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Vinho e Algo Mais

Por Por Marcelo Copello Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Especialista na bebida, Marcelo Copello foi colunista de Veja Rio. Sua longa trajetória como escritor do tema inclui publicações como a extinta Gazeta Mercantil e livros, entre eles "Vinho e Algo Mais" e "Os Sabores do Douro e do Minho", pelo qual concorreu ao prêmio Jabuti
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Toscana tem muito mais rótulos além de brunello e chianti

A região na Itália apresenta uma multiplicidade geográfica que propicia a produção de diferentes estilos da bebida

Por Marcelo Copello
1 nov 2024, 06h00
vinhos-toscana-italia
Rótulos: opções da Toscana (Divulgação/Divulgação)
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A Toscana é uma região vinícola de renome mundial, famosa principalmente pelo chianti e pelo brunello di montalcino. No entanto, a riqueza da Toscana vai além desses nomes. Com uma diversidade geográfica e cultural impressionante, a área abriga uma vasta gama de denominações de origem controlada (DOCs) e vinhos que exploram tanto as tradições quanto a inovação.

São mais de quarenta DOCs, cada uma com características que refletem a diversidade de seus solos, microclimas e práticas vinícolas. Entre as mais notáveis estão vino nobile di Montepulciano, Bolgheri, Morellino di scansano, vernaccia di san Gimignano e Rosso di Montalcino. Além dessas, há DoCs menos conhecidas, mas igualmente interessantes, como Montecucco, val di Cornia, Cortona e Colline Lucchesi, cada uma contribuindo na formação de um vasto panorama de estilos.

A diversidade das castas cultivadas é outro ponto forte. A sangiovese é a uva mais importante, dando origem a bebidas distintas, dependendo da sub-região. Além dela, cepas como canaiolo, colorino e ciliegiolo desempenham papéis importantes nos vinhos tradicionais. Nos brancos, destacam-se vernaccia, protagonista do vernaccia di san gimignano, e trebbiano, usada em blends. Malvasia e vermentino também estão em evidência em várias partes da Toscana.

Um capítulo especial na história recente desse território é a criação dos vinhos de indicazione Geografica Tipica (iGT). introduzido em 1992, o iGT reconhece exemplares de alta qualidade que não se enquadravam nas regras rígidas das DOCs. Os vinhos iGT oferecem maior liberdade para os produtores em termos de escolha de uvas, métodos de vinificação e cortes, permitindo misturas de variedades internacionais como cabernet sauvignon, merlot e syrah com as autóctones italianas.

Essa necessidade de flexibilidade deu origem aos “supertoscanos” nos anos 1970, vinhos que combinam tradição e inovação, muitas vezes utilizando uvas não permitidas nas DOCs tradicionais. Bolgheri é uma das sub-regiões onde os iGTs ganharam notoriedade, especialmente com vinhos icônicos como sassicaia e ornellaia. Esses rótulos redefiniram o conceito de qualidade por lá, muitas vezes superando em prestígio os vinhos DoCG. Sub-regiões como Maremma, Val d’Orcia, Colline Pisane e Chianti Rufina, cada uma com características únicas, enriquecem ainda mais a diversidade vinícola da Toscana, destacando ainda mais a complexidade e a riqueza desse pedaço da Itália.

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Aurelio D.O.C. Maremma Toscana 2019 Da vinícola Val Delle Rose, da valorizada sub-região de Maremma. Elaborado com merlot (95%) e cabernet franc (5%), com doze meses em barricas de carvalho. Cor rubi escura. no nariz, apresenta frutas negras como amora e cereja preta, acompanhadas de notas de especiarias, couro e um toque de ervas, notas terrosas e de cacau amargo. no paladar é encorpado, com taninos firmes e bem integrados, com boa acidez e conjunto equilibrado. R$ 316,35, na Wine.

Rubio iGT Toscana Rosso 2018 Da vinícola San Polo, do grupo Allegrini, no vêneto. Elaborado com 100% sangiovese, com doze meses em barris de carvalho. Cor rubi escura. Aromas de frutas vermelhas maduras, com o cereja e framboesa, e especiarias doces, como canela. Paladar de médio-bom corpo, com bom frescor e equilíbrio, com 14% de álcool, taninos finos e uma boa acidez que confere vivacidade ao vinho. R$ 188,93, na Grand Cru.

Dogajolo iGT Toscano Rosso 2021 Da vinícola Carpineto, empresa sustentável. Elaborado com 70% de sangiovese mais 30% de cabernet sauvignon e outras uvas, com seis meses em barricas de carvalho usadas. Rubi mais para claro. Aroma focado nas frutas vermelhas, com cereja e morango, alcaçuz, cravo. Paladar leve e macio, 13% de álcool, gastronômico e pronto para beber. R$ 94,00, na Wine.

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Publicado em VEJA São Paulo de 01 de novembro de 2024, edição nº 2917.

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