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Musical celebra vida e obra de Nelson Gonçalves; relembre sua trajetória

A montagem 'Nelson Gonçalves — O Amor e o Tempo' estreia nesta sexta (3), no Teatro Gazeta

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 25 abr 2023, 17h26 - Publicado em 3 Maio 2019, 06h00
Nelson Gonçalves, no início da década de 70: uma centena de álbuns e quase 200 bolachas de 78 rotações por minuto entre 1941 e 1998 (Darcy Trigo/Divulgação)
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Antônio Gonçalves Sobral, filho de imigrantes portugueses, nasceu em 1919, na cidade gaúcha de Sant’Ana do Livramento, e chegou a São Paulo com pouco mais de 2 anos. Foi por aqui que ele se tornou Nelson Gonçalves, um dos nomes mais populares da música brasileira, em uma trajetória iniciada nas feiras livres e praças do bairro operário do Brás. O garoto, acompanhado de um instrumentista, ganhava tamanho ao subir em um caixote e, com o timbre ainda juvenil, chamava a atenção de quem passava e lhe retribuía com alguns trocados. A consolidação do rádio, na virada da década de 30 para a de 40, no entanto, exigia vozes potentes e interpretações dramatizadas, e o cantor soube associar seu talento a esse filão.

A lendária gagueira nunca foi empecilho e era plenamente disfarçada diante do microfone. Caminhemos, Maria Bethânia, Renúncia e A Volta do Boêmio destacam-se em um repertório de sambas-canção, boleros e tangos que fizeram de Nelson o maior vendedor de discos do país, sendo superado apenas por Roberto Carlos. Seus sucessos passionais também remetem a uma vida atribulada por causa de casamentos desfeitos e do envolvimento com drogas.

Essa faceta intensa norteia o musical Nelson Gonçalves — O Amor e o Tempo. Protagonizado por Guilherme Logullo e Jullie, o espetáculo estreia nesta sexta (3), no Teatro Gazeta, e prova que a memória do grande cantor popular, vítima de um infarto em 18 de abril de 1998, aos 78 anos, ainda habita o imaginário de seus fãs.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 8 de maio de 2019, edição nº 2633.

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