World Class 2017 e as tendências nos bares
Depois da viagem ao México, onde acompanharam a final do concurso, empresários revelam as tendências do próximo ano
Quem acompanha este Notas Etílicas e as redes sociais da VEJA SÃO PAULO deve ter percebido que eu estive na Cidade do México em setembro. Entre os dias 21 e 24 rolou a final do World Class 2017, o oscar da coquetelaria mundial, que escolheu a bartender do ano, a canadense Kaitlyn Stewart, do restaurante Royal Dinette, em Vancouver.
A profissional mandou bem nos desafios, como pude seguir de perto junto de profissionais do ramo e jornalistas do mundo todo. Foi uma semana riquíssima para quem curte o mundo etílico. Além de ver os bartenders nas provas, assistimos masterclasses e palestras, conversamos com nomes importantes do mundo das bebidas, provamos drinques dos melhores bartenders do mundo e visitamos bares de primeira na Cidade do México, como o Limantour.
Na comitiva brasileira, viajaram três empresários. De São Paulo, Victor Collor De Mello, sócio do Cozinha 212, e Ricardo Garrido, da Cia. Tradicional de Comércio, por trás de endereços como os bares SubAstor e Pirajá e a pizzaria Bráz. Do Rio de Janeiro, Fernando Blower, do Meza Bar.
“Foi bom estar perto das pessoas que são referência na coquetelaria mundial”, diz Blower. “Se eu tivesse que conhecer tanta gente e tantos drinques bons por conta própria teria que ir a pelo menso vinte países.” “O mais legal do World Class é essa troca. São os 55 melhores bartenders do mundo no mesmo reduto”, opina Victor Collor. “Observar as principais escolas de coquetelaria do mundo, que estão à frente, nos inspiram e nos motivam a buscar um desenvolvimento maior ainda”, diz Garrido.
Com tanto intercâmbio de informação nesse que foi quase um congresso mundial dos drinques, pedi que Collor, Garrido e Blower listassem o que viram no World Class que pode ser uma tendência no próximo ano. Os quatro tópicos abaixo dialogam com a palestra World Class Trend Session, que assistimos durante a competição. Compartilho aqui com vocês:
1. A coquetelaria se aproxima cada vez mais da gastronomia, seja nos estabelecimentos, seja nas escolas. Cozinha e balcão ficam mais perto um do outro no dia a dia do bartender, que produzir insumos como infusões e precisa saber manejar bem uma faca, por exemplo, para criar seus drinques. Além disso, muitas das misturas são inspiradas em pratos.
2. O uso de produtos locais. Diogo Sevilio, do Cozinha 212, representou o Brasil no concurso utilizando produtos nativos, como o cambuci. “Produto gringo é bom? É bom. Mas queremos o nacional bom também”, diz Victor Collor. A questão está muito ligada ao tópico sustentabilidade, tecla batida durante todo o World Class.
3. A valorização da equipe em vez do endeusamento do chefe de bar. Boa parte dos bartenders, em suas apresentações, falavam em nome do time.
4. A preocupação em tornar a coquetelaria mais acessível. “Senti essa preocupação da indústria”, diz Ricardo Garrido. “Seja nos bares, seja no preparo do drinque em casa.”
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