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Cultura & Lazer

Mostra Internacional de Teatro de São Paulo retoma programação presencial

A oitava edição da MITsp tem peças do Brasil e de fora, debates e oficinas

Por Júlia Rodrigues
27 Maio 2022, 06h18

Um robô similar a um homem usa camisa branca, calça jeans e sapatos pretos. Está sentado em uma poltrona no palco, com um notebook em uma mesa a frente. Um telão exibe suas costas, onde ficam expostas as fiações de máquina — "Vale da Estranheza", de Stefan Kaegi: relação entre humanos e a tecnologia (Gabriela Neeb/Divulgação)

De 2 a 12 de junho, a MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo retoma sua programação presencial com três montagens internacionais (uma delas, estreia) e sete nacionais (três delas também inéditas), em diversos teatros e centros culturais da capital.

A volta aos palcos físicos ocorre após a edição do ano passado ter acontecido totalmente on-line. O evento mantém seus principais eixos de atrações: Mostra de Espetáculos, Ações Pedagógicas, Olhares Críticos e MITbr – Plataforma Brasil.

A abertura, na quinta (2), será no Sesc Pinheiros com Estádio (Stadium), dos franceses Mohamed El Khatib e Fred Hocké. A peça coloca lado a lado um grupo de torcedores de futebol e a plateia do teatro. Ela se desenrola em dois tempos de 45 minutos, como em um jogo, e busca trazer em cena as emoções de uma partida e as histórias de vida dos torcedores.

Torcedores tocam instrumentos em grupo no palco. Usam camisetas vermelhas e amarelas — “Estádio”, de Mohamed El Khatib e Fred Hocké: arena no palco (Yohanne Lamoulère/Divulgação)

Ainda no repertório internacional, o monólogo O Martelo e a Foice (Le Marteau et la Faucille), de Julian Gosselin, tem sessões nos dias 3, 4 e 5 no Teatro Paulo Eiró. A partir do texto de Don DeLillo, o ator Joseph Drouet interpreta um ex-comerciante poderoso que cumpre pena em uma prisão junto de outras pessoas também influentes, acusadas de crimes de colarinho branco.

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Vale da Estranheza (Uncanny Valley), do suíço naturalizado alemão Stefan Kaegi, da trupe Rimini Protokoll, coloca um robô muito similar a um homem no palco para refletir sobre a aversão que sentimos com o contato com máquinas que simulam humanos, sensação definida pelo cientista japonês Masahiro Mori e que empresta nome à montagem. Tem apresentações nos dias 8, 9, 10 e 11 no Sesc Belenzinho.

A única estreia internacional é o segundo trabalho conjunto entre o dramaturgo brasileiro Alexandre Dal Farra e o diretor argentino Lisandro Rodríguez. Tragédia e Perspectiva I – O Prazer de Não Estar de Acordo, com produção da própria MITsp, ocupa o Galpão do Folias no dia 6. Traz em cena cinco pessoas que se encontram em volta de uma garrafa d’água e suas relações.

História do Olho – Um Conto de Fadas Pornô-noir é um dos destaques das estreias brasileiras. A peça de Janaina Leite é uma livre adaptação do livro História do Olho, de Georges Bataille, e leva a pornografia à história de três adolescentes em suas descobertas sexuais.

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Um ator deitado nas pernas de uma atriz sentada, que usa uma máscara branca — Peça de Janaina Leite: pornografia no teatro (Cacá Bernardes/Divulgação)

Além dos espetáculos, também haverá debates e oficinas relacionadas ao universo das artes cênicas. Os ingressos já podem ser adquiridos no site mitsp.org.

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