✪✪✪✪ No que diz respeito às séries de TV, é bom saber quando é a hora de acabar. É o caso de produções como Ted Lasso e Servant, do AppleTV+, e Succession, que têm em comum o auge da glória, os milhares de comentários em redes sociais… e 2023 como o fim da linha. A última série citada, disponível na HBO Max, está em seu quarto ano e o ápice ainda parece longe de terminar.
É provável que o último episódio, que será exibido no fim de maio, ainda mantenha esse nível. No entanto, o desfecho deve ser tenso, pois o ego e o orgulho ferido são características intrínsecas a todos os personagens, sem exceção. Agora, em um cenário com a possível venda do conglomerado de mídia Waystar Royco, maior conquista de Logan Roy (Brian Cox), a discórdia vai se tornando o verdadeiro protagonista.
Seus filhos, Kendall (Jeremy Strong), Shiv (Sarah Snook), Roman (Kieran Culkin) e Connor (Alan Ruck), não falam sobre outra coisa e temem pelo futuro. Logan é a chave para encerrar (ou prolongar) a angústia existencial da família.
Succession pode girar em torno de pessoas ricas, mas é também uma série que prova o quanto a terapia se faz necessária. Muitas das discussões entre irmãos vêm de uma juventude baseada em desafetos. No fim, eles não querem conquistar o mundo: só querem desafiar e provocar o severo patriarca.
Publicado em VEJA São Paulo de 12 de abril de 2023, edição nº 2836
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