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✪✪✪✪ Imagine que aquele seu namoradinho de infância veio te procurar nas redes sociais, mais de vinte anos depois, quando você já está morando do outro lado do mundo, vivendo um casamento feliz e saudável. Será que isso faria você, de alguma forma, questionar o rumo que sua vida levou desde a época de criança?
No caso de Nora (interpretada por Greta Lee, da série The Morning Show), protagonista de Vidas Passadas, esse reencontra o coloca numa espécie de crise existencial, maior do que romântica.
O filme com elementos autobiográficos da cineasta e roteirista estreante Celine Song estreia nos cinemas depois de encerrar 2023 na lista de melhores do ano de diversas publicações internacionais. E não é para menos. Song aborda de uma maneira sensível um relacionamento de difícil definição. Nora não é exatamente apaixonada por Hae Sung (Teo Yoo), o tal namoradinho que ficou para trás em sua Coreia do Sul natal.
Mesmo assim, a aproximação entre os dois desperta uma certa nostalgia. Já o rapaz parece ter ficado preso a uma projeção de Nora que talvez nem faça sentido, mas que foi alimentando ao longo dos anos.
Nos olhares desajeitados e silêncios que se formam entre os personagens, o filme revela alguma angústia, porém sem deixar de lado uma maneira poética e delicada de olhar o passado.
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Mais do que um longa sobre os famigerados encontros e desencontros do coração, Vidas Passadas trata de reconhecer as possibilidades e assumir as decisões para poder seguir em frente. Esse belíssimo drama estreia em 25 de janeiro.
Publicado em VEJA São Paulo de 19 de janeiro de 2024, edição nº 2876
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