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No centenário de ‘Ulisses’, Bete Coelho encena devaneios de Molly Bloom

Com estreia na quarta (3), a Cia. BR116 coloca monólogo de personagem no palco, mas conectando-o a outras passagens do romance de James Joyce

Por Júlia Rodrigues
29 jul 2022, 06h00

No ano em que Ulisses (1922), obra máxima do irlandês James Joyce, completa um século de lançamento, Bete Coelho vive Molly Bloom, a esposa do protagonista, que o espera chegar de sua longa perambulação por Dublin. Em Molly — Bloom, peça da Cia. Br116 que estreia na quarta (3), vemos Leopold Bloom (Roberto Audio) chegar em casa após andar durante horas pela capital e deitar ao lado de Molly, que está dormindo — ou finge estar. No cenário, que conta apenas com uma cama, a trama se desenrola por meio de reflexões. “A peça fala sobre um casal, junto há dezesseis anos, com dois filhos, mas a partir da perspectiva de dentro da cabeça deles. Você escuta a voz interna dele em relação a ela e a voz interna dela em relação a ele e a outros homens também”, explica Bete Coelho.

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A personagem dela, por exemplo, recorda o passado, os antigos namorados, o primeiro beijo, o adultério que cometeu, a filha, a morte do filho e passeia também por devaneios sobre o desejo e o sexo. A intérprete conta que entrou em contato com o romance décadas atrás, por meio do poeta Haroldo de Campos, em encontros com colegas artistas. “Da maneira que ele falava sobre o livro, parecia algo palpável para nós, meros mortais”, brinca. “Mas, sempre que eu pegava para ler sozinha, achava muito difícil.” E acrescenta: “Eu também participava das edições do Bloomsday (evento mundial que celebra o protagonista) e fazia algumas passagens de Molly e de outros personagens, mas, até então, nunca havia lido o livro inteiro. A única coisa boa que a pandemia trouxe foi o tempo e a dedicação necessários para fazer isso, o que reacendeu a minha paixão pela Molly e me fez descobrir também meu fascínio pelo Leopold”.

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Veterana dos palcos, ela dirige a montagem junto a Daniela Thomas e Gabriel Fernandes, a partir da tradução de Caetano W. Galindo para a obra. Como forma de manter a multiplicidade de sentidos em Ulisses, a companhia optou por inserir no cenário recursos como projeções e espelhos, para que o público possa participar quase como voyeur e enxergar a montagem a partir de ângulos diferentes. 14 anos. (80min).

Sesc Avenida Paulista. Avenida Paulista, 119, ☎ 3170-0800. Qua. a sáb., 21h. Dom., 18h. R$ 30,00. Até 28/8. sesc.org.br.

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Publicado em VEJA São Paulo de 3 de agosto de 2022, edição nº 2800

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