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Poder SP - Por Sérgio Quintella

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Sérgio Quintella é repórter de cidades e trabalha na Vejinha desde 2015
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Champinha é absolvido após tentar fugir usando estilingue

Ministério Público e Justiça entenderam que ação, ocorrida há dois anos, não pode ser comprovada

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 13 jan 2022, 07h38 - Publicado em 13 jan 2022, 07h30
Imagem dividida mostra uma casa com entrada e janela, ao lado dela aparece Champinha, com os braços levantados e com camiseta branca
Local onde Champinha vive, na Vila Maria (Reprodução/Polícia Civil/Veja SP)
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A Justiça arquivou no último sábado (7) um inquérito policial que apurava os crimes de motim, ameaça, constrangimento ilegal e dano qualificado promovidos por Roberto Aparecido Alves Cardoso, o Champinha, 35, internado há dezoito anos. Em setembro de 2019, o assassino do casal Liana Friedenbach e Felippe Caffé, cujo crime ocorreu em 2003, tentou fugir da Unidade Experimental de Saúde (UES), na Vila Maria, utilizando um estilingue para render dois guardas.

Estilingue de Champinha
Estilingue usado por Champinha (Reprodução/Polícia Civil/Veja SP)

Na ocasião, outros dois internos também participaram da ação, segundo depoimento de agentes, mas as investigações não concluíram suas participações. Para o Ministério Público, não restou provas para incriminar Champinha, a despeito de um laudo mostrar que houve depredação de partes da unidade, como armários, em grades e em um dormitório. “Entendo que não havendo provas a respeito dos crimes mais graves, inviável o prosseguimento dos autos em relação ao delito mais brando [motim]. Ademais, há nos autos que toda a mentoria teria sido atribuída exclusivamente ao detento Roberto”, afirmou o promotor. A tese do MP foi acatada pelo juiz Fabricio Reali Zia, do Foro Central Criminal da Barra Funda.

Assim que foi preso pelo assassinato do casal, Champinha  foi encaminhado à Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem), hoje Fundação Casa, onde ficou o período máximo de internação para adolescentes. Em 2007, ele seguiu para a unidade Experimental de Saúde. O equipamento foi criado pelo governo paulista para atender adolescentes e adultos  infratores com transtornos psiquiátricos graves. A administração do local fica a cargo da Secretaria Estadual de Saúde e a segurança é feita pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP).

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Imagem mostra quarto de Champinha revirado após agressão
Local ficou revirado após tentativa de rebelião (Reprodução/Polícia Civil/Veja SP)

Histórico

Em 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou recurso da Defensoria Pública que solicitava a desinternação do interno. A defesa queria que ele fosse para a casa de um parente e passasse por reavaliações periódicas em um hospital psiquiátrico até que se atestasse a existência de condições do seu retorno ao convívio social.

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O crime

Em 2003, Champinha e mais quatro homens participaram dos assassinatos dos namorados Felipe Caffé e Liana Friedenbach, que tinham ido ao local acampar em Embu-Guaçu. O primeiro foi assassinado com um tiro na nuca no mesmo dia; Liana ficou quatro dias em cativeiro, período em que foi torturada e estuprada. Ela acabou morta a facadas por Champinha.

Único menor na ação criminosa, Champinha foi logo internado na antiga Febem. Os demais foram condenados criminalmente.

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