Livro sobre cinema super-8 será lançado no MIS
Entre as décadas de 70 e 80, São Paulo foi um dos redutos mais efervescentes da produção experimental no formato
Aberto em 1972 pelo papa do super-8 Abrão Berman (1941- 1990), o Grupo dos Realizadores Independentes de Filmes Experimentais (Grife) funcionava na casa da Rua Estados Unidos, 2240, esquina com a Alameda Gabriel Monteiro da Silva. Entre exposições, debates e encontros intelectuais, o espaço foi celeiro de festivais em super-8, formato cinematográfico até então associado a filminhos caseiros.
Entre as décadas de 70 e 80, São Paulo chegou a contabilizar mais de vinte competições do gênero. Para relembrar um dos períodos mais efervescentes dessa produção experimental, o economista e pesquisador Antonio Leão da Silva Neto escreveu Super-8 no Brasil – Um Sonho de Cinema (624 páginas, R$ 68,00).
O lançamento do livro será na quinta (16), às 18 horas, no MIS (Avenida Europa, 158), com preço promocional de R$ 50,00. O autor fez um precioso trabalho de pesquisa durante três anos e, sem editora, bancou metade dos 24 000 reais necessários para a publicação. “Por se tratar de um cinema menor, amador e cheio de preconceitos, não se guardou muito material”, conta.
Mesmo assim, ele conseguiu catalogar 5 519 filmes (2 213 de São Paulo) e 3 770 realizadores, com 952 biografias. O Grife fechou as portas em 1984, já com a ascensão das câmeras de vídeo. Por coincidência do destino, o lugar abrigou, a partir de então, a Omni Vídeo, uma das primeiras videolocadoras da capital.