Quando a Rua Augusta foi acarpetada para o Natal
Ação ousada dos lojistas é lembrada até hoje
O Natal de 1973 foi um tanto diferente na Rua Augusta, já naquela época um dos maiores centros de comércio da capital. Os lojistas inovaram com uma ideia inusitada: acarpetar toda a extensão do Alto-Augusta, ou seja, da Avenida Paulista até o fim da rua, na esquina com a Rua Estados Unidos, onde se concentravam grandes lojas que atraíam compradores de toda a cidade.
A ideia veio da Companhia City, uma empresa de urbanismo presente em São Paulo desde 1912, de origem inglesa, que trouxe para nossa cidade as técnicas de urbanismo da Inglaterra, e foi responsável pela urbanização de bairros como o Jardim América e o Pacaembu.
O trabalho foi feito em apenas uma noite. O dia terminou com uma rua comum de asfalto que, no dia seguinte, amanheceu coberta com um carpete quadriculado por quase um quilômetro. O slogan para a ousada empreitada era: “Nosso visitante é tão ilustre, que acarpetamos a rua”. Se hoje em dia a cidade se tornou preta e prata, por falta de cores nos carros, naqueles tempos não só os carros tinham cores, como também a rua!
Elaborada para ser uma decoração de curto prazo, ela durou ainda menos do que se esperava. Com as chuvas de verão, o carpete foi aos poucos se soltando da rua, inclusive dificultando ainda mais o trânsito, e, em pouco tempo, o bom e velho asfalto estava de volta. Apesar disso, mais de quatro décadas se passaram e esta ação inédita dos lojistas ainda é lembrada como uma das mais espetaculares decorações de Natal que esta cidade já teve.