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Netflix e Amazon Prime: 36 filmes brasileiros que merecem ser vistos

Uma das atrações é Como Nossos Pais, vencedor de sete prêmios no Festival de Gramado

Por Miguel Barbieri Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
18 nov 2020, 15h41
Como Nossos Pais (Divulgação/Veja SP)
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Comédias, dramas, romances, suspenses… O cinema brasileiro é muito diverso e a lista abaixo comprova a versatilidade. Escolhi 36 filmes, disponíveis na Netflix ou no Amazon Prime Video, para você testar e (espero) aprovar, a qualidade da filmografia nacional. Há longas bem populares, como Um Namorado para Minha Mulher e Meus 15 Anos até trabalhos mais autorais, a exemplo de Temporada e Campo Grande. Boas sessões!

Na Netflix

Alice Júnior > Alice Júnior (papel da descontraída Anne Celestino Mota) é uma adolescente de Recife que é obrigada a mudar para o sul do país por causa do trabalho do pai. No ambiente escolar, ela recebe o carinho de poucos e a repulsa dos preconceituosos, já que é uma garota trans. Mas ela sabe como revidar agressões verbais e humilhações. O filme traz dramas como o bullying, mas, num clima de fábula pop, sobressai o positivismo, a leveza e o alto-astral.

Ricos de Amor > Danilo Mesquita interpreta Teto, um playboy do interior do Rio de Janeiro que, filho de um rico fazendeiro, é famoso por ser mulherengo e imaturo. Mas o comportamento do “príncipe do tomate” vai mudar ao conhecer a futura médica Paula (Giovanna Lancellotti). A proposta de unir romantismo e comédia, crítica social e empoderamento feminino tem lá seus clichês e deslizes de roteiro, mas a fórmula funciona.

Amor.com > Katrina (Isis Valverde) é uma blogueira fashionista que, com milhares de seguidores e influenciadora digital, tem seu mundo virado de pés para o ar após uma foto comprometedora cair na internet. Tudo muda, porém, quando ela se encanta com um jovem nerd, interpretado por Gil Coelho.

Casa Grande > A mansão do título, localizada no Itanhangá, bairro vizinho à Barra da Tijuca, pertence a Hugo (Marcelo Novaes), um executivo do ramo financeiro desempregado. Vivendo de empréstimos dos amigos, ele se esforça para manter o padrão e a postura de patrão dos tempos de vacas gordas. O protagonista, porém, é seu filho, Jean (Thales Cavalcanti), um adolescente que procura entender a transformação do mundo à sua volta.

Um Namorado para Minha Mulher > A  comédia enfoca o casamento morno de Nena (Ingrid Guimarães) e Chico (Caco Ciocler). Ele é um pasmado dono de uma loja de antiguidades em São Paulo que, sem coragem de pedir a separação, apela para um golpe baixo: contratar um misterioso galanteador (papel de Domingos Montagner) para conquistar sua intragável companheira. O humor ácido e demolidor de Nena, assim como no filme original argentino, dribla a mesmice.

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Mais Forte que o Mundo > Interpretado com garra por José Loreto, José Aldo teve infância e adolescência difíceis em Manaus. Frequentemente, envolvia-se em brigas e descontava os desgostos do cotidiano nos golpes de jiu-jítsu. Resolveu sair de sua cidade natal e tentar a vida no Rio de Janeiro. Lá, penou um bocado até conquistar a confiança de um treinador (Milhem Cortaz) e entrar no ringue da academia para a qual trabalhava como faxineiro.

Tropa de Elite > Grande sucesso do cinema brasileiro, o drama policial traz o dia a dia do BOPE, num grupo liderado pelo violento capitão Nascimento (Wagner Moura), que quer deixar a corporação e encontrar um substituto. 

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Tamo Junto > O bon-vivant Felipe (Leandro Soares) terminou um relacionamento e, cheio de energia, quer retomar a vida de solteiro. Todos os seus amigos, porém, o rejeitam, justamente por ele não ter namorada. O único que lhe dá, literalmente, abrigo é um colega de adolescência, Paulo Ricardo, um nerd virgem e “filhinho da mamãe”.

Paraíso Perdido > Erasmo Carlos interpreta José, viúvo e dono do night club Paraíso Perdido, onde preconceitos ficam do lado de fora. Trata-se de um lugar idílico para deixar aflorar paixões, como a da transformista Imã (Jaloo), neta de José e apaixonada por um professor de inglês (Humberto Carrão). Há ainda o drama dos filhos do patriarca: Ângelo (Julio Andrade), cantor que perdeu a mulher amada, e Eva (Hermila Guedes), presa por assassinato. No palco da boate, Erasmo, Seu Jorge (intérprete de um motoboy), Julio Andrade (excelente cantor) e Jaloo soltam a voz num cancioneiro romântico, que passeia pelas músicas de Odair José, Márcio Greyck, Reginaldo Rossi, Raul Seixas e Belchior, entre outros. É irresistível.

O Homem do Futuro > Wagner Moura interpreta mesmo personagem em épocas distintas. Nos dias atuais, Zero, brilhante e solitário cientista, virou um cara rancoroso por ter sido humilhado por Helena (Alinne Moraes), a grande paixão de sua juventude, numa festa em 1991. O protagonista acaba experimentando uma espécie de máquina do tempo e… volta vinte anos atrás.

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Aquarius > Sonia Braga é a jornalista Clara, a última moradora do antigo prédio recifense que dá nome ao filme. Pressionada por uma construtora a vender o imóvel, ela recusa a proposta e compra uma guerra. Eis uma mulher com nervos de aço no filme anterior de Kleber Mendonça Filho, de Bacurau.

Temporada > Juliana, papel de Grace Passô, foi contratada pela prefeitura de Contagem, em Minas Gerais, para trabalhar como agente no combate a endemias. Bastante singela, sua trajetória consiste em fiscalizar as residências, tomar cerveja com os amigos e perceber, aos poucos, seu casamento naufragar. Não há grandes conflitos e muito menos reviravoltas. É a vida como ela é.

O Filme da Minha Vida > O filme dirigido por Selton Mello tem uma produção de época caprichada da década de 60 e deslumbrante fotografia de Walter Carvalho. Seu requinte visual emoldura uma bela história familiar de encontros e desencontros. Tony Terranova (Johnny Massaro), um jovem professor, volta à sua pequena cidade no interior gaúcho e descobre que seu pai (Vincent Cassel) abandonou a mãe e retornou para a França, seu país de origem. Apaixonado pela melhor amiga (Bruna Linzmeyer), Tony desabafa suas angústias com o grosseiro criador de porcos Paco (Selton Mello).

O Último Cine Drive-In > Ambientado em Brasília, o drama mostra a decadência de um cinema ao ar livre em que as pessoas assistem ao filme de dentro do carro. Entre o humor e a emoção, a história segue a trajetória de um jovem que, ao levar sua mãe para fazer exames num hospital, decide procurar seu pai, que é dono do cine drive-in.

Fala Comigo > Após salvar uma mulher madura do suicídio, um adolescente acaba se apaixonando por ela. Além da diferença de idades, ela acabou de se separar do marido e é paciente da mãe dele.

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Jonas > O ótimo ator Jesuíta Barbosa interpreta um jovem traficante de São Paulo que, sem querer, acaba se envolvendo no sequestro de uma patricinha.

Mãe Só Há uma > O foco está em Pierre (papel de Naomi Nero), um jovem de 17 anos que transita entre gêneros. Músico em uma banda de rock, ele pinta as unhas, gosta de se vestir de mulher e transa sem compromisso com garotas, embora também tenha uma queda por homens. Um rapaz em conflito entra num redemoinho de emoções maiores quando descobre que aquela que ele considera sua mãe o raptou, recém-nascido, da maternidade.

Campo Grande > As crianças Ygor e Rayane aparecem no apartamento de Regina (Carla Ribas). Elas foram deixadas lá pela mãe, mas a moradora a desconhece. A Zona Sul carioca fica pequena para o cotidiano de Regina quando ela decide encarar o problema e procurar os parentes dos irmãos em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Reflexões de um Liquidificador > É uma comédia policial de humor negro. Na trama, a sexagenária Elvira (Ana Lúcia Torre) vai à delegacia comunicar o desaparecimento do marido (Germano Haiut). Sai de lá apontada como a principal suspeita. O roteiro, então, retrocede no tempo para mostrar um velho liquidificador (que tem a voz de Selton Mello) mudar a rotina dessa humilde dona de casa. Amigo e confidente, o eletrodoméstico acabou se tornando uma válvula de escape para as tensões do cotidiano de Elvira.

Como Nossos Pais > A carioca Maria Ribeiro defende com gana e emoção o papel de Rosa, 38 anos, mãe de duas meninas, casada com um ativista (papel de Paulo Vilhena), que se descobre diante de uma crise familiar. Isso porque, depois de algumas taças de vinho, sua mãe (a ótima Clarisse Abujamra) surpreende com uma revelação sobre a verdadeira identidade do pai de Rosa. A partir daí, a diretora Laís Bodanzky faz um registro afetuoso e maduro de relações entre mães, pais e filhos. 

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Barão Vermelho – Por que a Gente É Assim? > Delícia de documentário nostálgico que passa a limpo a trajetória do Barão Vermelho, desde a formação da banda na década de 80, passando pela saída (e morte) de Cazuza, até os trabalhos-solo de Frejat.

La Vingança > Caco e Vadão (Felipe Rocha e Daniel Furlan) são amigos e dublês. O mundo desaba para Caco quando ela pega a namorada (Leandra Leal) transando com o dono de um restaurante. Como o amante dela é portenho, Vadão tem uma ideia estapafúrdia: ir até a Argentina para se vingar dos “hermanos” conquistando as mulheres de lá.

Meus 15 Anos > Larissa Manoela protagoniza uma comédia romântica para quem tem 15 anos (ou mais, ou menos). Adolescente tímida e retraída na escola, ela acaba ganhando um sorteio cujo prêmio é uma grande festa. Mas quem são os verdadeiros amigos que ela pretende convidar?

Ana e Vitória > Além da carreira das cantoras, a comédia romântica aborda relacionamentos delas com homens e mulheres.

No Amazon Prime Video 

Somos Tão Jovens > Líder e vocalista da Legião Urbana, Renato Russo é visto aqui na adolescência e no começo da juventude. Tímido e às voltas com um problema de saúde, o compositor se consagrou pelas canções poéticas e por ser um letrista como poucos de sua geração. Thiago Mendonça está superlativo no papel do protagonista.

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É Proibido Fumar > Simpática crônica genuinamente paulistana, com tipos críveis e humor saboroso. Glória Pires interpreta a quarentona Baby, fumante quase compulsiva, que mora no apartamento herdado da mãe. Quer ter, claro, um namorado, que surgirá na pele do cantor de churrascaria
Max (Paulo Miklos). Acontece que esse vizinho não suporta cheiro de cigarro e Baby, a fim de manter a
relação em harmonia, tentará abandonar o vício.

Faroeste Caboclo >Inspirado na canção homônima, da Legião Urbana, o filme traz a história de do migrante João de Santo Cristo (Fabrício Boliveira), que vai tentar a vida em Brasília, onde vende drogas, apaixona-se por Maria Lúcia (Isis Valverde) e provoca o traficante Jeremias (Felipe Abib).

Cazuza – O Tempo Não Para > A trajetória de Cazuza, um dos maiores letristas do pop nacional dos anos 80, desde o surgimento com a banda Barão Vermelho até a morte em decorrência da Aids, em 1990.

Verônica > Andréa Beltrão interpreta a personagem do título, uma professora do Rio de Janeiro que, após um cansativo dia de trabalho, nota que ninguém veio buscar Leandro, um menino de 8 anos. Ela, então, decide levá-lo até sua casa, numa favela e, ao chegar lá, descobre que traficantes mataram os pais do garoto. 

Confissões de Adolescente > Trata-se das desventuras e paixões de irmãs que, a pedido do pai (Cassio Gabus Mendes), serão obrigadas a mudar de apartamento para enxugar as despesas. A primogênita, Tina (Sophia Abrahão), é a única a ter uma vida independente e um namorado cuca-fresca ( Hugo Bonemer). Enquanto Bianca (Bella Camero) sempre fala às escondidas com seu pretendente, Alice (Malu Rodrigues) quer perder a virgindade. A caçula, Karina (Clara Tiezzi), anda à procura do primeiro beijo. O enredo trata de temas como sexo, gravidez e homossexualidade com graça e situações críveis.

O Homem que Copiava > Na comédia, André (Lázaro Ramos) trabalha na fotocopiadora de uma papelaria e, apaixonado por Sílvia (Leandra Leal), passa a observar seu quarto de binóculos. Para se aproximar da amada e comprar um presente para ela, precisa arranjar um grana. 

Meu Nome Não É Johnny > Selton Mello está espetacular no papel (verídico) de João Guilherme Estrella, vindo de uma família de classe média do Rio de Janeiro, que frequentou os melhores colégios e tinha amigos das famílias mais influentes. Nos anos 80, entrou para o mundo das drogas e e virou um dos maiores traficantes cariocas. 

Mussum > Antônio Carlos Bernardes Gomes ganhou o apelido de Mussum (em referência ao peixe carnívoro muçum) do ator Grande Otelo. Embora tenha ficado marcado como o comediante de Os Trapalhões, ele foi um grande sambista que excursionou o mundo acompanhado do grupo Os Originais do Samba. Há várias curiosidades e imagens nostálgicas de arquivo no documentário.

My Name Is Now, Elza Soares > O documentário tem como grande trunfo os depoimentos carregados de sinceridade de Elza e as sequências de arquivo com a cantora soltando o rouco vozeirão.

Pitanga > O formato do documentário sai da zona de conforto e mostra encontros do ator Antonio Pitanga com amigos e colegas que trabalharam com ele ao longo de cinco décadas. São divertidos, emocionantes e descontraídos os papos com, entre outros, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Zezé Motta, Selma Egrei, Ítala Nandi, Zé Celso Martinez Corrêa e Hugo Carvana. Além das entrevistas, há cenas em família e farto material de arquivo com imagens de Pitanga em filmes como A Grande Feira, Barravento, Ganga Zumba, Joanna Francesa, A Idade da Terra, Rio Babilônia e Quilombo.

Waiting for B. > O documentário dá voz a vários anônimos que, em 2013, armaram barracas do lado de fora do Estádio do Morumbi dois meses antes do espetáculo da cantora Beyoncé. Além de focar a devoção pela artista, o roteiro cobre o dia a dia de alguns rapazes e moças. Descontraídos diante das câmeras, os personagens dão vida, graça e molho ao registro.

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