Dilma e Aécio trocam acusações sobre nepotismo em debate do SBT

Petista e tucano se mostram ainda mais enfáticos nas críticas do que no debate da Band, na terça-feira. Pestista passa mal após o programa

Por Veja São Paulo
Atualizado em 17 Maio 2024, 10h35 - Publicado em 16 out 2014, 19h47

O debate dos presidenciáveis no SBT, realizado nesta quinta-feira (16), foi tenso e com trocas incesantes de acusações entre Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), em um clima “Casos de Família”, para citar um telebarraco da emissora. As rusgas acabaram ofuscando as propostas.

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Após o programa, durante entrevista a Simone Queroz, do SBT, Dilma passou mal, afirmou ter tido queda de pressão e precisou ser acudida pela jornalista. Quando disse estar pronta para responder às perguntas, Simone afirmou que não havia mais tempo. “Se é assim que você quer, assim será”, afirmou Dilma. Confira o vídeo:

 

Antes do debate ambos os candidatos foram recebidos por Silvio Santos no camarim. Dilma vestiu azul-tucano e usou uma pulseirinha com olho grego, amuleto para espantar maus olhados. Aécio Neves também escolheu a mesma cor, combinando com o cenário produzido pelo SBT.

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Bafômetro

No terceiro bloco, Dilma perguntou a Aécio sobre cidadãos que são abordados em blitze da Lei Seca e se recusam a fazer o teste do bafômetro. Aécio, que teve um episódio no qual estava com a carteira vencida e não quis soprar o aparelho, devolveu: “Faça a pergunta diretamente”. Reconheceu a atitude e disse que se arrependeu. O público aplaudiu e Carlos Nascimento repreendeu os presentes: “Nós não estamos num programa de auditório. Devemos nos comportar”. Dilma, em seu tréplica, enfatizou que a atitude de Aécio foi errada e reforçou que não se pode dirigir “bêbado e drogado”.

Nepotismo

O nepotismo pautou a discussão. Após a abertura em que explicaram a razão pela qual pretendem ser presidentes, os dois candidatos começaram a rodada de perguntas, mediadas pelo apresentador Carlos Nascimento.

O tucano foi o primeiro a ter a palavra e citou um nova denúncia da Petrobras, dentro da Coperj, entre outros casos de superfaturamento em contratos na estatal. “Candidata, a senhora diz que nunca sabe de nada. De quem é a responsabildiade, então?”, questinou.

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Dilma respondeu que a Políca Federal, “ao contrário do governo do PSDB, investigou e agora cabe ao Judiciário decidir”. 

Quando tinha oportunidade, os presidenciáveis se atacavam mutuamente. “O presidente do seu partido foi preso, presidente”, afirmou Aécio. “No governo do PSDB ninguém investigou a compra de votos da reeleição, a pasta rosa, o projeto sinvam”, disse Dilma. 

O nepotismo marcou a discussão. Dilma acusou o ex-governador de Minas de empregar a irmão. O tucano afirmou que o irmão de Dilma foi contratado pela gestão de Fernando Pimentel, mas nunca apareceu para trabalhar.

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Minas Gerais

Em questão sobre educação e saúde, Dilma acusa Aécio de não ter feito os investimentos mínimos quando foi governador de Minas. Aécio diz que a presidente tem ofendido o Estado em todos os debates ao trazer mentiras sobre o que acontece lá. Na tréplica, a petista diz: “Não coloque Minas Gerais como do senhor. Eu nasci em Minas antes do senhor e não saí de Minas para passear no Rio de Janeiro, como senhor. Saí porque fui torturada.”

Corrupção

O segundo bloco começou quente, com os candidatos voltados às acusações de corrupção. Dilma citou a denúncia de que Sérgio Guerra, ex-presidente da PSBD, teria recebido propina relacionada ao caso Petrobras. Aécio respondeu que a investigação deve abarcar todo mundo, mas que, com isso, a presidente estava validando a denúncia de Paulo Roberto Costa, que afirmou que o tesoureiro do PT, João Vaccari, teria recebido 2% de propina em algumas obras. 

O tom tenso continua até mesmo em temas mais programáticos. Sobre segurança, os presidenciáveis divergiram sobre a participação da União no combate à criminalidade. O clima arrefeceu no fim do segundo bloco, quando foram debatidas questões sobre mobilidade urbana. 

Debate da Band

O primeiro debate do segundo turno também ficou marcado pela troca de farpas e acusações entre Aécio e Dilma. O tucano chegou a chamar a petista de “leviana”. Ela, por sua vez, acusou o adversário de nepotismo. Promovido pela TV Bandeirantes, o debate realizado na última terça-feira (14) também mobilizou a internet com piadas e memes.

O equilíbrio entre os dois candidatos está registrado nas pesquisas eleitorais. Levantamentos realizados por Ibope e Datafolha e divulgados na noite dessa quarta-feira (15) mostram que os políticos seguem empatados tecnicamente. Nos dois relatórios, Aécio aparece com 51% das intenções de voto (excluídos nulos, brancos e indecisos), contra 49% de Dilma. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

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