Festa Junina: gourmet X. tradicional
Na hora de montar um arraial em casa, vale pagar R$ 29,00 por uma pipoca doce ou a de R$ 2,99 quebra o galho? Comparamos o custo-benefício das comidinhas típicas da época das quadrilhas
Além das bandeirinhas coloridas, lojas de comidinhas costumam encher as prateleiras de quitutes típicos como bolo de milho e pé de moleque nesta época do ano. Se a ideia for fugir do tradicional, dá para encontrar itens bacanas em alguns endereços.
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Ao observar o preço das guloseimas, porém, há que se admitir: elas foram atingidas pelo “raio gourmetizador” e chegam a cobrar muito mais. Neste momento você já está pensando “Que ideia de jerico é essa de gourmetizar a paçoquinha?” ou “Quem mexeu no meu pé de moleque?”, não está? Respire, leitor. Comparamos seis doces tradicionais mais conhecidos com outras versões mais sofisticadas.
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Confira o que vale ou não pagar mais caro:
1. Pipoca caramelada Big Poc X Pipó Pipoca Gourmet
O primeiro item da lista tem uma diferença de preço considerável entre as duas marcas. Na versão encontrada em diversos supermercados e docerias, da Big Poc, o potinho com 35 gramas custa cerca de R$ 2,99*. Embora maior, as 135 gramas embaladas em uma bonita latinha da Pipó Pipoca Gourmet de caramelo com flor de sal saem por R$ 29.00. Aqui, o valor mais alto não significou maior qualidade. A pipoca barata estava com a cor mais viva e até mais crocante. Para quem não é tão formiguinha, porém, o sabor da opção mais cara é mais equilibrado no açúcar.
2. Pé de moleque Yoki X Pé de moleque do Mercadinho Dalva e Dito
Desta vez, o preço não é muito diferente. O problema é a quantidade. Se a compra for para poucas pessoas, não pense duas vezes em levar para casa as 50 gramas feitas no anexo do restaurante Dalva e Dito, do chef Alex Atala. O doce é mais fininho e tem o sabor do amendoim bem mais acentuado que a versão industrializada. Por outro lado, o pé de moleque da Yoki é vendido por cerca de R$ 7,69* e vem com 18 unidades. O gostinho de infância não faz feio frente à versão de Atala.
3. Paçoquita X Paçoca Conceição Discos e Comes
Depois do sucesso da paçoquita cremosa, deu para perceber que o doce tem defensores ferrenhos. Feita pela competente chef Talitha Barros, do Conceição Discos e Comes, a paçoca da casa não tem forma certinha, mas ganha da industrializada. O quitute feito um por um desmancha mais fácil na boca e não é superdoce. O preço, porém, pode amargar. A unidade custa R$ 4,00. Para uma ou duas pessoas o valor não pesa,claro. Mas se a ideia for comprar paçocas para uma festa junina para muitos convidados, os R$ 16,39* desembolsados na embalagem de 1 quilo de Paçoquita parecem mais atraentes.
4. Bolo de milho da Bolo à Toa X Bolo de milho com queijo meia cura do Sweet Pimenta
As duas versões provadas deste item têm receitas diferentes. A do Bolo à Toa, leva apenas milho e custa R$ 20,00. Já a pedida sazonal feita nas cinco unidades do restaurante Sweet Pimenta vai também com queijo meia cura. A fatia custa R$ 8,00 e, para levar, é preciso encomendar com antecedência. Não houve dúvidas: esqueça os ingredientes a mais, vá na opção da rede de bolos simples. Além de mais barata, apresentou-se fofinha e saborosa.
5. Doce de leite Portão de Cambuí X Doce de leite cremoso Laticínios Lara
No penúltimo item do teste, vale ressaltar a informação de que eles são diferentes. Avaliamos um doce de leite daqueles em barra (R$ 4,99) cortados em pequenos quadradinhos da marca Portão de Cambuí, e uma versão cremosa (R$ 18,00) feita na Laticínios Lara, Minas Gerais, e comprada na loja A Queijaria. Além dessas diferenças, a qualidade dos dois produtos está separada por um grande abismo. A versão artesanal estava muito mais fresca e equilibrada na quantidade de açúcar.
6. Teta de Nega Tetop X Nhá Benta
Embora se trate do mesmo quitute, as duas marcas avaliadas parecem até que fazem doces diferentes. Logo na primeira mordida na chamada teta de nega da marca Tetop fica claro que o produto tem ingredientes de baixa qualidade. O recheio é muito puxento e a mastigação quase interminável. A bolachinha na base aparece murcha e o chocolate quebradiço. Pagam-se R$ 2,69* na caixinha com seis unidades. Aqui, vale a pena esvaziar um pouco mais a carteira. Com três unidades, a versão da Kopenhagen é cerca de oito vezes mais cara e mais saborosa. Custa R$ 23,60.
* Preços da Chocolândia, no dia 29 de maio de 2015.