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Prêmio Shell 2023 destaca diversidade e laureia primeira atriz trans

Verónica Valenttino levou o título pelo júri de São Paulo e Vera Holtz, pelo do Rio. Veja os resultados em todas as categorias

Por Júlia Rodrigues
Atualizado em 22 mar 2023, 13h14 - Publicado em 22 mar 2023, 13h05
Verónica Valenttino Prêmio Shell
Verónica Valenttino: primeira mulher trans a ganhar o Shell de melhor atriz (Alessandro Costa/Divulgação)
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A 33ª edição do Prêmio Shell celebrou nomes importantes do teatro brasileiro na noite de terça (21), no Teatro Riachuelo, no Rio. A cerimônia, que ficou dois anos sem acontecer devido à pandemia, reuniu pela primeira vez os vencedores eleitos pelos júris do Rio de Janeiro e de São Paulo — as cerimônias antes eram separadas.

A premiação contemplou espetáculos que fizeram temporada nas duas capitais entre 1° de janeiro e 31 de março de 2020 e 1° de abril a 31 de dezembro de 2022.

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Um dos destaques da noite foi o prêmio a Verónica Valenttino, primeira mulher trans a ser considerada a melhor atriz em 35 anos de premiação. Ela foi escolhida pelo júri de São Paulo por sua atuação no musical Brenda Lee e O Palácio das Princesas, que homenageava a trajetória da ativista Brenda Lee, figura importante da luta LGBTQIA+.

Na categoria do Rio, foi Vera Holtz quem levou o troféu para casa, por Ficções, monólogo inspirado no best-seller Sapiens: Uma Breve História da Humanidade, de Yuval Noah Harari

Em São Paulo, a categoria masculina foi arrematada por Clayton Nascimento, por seu espetáculo solo Macacos, enquanto no Rio foi a vez de Cridemar Aquino por Joãosinho e Laíla: Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia. A única peça a ganhar mais de um prêmio foi Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos, pela qual Dione Carlos levou melhor dramaturgia e o quarteto Alisson Amador, Amanda Abá, Denise Oliveira e Jennifer Cardoso conquistou melhor música. O espetáculo integrava os indicados do júri paulistano.

De São Paulo, a melhor direção foi para a dupla Ruy Cortez e Marina Nogaeva Tenório pelas releituras de Tchekhov A Semente da Romã e As Três Irmãs, que tinham no elenco veteranos como Walderez de Barros e Sérgio Mamberti (1939-2021). Pelo júri carioca, por sua vez, a categoria foi para Renata Tavares por Nem Todo Filho Vinga.

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A cerimônia deste ano homenageou duas das atrizes mais importantes do teatro nacional, Léa Garcia, que completa 90 anos em 2023, expoente do TEN – Teatro Experimental do Negro, com diversos trabalhos no teatro e na televisão, e Teuda Bara, fundadora de uma das maiores companhias do país, o mineiro Grupo Galpão.

Confira a lista completa de vencedores abaixo:

Seleção Júri São Paulo

DRAMATURGIA

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Dione Carlos por Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos

DIREÇÃO

Ruy Cortez e Marina Nogaeva Tenório por A Semente da Romã e As Três Irmãs

ATOR

Clayton Nascimento por Macacos

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ATRIZ

Verónica Valenttino por Brenda Lee e o Palácio das Princesas

CENÁRIO

Bira Nogueira por Meu Reino por um Cavalo

FIGURINO

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João Pimenta por F.E.T.O (Estudos de Doroteia Nua Descendo a Escada)

ILUMINAÇÃO

Cesar Pivetti por Brilho Eterno

MÚSICA

Alisson Amador, Amanda Abá, Denise Oliveira e Jennifer Cardoso pela execução musical em Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos

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ENERGIA QUE VEM DA GENTE

Coletivo 302, pela valorização da ancestralidade em Cubatão, na baixada santista, refletindo sobre a herança socioambiental da época em que era a cidade mais poluída do mundo, expressa de maneira contundente no espetáculo Vila Parisi.

Seleção Júri do Rio de Janeiro

DRAMATURGIA

Marcio Abreu e Nadja Naira por Sem Palavras

DIREÇÃO

Renata Tavares por Nem Todo Filho Vinga

ATOR

Cridemar Aquino por Joãosinho e Laíla: Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia

ATRIZ

Vera Holtz por Ficções

CENÁRIO

André Curti e Artur Luanda Ribeiro por Enquanto Você Voava, Eu Criava Raízes

FIGURINO

Wanderley Gomes por Vozes Negras: A Força do Canto Feminino

ILUMINAÇÃO

Alexandre O. Gomes por A Jornada de um Herói

MÚSICA

Itamar Assiere pela direção musical de Morte e Vida Severina

ENERGIA QUE VEM DA GENTE

Cia de Mystérios e Novidades, por fomentar há 40 anos um teatro marcado pela diversidade e multiplicidade e, mais recentemente, por ter criado sua Escola Sem Paredes, um complexo de espetáculos, performances, cortejos, intervenções urbanas, exposições, aulas, seminários, oficinas e atividades socioculturais fundamentais para a ocupação do território da zona portuária do Rio de Janeiro e para o enriquecimento do calendário cultural da cidade.

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