, diz ele, é preciso olhar com atenção às caixas mais surradas. “Há uma regra de ouro dos ‘salvados’: quanto maior a avaria, menor o preço.” 

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Em uma época de contenção de receitas, há uma tendência de as pessoas comprarem usados, segundo o consultor de varejo e professor da Fundação Getulio vargas Roberto Kanter. “Mas é preciso se preocupar com a procedência e pedir garantia da fábrica”, ressalta.

Para o economista Claudio Felisoni, professor da USP e presidente do conselho do Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (FIA), essas lojas são boas alternativas em momentos de crise. “São limitadas, mas geram curiosidade”, disse.

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A gerente de uma loja de eletrônicos Regiane Pereira da Silva, de 31 anos, foi atrás dos ‘salvados’ aconselhada por colegas de trabalho. Conheceu a Super Preço, na Vila Sabrina, e ficou embasbacada com a disparidade dos preços e dos produtos.

Entre itens de higiene, bebidas, calçados e bolsas, com preços até 50% menores que os de lojas comuns, é possível encontrar uma estátua de latão, com uma mulher segurando um faisão sustentada por cachorros e crianças.

A excentricidade, comprada em um leilão da Receita Federal, porém, não sai barata e a peça custa 9 990 reais. “Alguns antiquários apareceram para dar uma olhada. Ainda vou vendê-la”, diz Emerson Canato, um dos donos.

E quanto às vendas em época de crise? “Muito bem, obrigado. Estou crescendo”, responde Luciano Marques, que comanda a rede Comercial Smart, com sete filiais em São Paulo. Marques diz vender 30% mais barato que outros estabelecimentos do varejo e ainda tem um outlet. No atacado, abastece as vitrines de outras lojas de ‘salvados’. Planeja abrir mais pontos de venda nos próximos anos.

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Serviço:

Armazém 7

Rua Natal, 571, Mooca, Telefone: 2084-4073.

Super Preço

Rua Doutor João Ribeiro, 600, Penha da França. Telefone: 2225-2706.

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Praça Angelo Conti, 13, Vila Sabrina – Telefone: 2309-2527.

Comercial Smart 

Avenida Guilherme Cotching, 1 997, Vila Maria, Telefone: 3774-3682.

Avenida Joaquina Ramalho, 513, Vila Guilherme – São Paulo. Telefone: 3562-4007

Avenida Salim Farah Maluf, Tatuapé, São Paulo. Telefone: 2605-0777.

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Avenida Jardim Japão, 1 354, Jardim Brasil. Telefone: 2209-3254.

Avenida João Manuel, 1 045, Arujá. Telefone: 4655-0386 / 4651-3605

Rua Dr. Deodato Wertheimer, 1715 A, Mogi das Cruzes. Telefone: 2378-1008

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