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Poder SP - Por Sérgio Quintella

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Sérgio Quintella é repórter de cidades e trabalha na Vejinha desde 2015

Pelé é cobrado na Justiça por débitos que passam de 150 000 reais

Dívidas têm relação com taxas condominiais e cobrança de IPTU; advogado do ex-jogador nega problemas

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 30 jul 2021, 20h41 - Publicado em 30 jul 2021, 06h00
imagem dividida em duas. maior, está a fachada da casa de Pelé no Guarujá, com semblante abandonado e um pouco suja e cheio de mato. menor, está uma foto de pelé, tirada espontaneamente em algum evento que ele participava
Casa do Pelé no Guarujá alvo de um dos processos de cobrança de dívidas que o ex-jogador sofre atualmente (Alexandre Battibugli/Stephane Cardinale/Corbis/Getty Images/Veja SP)
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Desde fevereiro deste ano, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, 80, e sua empresa, a Pelé Comércio, Empreendimentos e Participações Ltda., vêm recebendo uma série de cobranças judiciais feitas por três prefeituras e um edifício em Santos, por débitos de impostos e de taxa de condomínio. Ao todo, os valores devidos passam de 150 000 reais, sem contar as custas das ações e os honorários advocatícios. De todos os débitos, o maior deles, de 100 000 reais, é de uma casa a poucos metros da Praia de Pernambuco, no Guarujá. O imóvel, famoso no pedaço por ser de quem é, vale pelo menos 7 milhões de reais e o imposto predial de 2020 não foi quitado.

vista externa da casa de pelé tirada de longe, com bastante grama no primeiro plano e a fachada da casa com diversas árvores em volta e na frente
Vista externa da casa do Pelé no Guarujá, que acumula 100 000 reais de cobranças (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Na vizinha Santos, as cobranças partem da administração de um condomínio que tem o nome do pai de Pelé. Localizado no bairro de Embaré, o Edifício Dondinho tem doze andares. Ali, um apartamento não sai por menos de 800 000 reais. Dono de duas unidades, o Atleta do Século deve 9 228 reais, valor referente a cotas condominiais de fevereiro a abril de 2021. No último dia 21 de julho, o juiz Fernando de Oliveira Mello, da 12ª Vara Cível de Santos, deu um prazo de três dias úteis para que Pelé quitasse o débito.

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Subindo a serra, a conta com a prefeitura paulistana é de 25 978 reais, correspondente ao IPTU de um apartamento e à respectiva vaga de garagem localizados na Alameda Jaú, nos Jardins. O valor do imóvel passa dos 2 milhões de reais. Procurado, o advogado de Pelé, Paulo Gustavo Arantes, afirmou não haver nada de estranho, principalmente em tempos de pandemia. Em nota, disse que os valores são recentes e que em grande parte deles constam pedidos de parcelamento. No entanto, Vejinha teve acesso a todos os processos e não há nenhuma petição que demonstre qualquer tipo de intenção de acordo. “Bom saber que a imprensa se preocupa com a saúde financeira do Pelé”, disse o advogado.

Em outro processo, dessa vez em Juquiá, no litoral, Pelé é acusado desde 2019 de desmatar parte de um terreno de mais de 6 milhões de metros quadrados. O território, comprado nos anos 60, era utilizado pelo ex-atleta para descanso, o que incluía longos períodos de pescaria em um lago. No último dia 26 de junho, a Justiça determinou que Pelé se abstenha de intervir de qualquer modo nas áreas de preservação permanente do terreno e que cumpra uma série de obrigações, como cercar a área. A multa pelo descumprimento é de 10 000 reais por dia.

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A defesa do ex-jogador diz que “o assunto de Juquiá já foi resolvido, uma vez que as terras não mais pertencem a Pelé e o novo proprietário assumiu de forma expressa toda a responsabilidade relacionada ao imóvel. Apenas uma matrícula ainda não foi outorgada à competente escritura pública, uma vez que aguardamos o georreferenciamento dessa referida área. Infelizmente, em razão da pandemia, os processos estão completamente atrasados, sem nenhuma previsão de resposta dos órgãos públicos”. A resposta foi dada pela juíza na decisão de junho. A notificação, no entanto, não pôde ser assinada, pois Pelé não foi localizado pelo oficial de Justiça em um endereço em Santos.

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Publicado em VEJA São Paulo de 04 de agosto de 2021, edição nº 2749

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