Notas Etílicas - Por Saulo Yassuda SEGUIR SEGUINDO

Por Saulo Yassuda O jornalista Saulo Yassuda cobre cultura e gastronomia. Faz críticas de bares na Vejinha desde 2014. Dá pitacos sobre vinhos, destilados e outros assuntos

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COMER E BEBER

Lardo — Bar e Sebo reúne drinques, petiscos e livros na Pompeia. Leia a crítica

O endereço fica instalado em uma pequena garagem e tem lugares espalhados na calçada

Por Saulo Yassuda SEGUIR SEGUINDO
14 jan 2022, 06h00

Ambiente decorado por quadros e pôsteres nas paredes e prateleiras repletas de livros. No teto, alguns vasos com plantas pendurados. — O espaço diminuto: parte do público se espalha pela calçada (Clayton Vieira/Veja SP)

Pôsteres de filmes nas paredes, prateleiras apinhadas de livros e uma freguesia a papear sobre as eleições de 2022 (às vezes, sobre o BBB 22 também). Esse cenário pode remeter à Mercearia São Pedro, um clássico da Vila Madalena. Mas estamos falando de outro lugar (de uma versão mais jovem e atualizada do boteco, quem sabe?). Trata-se do Lardo — Bar e Sebo, que passou a receber clientes em setembro, na Pompeia.

Foi aberto pelo designer Ricardo Sukys, que se associou a dois amigos de infância, Diogo Bardal e João Próspero.

O salão (uma garagem) é confortável, mas, pequeno, não acolhe todo mundo, o que faz boa parte do público se espalhar pela calçada, com canteiros de plantas para se sentar e banquetas de apoio — a desvantagem lá fora é que, às vezes, demora para você ser atendido.

Drinque incolor servido em taça de martini junto de uma azeitona verde espetada em um palito — Lardo martini: gim passa pelo processo de fat-washing com lardo (Clayton Vieira/Veja SP)

Para bebericar, há meia dúzia de vinhos, boas cervejas da Trilha e Heineken (R$ 11,00, 250 mililitros). Mas atrai mesmo a carta de drinques montada pelo consultor Rafael Pires Domingues (do extinto Frank), que reconstruiu drinques clássicos. Ficaram ótimos.

O adonis vira umami adonis (R$ 36,00), com vinho manzanilla, vermute tinto, bitters e tintura de cogumelo para ganhar um sabor a mais. E o dry martini (gim e vermute branco seco) é transformado em lardo martini (R$ 30,00) após o destilado passar pelo processo de fat-washing (infusão) com lardo, a gordura curada do porco, e ficar mais untuoso.

Esse ingrediente que dá nome à casa também aparece num petisco: a boa bruschetta de lula com tomate assado, manjericão-roxo e raspas de limão-siciliano (R$ 39,00). Outra receita do chef Fernando Pedote é a polenta frita (seria melhor se um tiquinho menos gordurosa) para comer com o saboroso frango desfiado, úmido e defumado, e vinagrete de tomate verde (R$ 38,00).

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Duas fatias de pão cobertos por lula, pedaços de tomate assado e folhas de manjericão-roxo — Bruschetta: de lula com tomate, manjericão-roxo e raspas de limão-siciliano (Clayton Vieira/Veja SP)

O cafezinho expresso, nem sempre tratado bem em bares, aqui é dos bons (R$ 6,50).

Em tempo: se você é fã de livros de gastronomia, fique atento à seleção exposta em um dos cantos do lugar. Mas não, ela não está à venda — é a coleção pessoal do sócio Ricardo Sukys.

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Lardo — Bar e Sebo
Salão e retiradas: Rua Guiará, 376, Pompeia, tel. e WhatsApp (tel. 97854-0719).
Das 18h até 22h30 (sábado também almoço 12h30/15h30 e jantar a partir das 18h30; fecha de segunda a quarta).
Instagram: @lardo.pompeia.

Avaliação: ÓTIMO (✪✪✪✪)

Confira o cardápio: