O sumiço do deputado afastado Fernando Cury
Parlamentar, suspenso por importunar sexualmente a colega Isa Penna, não foi localizado pelo oficial de Justiça
Denunciado pelo Ministério Público por importunação sexual, o deputado estadual afastado Fernando Cury (Cidadania) tomou um chá de sumiço e não foi localizado até agora pelo oficial de Justiça que o procurou para notificá-lo. Por determinação do desembargador João Carlos Saletti, do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo, Cury tem quinze dias para apresentar sua defesa.
Ele foi acusado em março deste ano pelo procurador-geral de Justiça, Mario Luiz Sarrubbo, depois que passou a mão no seio da também deputada Isa Penna (Psol), durante a votação do orçamento do estado para 2021. O caso ocorreu em dezembro do ano passado. Em abril, a Assembleia Legislativa o suspendeu por seis meses.
Na denúncia, Sarrubo disse que o parlamentar afastado agiu claramente. “O deputado agiu com clara intenção de satisfazer sua lascívia, praticando atos que transcenderam o mero carinho ou gentileza, até porque não tinha nenhuma amizade, proximidade ou intimidade com a vítima, violando assim, também, o seu dever funcional de exercer o mandato com dignidade.
O indiciamento de Cury ainda não foi aceito pela Justiça, que vai primeiro ouvi-lo, tão logo ele seja notificado. Sem conseguir chegar ao parlamentar, a oficial de Justiça se explicou ao desembargador. “Dirigi-me nos dias 2 e 24 de maio de 2021, e 02 e 07 de junho de 2021, às 15:55, 09:15, 16:10 e 16:35, respectivamente, e deixei de notificar o réu, pois não o encontrei no local nas vezes em que estive no imóvel. “
No último dia 26, o procurador-geral pediu ao desembargador para que o advogado de Fernando Cury, que tem acesso ao processo eletrônico, seja notificado de forma digital.
Procurado, o deputado suspenso não respondeu o motivo dos sucessivos sumiços.
Há duas semanas, o promotor Silvio Marques, da Promotoria do Patrimônio Público, abriu uma investigação para apurar se Cury está atuando como parlamentar informal. “O senhor Fernando Cury publicou na rede social Instagram sequência de reuniões públicas que vem fazendo em uma iniciativa que denomina Caravana”, justificou o promotor.