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Por Matheus Prado
Matheus Prado é repórter de VEJA SÃO PAULO e já passou por veículos como Estadão, Folha de S.Paulo e UOL. Experimenta, neste blog, fazer coisas que nunca fez.
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Fui ver qual é a da prática de esgrima em São Paulo

Localizada no Ipiranga, escola do treinador cubano Abel Melián tem cerca de oitenta alunos

Por Matheus Prado
Atualizado em 23 jul 2019, 09h33 - Publicado em 22 jul 2019, 18h26

Pensa num moleque vidrado em esportes e televisão. Agora pensa nesse moleque em tempos de Jogos Olímpicos. Esse era eu. De quatro em quatro anos, meus olhos não se desgrudavam da TV durante os cerca de vinte dias de competição. Nada fora do normal, muita gente faz isso. Mas me encantava acompanhar as modalidades com as quais tinha menos contato no dia-a-dia. Práticas como hipismo, canoagem, halterofilismo e esgrima prendiam a minha atenção.

Avançando rapidamente até 2019, poucas coisas mudaram. A televisão até perdeu espaço para o YouTube na minha vida, mas a nova plataforma continua transmitindo práticas esportivas. Foi por ali que vi, inclusive, a esgrimista ítalo-brasileira Nathalie Moellhausen ganhar, na última quinta-feira (18), a primeira medalha de ouro do Brasil em mundiais da modalidade em Budapeste, na Hungria.

Por uma feliz coincidência, eu havia visitado a Escola de Esgrima Abel Melián, no Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo, na semana anterior. Meu objetivo, como de praxe neste latifúndio, era experimentar a prática e avaliar se a mesma caberia hipoteticamente na minha rotina. E assim o fiz. Para jogar (este é o termo banalmente utilizado para quando dois atletas competem) comigo, levei minha “conje”, Larissa.

Já no galpão que serve como sede do espaço, fui prontamente recebido por Abel. O treinador e árbitro cubano, que dá nome à escola, está no Brasil há dezoito anos, sempre atuando na área. Ele orientou uma rotina de aquecimento antes de começar a me ensinar a técnica. A primeira base é simples. Pé dominante virado para frente, pé de apoio atrás, de lado, formando um L. A segunda base é uma continuação da primeira, mas com os pés espaçados. Melián explicou que era “um L maiúsculo”. Com essa disposição corpórea e os joelhos flexionados, temos o que se chama de posição de guarda.

Eu versus eu: a posição de guarda (Carol Martins/Divulgação)

A partir da guarda, é possível se mover para frente e para trás, conforme os deslocamentos do adversário. Já na mão dominante, vai a espada (ou florete ou sabre). Entre uma curiosidade histórica e uma bronca bem-humorada para corrigir o posicionamento das pernas, Melián me ensinava de maneira contundente os movimentos básicos do esporte. Por se tratar de algo completamente diferente de tudo que já fiz, não existe memória muscular. Mas o negócio é não ter pressa.

Para atacar o adversário, o pé que está na frente avança ainda mais, fazendo com que o corpo fique flexionado. O braço, que na posição de guarda fica levemente afastado do corpo, também se estica para tocar o corpo do rival. A ponta da espada, preparada para isso, possui um pino que, ao ser pressionado contra o alvo, acende o painel luminoso que marca o placar.

Tentando, e não conseguindo, colocar a indumentária (Carol Martins/Divulgação)

Aprendida a teoria básica, era hora de colocar o equipamento, a parte mais complicada da aula. Tem meião, macacão, colete, outro colete, extensão de tomada (?????), espada e máscara. A extensão – que vai na manga da mão dominante – serve para conectar a espada ao placar e computar os pontos.

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Superado este grande quebra-cabeças, Melián cometeu a pequena loucura de me deixar combater. Fui primeiro contra minha parceira de aula. Decidi que ia me atentar aos movimentos dos pés, para não envergonhar o meu já querido mestre. Na hora do vamos ver, confesso que virou bagunça. Como nós dois tínhamos (e continuamos tendo) pouquíssimo traquejo com a arma e coordenação dos movimentos, talvez a luta tenha sido um show de horrores.

Mas, como eu não estava assistindo de fora, me diverti muito. É desafiador pra caramba tentar se concentrar na sua movimentação e na do adversário ao mesmo tempo. A mão, e consequentemente a espada, que devia servir como extensão do corpo, não tinha muitos comandos decorados, o que também não facilitou. Mas, aos trancos e barrancos, fizemos uma luta apertada: 5 a 3 para este que vos escreve.

Feliz com a aula e surpreendentemente exausto com o combate, pensei que meu dever ali já estava cumprido. O treinador, por outro lado, tinha um plano distinto. Convidou um de seus alunos experientes para jogar comigo. Com a certeza da derrota, tentei usar a máxima de “o não você já tem” e fui para o ataque. Fiquei só com o “não” mesmo. 5 a 0 para o meu adversário, que elogiou, talvez por pena, a minha tática kamikaze.

Eu versus Lari (Carol Martins/Divulgação)

Voltaria? Com certeza. Além de se mostrar uma opção de exercício físico bastante exigente, o componente lúdico e o espírito de equipe da turma me conquistaram. Na Escola de Esgrima Abel Melián, há aulas para adultos e crianças de segunda a sábado. Uma aula por semana custa 219 reais no plano mensal e 164 reais no anual. Para frequentar o centro duas vezes a cada sete dias, o aluno desembolsa 394 reais mensalmente ou 296 reais anualmente. Existem também outros pacotes individuais e familiares. Rua Padre Serrão, 212, Ipiranga, tel. 2591-3885.

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