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Sex Education: série da Netflix é boa só até a metade

Temas como masturbação e aborto são tratados com naturalidade entre adolescentes

Por Miguel Barbieri Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 29 jan 2019, 15h32 - Publicado em 29 jan 2019, 15h27
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  • Terminei Sex Education, a nova série da Netflix, insatisfeito. Motivo: os quatro episódios são muito bons enquanto que os outros quatro, na minha opinião, ficaram abaixo da média. O desfecho da série aponta para uma segunda temporada – e isso me deixa muito irritado. Ou seja: quase todos os personagens têm um destino incerto após oito capítulos e quase sete horas jogadas praticamente no lixo.

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    Mas muitas coisas me agradaram. A primeira delas é abordagem do sexo entre adolescentes de forma bastante explícita. Tanto que a cena que abre o seriado é muito, muito quente. Temas como masturbação (masculina e feminina), polução noturna, sexo oral, perda da virgindade e até aborto são registrados de uma forma muito natural. Para um seriado que tenta atingir a juventude, mostra-se bem avançado para os tempos conservadores de hoje.

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    Outro ponto positivo está nos coadjuvantes, que são mais interessantes do que o protagonista. Maeve (Emma Mackey), por exemplo, é uma garota que faz sexo sem compromisso e vem de uma família humilde e problemática – o irmão dela sumiu e a mãe é drogada. Igualmente interessante é Eric (Ncuti Gatwa), negro e gay assumido que usa roupas ousadas e coloridíssimas. Gosto também de Jean (Gillian Anderson), a terapeuta sexual que, traída pelo marido, virou uma devoradora de homens, quase sempre mais jovens do que ela.

    Gillian Anderson é a mãe do protagonista e terapeuta sexual (Divulgação/Veja SP)

    Há outros tipos, ora realistas, ora estereotipados, como o garanhão de pênis grande, o filho de um casal de lésbicas, a nerd virgem, o apaixonado incorrigível. Mas como tantos personagens instigantes o que teria me decepcionado?

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    Primeiro: o protagonista. Asa Butterfield, o “menino do pijama listrado”, que também estrelou A Invenção de Hugo Cabret, até que interpreta muito bem o tímido Ottis. Mas haja paciência para aguentar um personagem tão inseguro, ingênuo e trêmulo quando o assunto é paixão ou sexo. Ok, há um motivo para isso: Ottis é filho da terapeuta sexual e, devido a um trauma de infância, não consegue nem mesmo se masturbar.

    Quando ele consegue resolver um problema de ereção de um colega, a esperta Maeve propõe que o colega vire um conselheiro sexual dos alunos. Passam, então, a ganhar grana com a terapia informal. A cada capítulo, uma nova consulta. Entre um probleminha e outro, Ottis vai se interessando afetivamente pela nova amiga enquanto negligencia a amizade com seu parceiro de infância gay.

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    Tudo é falado às claras e os conflitos, quase todos, são de fundo sexual. Outro problema que vejo na série é sua localização geográfica. Sex Education se passa num vilarejo da Inglaterra e, embora a trama seja ambientada nos dias de hoje, o visual tem mais identificação com a década de 80. Ok, o anacronismo é proposital, mas o microcosmo dessa sociedade nada conservadora não combina com as locações.

    Nunca morei numa cidadezinha do interior da Inglaterra, mas custo a acreditar que elas tenham só moradores liberais e sem um pingo de repressão ou preconceito. Embora positiva sob vários aspectos, a série Sex Education mais parece uma “ilha da fantasia”.

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