Dono do Coco Bambu inaugura a quarta filial na cidade
Com expansão, empresário Afranio Barreira deve faturar 450 milhões neste ano
O empresário Afranio Barreira não nasceu para coisa pequena. Fundador e sócio majoritário da rede Coco Bambu, esse engenheiro cearense de 59 anos tem como assinatura os megassalões em seus 24 estabelecimentos no país, com cardápios que podem chegar a catalogar cinquenta aperitivos e 100 pratos.
A cadeia nasceu em 2001, em Fortaleza. Originalmente, a casa funcionava como uma pastelaria (que existe até hoje, como um anexo do restaurante). Aos poucos, o negócio se transformou e deu origem à rede, que é uma espécie de Outback nordestino dedicado aos frutos do mar.
O fenômeno chegou a São Paulo em 2012, quando ocupou o ponto micadaço do extinto T.G.I. Friday’s, entre as avenidas Santo Amaro e Juscelino Kubitschek. Sucesso instantâneo, seguiu em direção ao Tatuapé e ao Shopping Market Place. Juntas, as três unidades atraem cerca de 110 000 clientes por mês, número que deve aumentar nos próximos meses.
Barreira acaba de inaugurar o quarto endereço na cidade. Fica na Avenida Brás Leme, em Santana, próximo ao Anhembi. Aberto sem divulgação, ele já está bombando e, por ora, tem “apenas” 320 assentos. Até o fim do ano, vai ganhar mais 310.
A conclusão da estrutura está prevista para o fim de janeiro, quando já estarão em funcionamento o mezanino e cinco salas de eventos, que poderão receber de palestras a casamentos. “Com 4 500 metros quadrados, teremos capacidade para 1 300 lugares. Será o maior Coco Bambu do país”, orgulha‑se o empresário. Nesse, que é o mais ambicioso e caro projeto do grupo, ele contabiliza ter investido 15 milhões de reais.
Mesmo com a crise econômica, Barreira prevê que a rede deve faturar 450 milhões de reais em 2016, 36% mais que no ano anterior. Na contabilidade dos resultados positivos, entram a variedade de pratos para agradar a todo tipo de paladar e o tamanho colossal das porções, que dá a sensação de fartura e de alívio na conta. Idealizadas por Daniela, a mulher de Barreira, são pedidas para compartilhar e/ou levar as sobras para casa em uma quentinha.
Grande parte delas leva doses quase pornográficas de creme de leite, manteiga ou requeijão. Outra característica comum aos pratos é o camarão como ingrediente principal, do qual são consumidos 12 000 quilos por mês só em São Paulo. Um exemplo de prato com o crustáceo, a versão internacional vem sobre arroz cremoso com ervilha, presunto e muuuita batata palha. Pela avaliação de VEJA SÃO PAULO, a casa de cozinha regular leva duas estrelas. “Nossa comida é cinco-estrelas”, contesta Barreira.
Discussões gastronômicas à parte, a rede não deve parar de crescer, e tem uma loja prevista para o ABC em 2017. Por isso, não é vista pela concorrência com bons olhos. “O Coco Bambu se espalhou por diferentes bairros e isso atrapalha meu negócio. O cliente não quer mais atravessar a cidade para comer”, afirma Julio Cesar Nunes Seabra, sócio do restaurante cearense Colher de Pau, instalado no Itaim desde 2003.
Para dar conta da expansão, Barreira comanda a holding AB Par, que administra as filiais em doze estados. Em cada uma delas, três sócios cuidam da operação — em geral, profissionais liberais do Ceará. “Recebo semanalmente uma ligação de alguém querendo abrir um Coco Bambu”, garante. Ele costuma marcar reuniões com os parceiros até em alguns sábados pela manhã, o dia “mais tranquilo”.
Sua rotina inclui ainda viagens pelas unidades fora de Fortaleza, onde mora. Para facilitar a logística, Barreira acabou de adquirir um apartamento na Vila Nova Conceição. Ele servirá de base para seus compromissos pelo Sul e pelo Sudeste. No ano que vem, Miami Beach entra no roteiro como sede de seu primeiro restaurante internacional. “Vai ser o maior de lá”, promete.
Prato cheio
Os números da rede em São Paulo
3 100 será a soma de lugares das quatro casas em 2017
4 500 metros quadrados terá a unidade da Zona Norte
91 a 130 reais é quanto gasta cada pessoa
12 000 quilos de camarão são consumidos por mês