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Por Por Marcelo Copello
Especialista na bebida, Marcelo Copello foi colunista de Veja Rio. Sua longa trajetória como escritor do tema inclui publicações como a extinta Gazeta Mercantil e livros, entre eles "Vinho e Algo Mais" e "Os Sabores do Douro e do Minho", pelo qual concorreu ao prêmio Jabuti
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Vinhos para viajar pelo mundo

Conheça rótulos de diferentes partes do mundo para provar durante as férias e fora delas também

Por Marcelo Copello
Atualizado em 28 jul 2023, 17h46 - Publicado em 28 jul 2023, 06h00

Sorte nossa. O mercado brasileiro de vinhos é um dos de maior diversidade no mundo. Em países tradicionais da Europa, como Itália, França ou Espanha, praticamente só estão disponíveis os vinhos locais. Se estamos na Toscana, encontraremos majoritariamente rótulos regionais, alguma coisa de outras partes da Itália e quase nada de outros países.

O outro lado da moeda são os países grandes importadores, como Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, que juntos importam quase 40% do vinho do mundo (números da OIV 2020). Neles, a diversidade da oferta é grande, assim como no Brasil. Aqui importamos cerca de 140 milhões de litros ao ano, que representam em média 12500 novos rótulos de 66 países (números da Product Audit).

Toda esta diversidade ainda representa pouco do vinho no mundo. Para se ter uma ideia, calcula-se que só a Itália possua mais de 500 000 rótulos no mercado (estimativa do guia italiano Gambero Rosso). Natural, portanto, que quando um enófilo brasileiro viaja de férias, ele vá em busca de descobertas, e no planeta Baco, pode crer, as possibilidades são virtualmente infinitas.

No Brasil, temos a cada dia novos e pequenos produtores, dos quais muitos não têm seus vinhos distribuídos fora de suas regiões, e que hoje não estão apenas no Rio Grande do Sul, estado de maior produção. Nomes como InnVernia (SP), Villa Triacca (DF), Vinícola Stella Valentino (MG) e Vinícola Thera (SC) são bons exemplos. Na América do Sul, vale explorar países emergentes na bebida, como Peru e Bolívia, por exemplo, e, claro, mergulhar nas inúmeras novidades dos tradicionais Chile, Argentina e Uruguai.

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No Chile, há opções boas em toda a parte, mas chamam a atenção as regiões extremas, ao norte, como Atacama e Elqui, ao sul, como Bío-Bío, Malleco e Lago Ranco. E a costa chilena também pode trazer ótimas pedidas. Na Argentina, a malbec sempre reina, mas com estilo cada vez mais fresco e elegante. A queridinha do momento, entretanto, é a cabernet franc. Quanto ao Uruguai, para quem busca sugestões fora do comum recomendo tintos da uva marselan.

Se meu destino fosse a América do Norte, eu iria atrás dos vinhos nebbiolo do México, como o Paoloni. Do Canadá, tenho curiosidade (nunca provei) brancos da casta híbrida vidal. Os Estados Unidos são um gigante nos vinhos, e para quem já explorou os cabernets, tente os zinfandel fora da curva produzidos em Lodi, na Califórnia, ou os pinot noir de Washington State.

Portugal, porta da frente da Europa, vive de sua diversidade inesgotável de castas. Da terrinha vale provar vinhos dos Açores, os renovados vinhos de talha (ânforas) do Alentejo e buscar raridades em extinção nas regiões de Colares e Carcavelos, próximas a Lisboa, e vinhos da casta terrantez, da Ilha da Madeira. Na Espanha, a estrela em ascensão são os albariños de Rías Baixas, cujos melhores alcançam os píncaros da qualidade.

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E a França, líder nos vinhos de luxo, também guarda segredos em cada esquina. Minha coqueluche particular do momento são os champanhes de pequenos produtores. Por fim, a Itália, campeã em diversidade, renderia uma coluna à parte. Para não me alongar, mando flechas no coração ao sugerir as castas tintas pignolo e nerello mascalese e as brancas erbaluce, malvasia, de Carso, na região de Friuli, e os raros vinhos de sobremesa picolit.

O espaço não permite falar do resto da Europa, da África, da Ásia e da Oceania, o que só confirma a infinita diversidade do vinho.

Confira exemplares abaixo.

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Garrafa de vinho em fundo branco.
Rótulo português: vindo da Ilha dos Açores (Divulgação/Divulgação)

Arinto dos Açores
Do produtor António Maçanita, da D.O. Pico, na Ilha dos Açores, em Portugal, elaborado com a casta local arinto dos Açores, com amadurecimento em inox durante onze meses. Cor palha clara. Aroma fresco, cítrico, limão e nota mineral que lembra um pouco a riesling. Paladar de boa acidez, apenas 12% de álcool, longo e refrescante. R$ 269,90, na Evino.

Fuego Blanco Cabernet Franc-Malbec Valle del Silex
60% cabernet franc e 40% malbec e oito meses em barricas de segundo uso. As uvas são do vale de Pedernal, ao norte de Mendoza. Aromas de frutas negras, especiarias e notas minerais. Paladar de médio corpo, bons taninos e acidez, elegante e gastronômico. R$ 152,82, na Wine.

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Durigutti Clásico Cabernet Franc
Com uvas das regiões Agrelo (70%) e Mendoza (30%), amadurece durante oito meses em barricas de carvalho francês (70%) e americano (30%). Rubi escuro, tem aroma focado em frutas vermelhas frescas e também em carvalho. Paladar de médio corpo, com taninos e acidez de média estrutura, é fresco e gastronômico. R$ 149,00*, na Amazon.

*preço sujeito a alteração

Publicado em VEJA São Paulo de 2 de agosto de 2023, edição nº 2852.

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