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Ernesto Varela, o inventor do repórter cara de pau

Ele fazia aos políticos as peguntas que nós queríamos fazer

Por Roosevelt Garcia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
7 abr 2017, 18h08

Ernesto Varela é um personagem criado pelo jornalista, diretor, roteirista e apresentador Marcelo Tas, mas se tornou tão importante para a televisão brasileira que é lembrado até hoje como o precursor de reportagens com perguntas escrachadamente non-sense, injetadas diretamente na veia do entrevistado, fórmula essa utilizada hoje por programas de repercussão nacional como Pânico na TV.

No início dos anos 80, Marcelo Tas, Fernando Meirelles e mais alguns amigos formaram a produtora Olhar Eletrônico. Depois de ver alguns dos seus trabalhos no festival Video Brasil do Museu da Imagem e do Som, o MIS de São Paulo, Goulart de Andrade os convidou para preencher parte de seu programa na TV Gazeta. Nascia aí o Crig-Rá, um programa de reportagens e videoclipes apresentado pelo aloprado Bob McJack, o primeiro personagem televisivo de Tas (o nome Bob McJack é uma brincadeira com as lanchonetes de fast-food Bob’s, McDonalds e Jack in the Box). O repórter Ernesto Varela veio em seguida, fazendo entrevistas desconcertantes, principalmente com políticos, no programa Olhar Mágico, na mesma Gazeta, num horário pertencente à Abril Vídeo. Seu câmera Waldeci, a quem Varela sempre se referia, era nada menos que o próprio Fernando Meirelles, hoje um diretor conhecido internacionalmente.

Varela certa vez invadiu a boate Gallery e seguiu José Vitor Oliva até o banheiro, só pra perguntar o que os ricos fazem quando ninguém está olhando. E na época da campanha pelas Diretas, ele tinha um leque enorme de opções de matérias com a política brasileira, que estava em primeiro plano. No dia da votação da emenda Dante de Oliveira, Varela fez uma pergunta qualquer a Nelson Marchezan, líder do PDS na câmara. Quando o político respondeu, ele rebateu: “O senhor acredita mesmo no que acabou de dizer?” Em outra ocasião, fez uma pergunta a Paulo Maluf, que, surpreso, virou as costas e deixou a sala em que estavam:

“Muitas pessoas não gostam do senhor, dizem que o senhor é corrupto. É verdade isso, deputado?”.

O repórter chegou a propor em Brasília que os dizeres “Ordem e Progresso” fossem retirados da bandeira nacional.

Ernesto Varela passou também pela Globo, onde teve um quadro no Fantástico, cobrindo os bastidores da Copa do Mundo de 1986, fazendo as perguntas aos dirigentes do futebol brasileiro que todos gostaríamos de fazer.

Precursor do jornalismo escrachado, sendo engraçado sem querer ser, Ernesto Varela é um verdadeiro clássico da TV brasileira.

 

Melhores perguntas:

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O prazer da política:

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