Confira a avaliação de comes e bebes servidos em salas VIPs de cinema
Massas, tortilhas, churros, vinhos e champanhe estão entre os itens nos menus das salas premium. Para quem se empolgou, leia a avaliação do serviço antes de visitá-las
Minihambúrgueres, ravióli de mussarela de búfala e minichurros com doce de leite: estes são alguns dos itens servidos nas salas VIPs de cinema, onde os petiscos do cardápio vão muito além do clássico pacotão de pipoca. Nesses espaços, dá até para pedir uma taça de vinho ou uma cerveja importada para embalar a sessão. E a pipoca, claro, também aparece incrementada, com a adição de azeites trufados e aromas como o de manjericão, entre outras firulas.
Mas será que dá certo essa combinação entre cinema e gastronomia? Para os cinéfilos não caírem em roubadas, VEJASÃOPAULO.COM testou o serviço das quatro redes que oferecem essas regalias na cidade. Durante as visitas, foram observadas a apresentação dos pratos, a variedade do cardápio, o serviço e a praticidade.
Entre os pontos negativos, está o fato de que, em nenhuma delas, os garçons retiram os utensílios após a refeição — ruim, porque é preciso passar o filme todo sentindo aquele cheirinho de resto de comida; por outro lado, correto, já que esta movimentação pode atrapalhar a exibição. Além disso, quando se opta por pratos mais elaborados, é preciso dividir as atenções entre o filme e a refeição, já que não é nada fácil manipular garfo e faca no escuro.
Confira abaixo o resultado, com a nota para cada espaço.
■ CINÉPOLIS – SHOPPING JK IGUATEMI (NOTA: 9)
É o mais recente e moderno conceito de cinema VIP da cidade. Quem entra pela primeira vez em uma de suas seis salas tem a sensação de estar na primeira classe de um avião. Espaçosas, as poltronas são revestidas com couro e têm encosto reclinável e apoio para as pernas — até os mais altos podem se esticar ali confortavelmente. Tudo isso feito por comandos eletrônicos. Ao lado de cada dupla de cadeiras, há uma bancada de madeira onde repousam luminárias individuais e bandejas retráteis.
COMIDINHAS: servido ao lado de molho barbecue, o trio de minihambúrgueres de picanha (R$ 23,00) estava apetitoso. Queijo cheddar, picles, alface e tomate uniam a carne ao pão com gergelim com a ajuda de um palitinho. O ravióli de mussarela de búfala e manjericão (R$ 22,00; 150 gramas) estaria melhor se o molho pesto fosse mais saboroso. Ainda assim, a massa estava correta. Encantou menos a porção de churros para lambuzar em doce de leite (R$ 10,00; quatro unidades). De tão grossos, os tubos de massa estavam crus por dentro. Pedida como aperitivo, a pipoca gourmet polvilhada com pó de ervas finas tinha sabor enjoativo e artificial. Melhor ficar na versão convencional.
CARDÁPIO: as opções vão de pipoca (R$ 7,00 a R$ 13,00) e cachorro-quente (R$ 7,00) a comida japonesa (R$ 23,00), passando por canapés de salmão (R$ 20,00), crepes (R$ 8,00 a R$ 9,00) e até um combinado mexicano (tacos recheados, nachos com cheddar e tortilha com mussarela e peito de peru; R$ 23,00). Também propõe uma carta de bebidas com treze rótulos de vinho (em meia garrafa ou taça) e cervejas premium. Ao lado de cada sugestão, há dicas de harmonização.
APRESENTAÇÃO: a montagem dos pratos é digna de um restaurante. Os sanduíches vieram dispostos em uma louça branca retangular e o ravióli em um prato fundo de design diferente, com as bordas largas.
SERVIÇO: os pedidos são tirados na própria sala. Depois de se acomodar nas poltronas, um garçom faz a comanda eletrônica e efetua a cobrança. Tudo isso antes ou durante os trailers. Em poucos minutos, os quitutes começam a chegar. Na data da visita (5 de fevereiro), primeiro vieram as bebidas e a pipoca. Os pratos quentes foram servidos depois, quando o filme já estava em exibição.
PRATICIDADE: o esquema funciona. Como as poltronas são agrupadas em duplas e ladeadas por espaçosos aparadores, o cheiro da comida não chega a incomodar a vizinhança. Mas até o fim do filme, é provável que você mesmo fique desconfortável com o odor. Felizmente, os utensílios não atrapalham a visão da tela. Um detalhe simpático: oferece lenços umedecidos para limpar as mãos depois de comer.
INGRESSOS: R$ 41,00 (qua.), R$ 44,00 (seg., ter. e qui. após 17h; sex. a dom. e feriados até 17h) e R$ 53,00 (sex. a dom. e feriados após 17h). Filmes em 3D: R$ 46,00 (qua.), R$ 54,00 (seg., ter. e qui.) e R$ 58,00 (sáb., dom. e feriados). Confira a programação.
■ CINEMARK – SHOPPING CIDADE JARDIM (NOTA: 8,5)
Pioneiras no ramo dos cinemas VIP, as quatro salas Bradesco Prime do Shopping Cidade Jardim fazem justiça à fama que têm: não economizam em luxo, do foyer charmoso às poltronas elétricas, que seguem padrões da classe executiva de voos internacionais – e são tão aconchegantes que podem ser um perigo para quem costuma cochilar nas cenas mais lentas. Os quesitos técnicos também agradam. Cristalino, o sistema de som impressiona mais que a projeção, que segue o padrão “achatado” do complexo Cinemark. Isto é: filmes rodados em cinemascope, o formato mais retangular de película, são exibidos com bordas nas partes superiores. Por precaução, vá agasalhado: o ar-condicionado pode garantir às sessões um clima glacial.
COMIDINHAS: o sanduíche de filé de frango no pão integral com damasco (R$ 39,00) foi servido na temperatura correta e mostrou-se apetitoso, ainda que os chips de batata nada tivessem de especial. Para acompanhar, a soda italiana de framboesa (R$ 7,00) chegou geladinha e com açúcar na medida. É preciso comer rápido: o ar-condicionado é tão gelado que pode esfriar o lanche em poucos minutos.
CARDÁPIO: assinado pela chef Morena Leite, do Capim Santo, agrada tanto a quem procura uma pipoca mais incrementada (a salgada em tamanho médio com azeite extra virgem aromatizado custa R$ 10,00) quanto aos que querem se sentir num bistrô (de sobremesa, experimente o macaron de goiabada e queijo, R$ 12,00 a unidade). Na carta de vinhos, há onze rótulos, entre brancos, tintos e rosés, além de espumantes. A garrafa de Acqua Panna, água mineral sem gás das colinas da Toscana, custa R$ 9,00.
APRESENTAÇÃO: é um dos poucos pontos fracos das salas. Os pratos são montados em bandejas quadradas e fundas, que lembram as embalagens de lanchonetes fast food. Protegem os lanches, mas não combinam com o glamour do espaço.
SERVIÇO: os pedidos de lanches e bebidas devem ser feitos no foyer. Eles podem ser retirados na área externa ou são servidos nas salas por garçons — há a garantia de que eles serão entregues até o final dos trailers. Na data da visita (12 de janeiro), não houve atrasos.
PRATICIDADE: degustar as comidinhas enquanto se assiste ao filme é uma missão difícil. Com a poltrona reclinada, é preciso fazer uma ginástica para apoiar o lanche na bandeja dianteira e, ao mesmo tempo, ler as legendas. Acostume-se a esses penduricalhos e ao cheiro do sanduíche: o recipiente da comida só será retirado ao fim da sessão.
INGRESSOS: R$ 40,00 (qua.), R$ 43,00 (seg., ter. e qui. até 17h), R$ 48,00 (seg., ter. e qui. após 17h; sex. a dom. e feriados até 17h) e R$ 52,00 (sex. a dom. e feriados após 17h). Filmes em 3D: R$ 45,00 (qua.), R$ 53,00 (seg., ter. e qui.) e R$ 57,00 (sex. a dom. e feriados). Confira a programação.
■ PLAYARTE SPLENDOR – SHOPPING PÁTIO PAULISTA (NOTA: 8)
As duas salas da PlayArte no shopping Pátio Paulista ficam bem perto da praça de alimentação e do Cinemark. Mas, escondido num cantinho de um piso sempre muito movimentado, o cinema destoa do clima barulhento de um centro comercial. Na entrada, com mesas e sofás, a bombonière exibe vinhos e cervejas. Para chegar às salas, é preciso subir um lance estreito de escadas. A tela, aliás, está entre as maiores entre as salas VIP da cidade. Outro ponto positivo é a localização do shopping, próximo à estação de metrô Brigadeiro e à avenida Paulista.
COMIDINHAS: a tortilha de frango xadrez (R$ 21,00) chegou quentinha na data da visita (19 de janeiro), logo no começo dos trailers. Complicado foi usar garfo e faca para “descolar” as tiras de pão sírio que, aquecidas em excesso, grudaram no fundo do prato. Na briga com a comida, o repórter perdeu o início da sessão. A pipoca média com cobertura de azeite extra virgem aromatizado (R$ 8,00) não deixou a desejar — nem fria, nem muito quente.
CARDÁPIO: são muitas as opções de “finger foods” em pequenas porções. O bolinho de bacalhau empanado ao dip de limão-siciliano (R$ 24,00) é indicado para quem não quer contratempos com o sanduíche quando a luz da sala de projeção apagar. Para sobremesa, peça o petit gâteau com doce de leite (R$ 19,00). Entre as bebidas, há vinhos tintos, brancos, espumantes e rosés, além de cerveja e energético.
APRESENTAÇÃO: os lanches são servidos em pratos pequenos, com talheres, como num restaurante. Nada de bandejas com um quê de lanchonete fast food, felizmente.
SERVIÇO: é um dos trunfos da sala. Os pedidos podem ser feitos na bombonnière do primeiro piso ou diretamente aos funcionários, dentro ou fora do cinema. Isto é: se, durante os trailers, der vontade de comer uma quiche cremosa ao creme de queijo emmental (R$ 18,00, duas unidades), basta chamar o garçom. Nesse aspecto, se iguala ao serviço do JK Iguatemi e supera as salas do Shopping Cidade Jardim e do Kinoplex Vila Olímpia.
PRATICIDADE: como em todas as salas VIP, não é nada prático usar os talheres enquanto se assiste aos filmes — em sessões 3D, o clima é de gincana. Vencido o desafio, o prato ficará na bandeja até o fim da exibição.
INGRESSOS: R$ 40,00 (qua.), R$ 42,00 (seg., ter. e qui. até 17h), R$ 47,00 (seg. a qui. após 17h), R$ 48,00 (sex. a dom. e feriados até 17h) e R$ 52,00 (sex. a dom. e feriados após 17h). Filmes em 3D: R$ 49,00 (qua.), R$ 55,00 (seg., ter. e qui.) e R$ 61,00 (sex. a dom. e feriados). Veja a programação.
■ KINOPLEX – SHOPPING VILA OLÍMPIA (NOTA: 5)
As duas salas platinum do Shopping Vila Olímpia decepcionam quem paga caro por um espaço exclusivo e luxuoso. A primeira frustração está na bombonnière VIP, que não possui cardápio — de acordo com a assessoria de imprensa, ele está em reformulação — e oferece poucos itens. Entre eles, o lanche mais “sofisticado” é uma porção de nachos (R$ 26,00). Nas salas, a situação melhora um pouco, com poltronas reclináveis duplas, em “couro ecológico”. Ponto positivo: ao contrário do cinema do Shopping Cidade Jardim, a tela é adequada à exibição de filmes rodados em cinemascope. No mais, segue o padrão de uma sala VIP, com maior espaço entre os assentos (são apenas 100 lugares em cada uma) e boa qualidade de som e projeção.
COMIDINHAS: a pipoca com azeite de manjericão (R$ 15,00, pequena) é um dos atrativos, mas, na data da visita (19 de janeiro), não deixou boa impressão: estava fria. Os nachos quase murchos também não passaram no teste. O cardápio precisa ser incrementado.
CARDÁPIO: ainda de acordo com a assessoria de imprensa, o menu está em renovação. Segundo eles, serão mantidos itens como pipoca com azeite trufado, vinhos tinto, branco e espumantes, além de cervejas permium. Em comparação à outras salas VIP da cidade, as opções são escassas e em nada especiais.
APRESENTAÇÃO: tal como no Shopping Cidade Jardim, os pratos são servidos em bandejas fundas, nos moldes de lanchonetes fast food. Para piorar, o espectador tem, ele próprio, que levá-la até a poltrona onde está sentado.
SERVIÇO: apesar da simpatia das atendentes na bombobnnière, qualquer pessoa, VIP ou não, há de perder a paciência ao ter que transportar até a sala uma bandeja com, por exemplo, nachos, pães de queijo, taças de espumante e pipoca com azeite trufado.
PRATICIDADE: é preciso ser muito habilidoso para, no escuro, manipular o pequeno recipiente de azeite que acompanha as pipocas especiais. Na primeira tentativa, o repórter derramou quase todo o líquido no saco de pipoca. Comer os nachos foi mais fácil. Uma vantagem em relação às salas do Shopping Cidade Jardim é que o suporte para a comida não atrapalha o campo de visão, podendo ser deslocado para o lado.
INGRESSOS: R$ 40,00 (qua.), R$ 43,00 (seg., ter. e qui. até 17h), R$ 45,00 (seg., ter. e qui. após 17h), R$ 48,00 (sex. a dom. e feriados até 17h) e R$ 52,00 (sex. a dom. e feriados após 17h). Veja a programação.