Chocado com a morte de Eduardo Coutinho
Acho que não existe outra palavra para descrever meu estado: choque! O cineasta Eduardo Coutinho, morto a facadas, supostamente pelo próprio filho, era algo para jamais ser lido nas manchetes. Tempos atrás, foi feita uma homenagem a ele em São Paulo, mas, por causa de uma pneumonia, o diretor não pôde vir do Rio de […]
Acho que não existe outra palavra para descrever meu estado: choque! O cineasta Eduardo Coutinho, morto a facadas, supostamente pelo próprio filho, era algo para jamais ser lido nas manchetes. Tempos atrás, foi feita uma homenagem a ele em São Paulo, mas, por causa de uma pneumonia, o diretor não pôde vir do Rio de Janeiro. Coutinho fumava muito, isso é sabido, e imaginava que, um dia, quem sabe, fosse partir por causa de alguma doença. E não esfaqueado em seu apartamento!.
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Perdemos nosso melhor documentarista. E o elogio não é, de jeito nenhum, porque ele morreu. Eu não cansava de dizer que muitos cineastas que se metem a fazer documentário gostariam (mas não conseguiam) ser Eduardo Coutinho. Colocar a câmera na cara do entrevistado e extrair algo excepcional não é um dom de todos. Coutinho tinha essa virtude.
Ele criava uma cumplicidade, uma parceria tão íntima com os seus depoentes que, daí, nascia algo genuíno. Nunca vi nada forçado nos trabalhos de Coutinho. Dos religiosos de Santo Forte aos moradores de Copacabana do Edifício Master, de um vilarejo nos confins do Brasil em O Fim e o Princípio à brincadeira entre realidade e atuação em Jogo de Cena. O legado de Coutinho é intenso. Certamente, deixou discípulos, mas acredito que nenhum com a capacidade de abrir o coração das pessoas sem ser invasivo. Que falta fará Eduardo Coutinho.
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