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Alexandre Reza reinventa serviço de produção de joias

A marca se destaca por oferecer o serviço à moda antiga em Paris

Por Isabel Junqueira, de Paris
Atualizado em 5 dez 2016, 12h20 - Publicado em 26 jun 2015, 16h06
Alexandre Reza Joias
Alexandre Reza Joias (/)
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Depois de uma sucessão de vitrines poderosas, o número 21 da Place Vendôme não tem muito a dizer. Mas diante dessa grande porta da moradia parisiense do visconde de Fontpertuis nas primeiras décadas do século XVIII há uma pérola escondida. A noroeste da praça que mais concentra joalherias por centímetro quadrado, apresenta-se uma amante de pedras preciosas.

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De costas para Cartier, Chaumet, Chopard, Mauboussin e Repossi, Alexandre Reza volta a se destacar nesse mercado oferecendo um serviço à moda antiga, com total garantia de privacidade no atendimento. Sem passar pelo vaivém de recepcionistas, comum em lojas, a cliente tem para si os espaçosos aposentos de pé direito alto, com detalhes dourados em estilo rococó, afrescos, recentemente restaurados — um dos tetos é tombado como monumento histórico –, e muitos móveis dos séculos XVII e XVIII, a exemplo de uma mesa Boulle, emprestados da coleção particular da família fundadora do negócio.

Acomodada no salão, a freguesa é apresentada às peças disponíveis: a ideia é capturar seu gosto com base na reação que esboça diante dos itens arrumados em bandejas de veludo preto. Uma conversa sobre desejos e destinos começa a dar o contorno da joia: para o dia ou para a noite? Pedra preferida? Antiga ou moderna? “Todas as maisons tentam criar um ambiente íntimo dentro de seu espaço para proteger a pessoa dos olhares alheios e deixá-la à vontade. Mas nenhuma se compara à nossa: aqui é como se estivéssemos sozinhos num palácio”, diz o gerente de vendas Fabrice Boulet. Os itens mais modestos da marca custam cerca de 150 000 euros.

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Nascido em Moscou em 1922, Alexandre mudou-se com a família para a França ainda criança. Entrou no ramo vendendo diamantes a casas como Bulgari e Cartier, até criar sua joalheria, nos anos 50. Na década de 90, dois roubos, no total demais de 20 milhões de dólares, ameaçaram a continuidade do negócio. Em 2009, o fundador resolveu se aposentar, abrindo espaço para o filho Olivier Reza. O herdeiro fechou as filiais em Genebra, Nice, Nova York e Cannes. “Optei por um endereço excepcional para oferecer pedras excepcionais”, explica Olivier, falando sobre a decisão de concentrar os esforços em Paris.

O futuro da empresa parece bem encaminhado graças a um tesouro trancafiado em um depósito secreto. O local guarda um estoque de pedras naturaise não aquecidas, arrematadas por Alexandre desde o final da II Guerra. Segundo dizem, ele só se compara às coleções de reis, imperadores e marajás. Se hoje o estilo das joias ganhou ares contemporâneos com desenhos mais geométricos, a pedra foi e ainda é o ponto de partida das criações. Nesse aspecto, a família Reza tem tudo para ofuscar a concorrência com seu brilhante patrimônio escondido.

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