Mandíbula fecha as portas definitivamente na Galeria Metrópole
A pandemia do coronavírus fez os sócios desistirem, por enquanto, de mudar o barzinho de lugar
Bar de sucesso da Galeria Metrópole, no centro, o Mandíbula encerrou as atividades em definitivo. Fechado desde 18 de março por causa da pandemia da Covid-19, o estabelecimento não retornará após a quarentena.
“No fim de 2019, decidimos que o Mandíbula iria para um novo espaço este ano. Estávamos busca de um imóvel para a mudança e aí veio o corona”, me explicou o sócio Bruno Bocchese. “Semana passada, então, concluímos que o melhor, por ora, seria encerrar as atividades na galeria e retomar os planos quando as coisas se normalizarem.”
Em comunicado sobre o encerramento, a dupla de proprietários (Bocchese e André Bandim) escrevem: “dizemos adeus à nanopista, mas não ao Mandíbula. A marca continua e ainda pretendemos causar muito na cidade”.
Aberto seis anos atrás, o bar chamou logo a atenção pela localização curiosa: uma pequena loja no meio da galeria. No microespaço, o público dançava ao som de rock enquanto bebericava. Quem cansava um pouco do som — ou se a lotação estava no ponto máximo — se espalhava pelos corredores para socializar.
Logo no segundo ano de funcionamento, o condomínio onde a casa fica passou a fechar as portas mais cedo. Aos sábados, dia de bom movimento, a clientela não podia entrar na Galeria Metrópole depois das 18h para curtir o bar. A casa deixou de abrir nesse dia da semana. Mesmo com o revés, o endereço seguiu por mais alguns anos.
Sobre o Cama de Gato, outro bar dos mesmos donos, também no centro, a ideia é que a operação continue. Por isso, há uma campanha no site de vaquinhas Abacashi que vende cupons de consumo na casa, válidos após a quarentena. Além disso, a casa está fazendo delivery de bebidas (pedidos pelo WhasApp 95330-5499).
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Leia a primeira crítica que escrevi sobre o Mandíbula, em julho de 2014:
Em meio a casas de câmbio e agências de turismo, esta minúscula loja de tijolos e concreto aparentes despontou, dois meses atrás, na Galeria Metrópole, no centro, como bar. Atraídos por cervejas como a Heineken (long neck) e a belga Hoegaarden, modernos e devotos do rock se distribuem pelos poucos assentos do salão e nas mesas coletivas do corredor. Pedida obrigatória, o gim-tônica aparece aromatizado por limão-siciliano. A lista de acepipes se limita a quatro itens, como a bureka, fornecida pela Casa Búlgara. Mantida na estufa, essa rosquinha de massa folhada tem uma boa versão de batata e cebola. Enquanto se beberica, Velvet Underground, Smiths e Neil Young reverberam alto nas caixas de som sem perturbar o bate-papo — exceto nas noites com DJ, quando a atmosfera de balada dá o tom, mas sem dia certo para acontecer. Se você tem uma vitrola, prepare-se para espaná-la: por lá, expositores guardam 600 discos de vinil, todos à venda.
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