‘Sorria’: traumas e terror se fundem em história sinistra
Longa, que está em cartaz nos cinemas, narra maldição macabra e possui narrativa envolvente
✪✪✪ Sorria, estreia da semana nos cinemas, já é capaz de assustar só pelo trailer. E o resultado completo não decepciona: o título lançado apenas um mês antes do Dia das Bruxas é aterrorizante do início ao fim.
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Na trama, conhecemos Rose Cotter (Sosie Bacon, de Mare of Easttown), médica dedicada que vê sua vida tomar um rumo inesperado após uma nova paciente afirmar que está sob o domínio de uma entidade perigosa. A jovem alega que vê rostos de pessoas sorrindo bizarramente — e considera esse um prenúncio de que está correndo perigo, pois não são sorrisos amigáveis. Ela acaba morrendo sob os cuidados de Rose.
A partir desse trauma e de informações estranhas, a protagonista investiga o caso e percebe que não foi um acontecimento isolado: parece ser uma rede de maldição, que passa de pessoa a pessoa. E ela pode ter se tornado um alvo.
O terror possui uma excelente construção, com boa atuação de Sosie e trabalhos satisfatórios de direção, fotografia e trilha sonora. Quando falamos de sustos e da elevação do horror, os elementos técnicos contam (e muito) para atrair o espectador e fazer com que a atenção se volte 100% à tela. É o caso de Sorria.
Tudo é elaborado com capricho e o suspense nunca sai do tom. Os sustos também são ótimos. No entanto, o terço final do longa de Parker Finn acaba cedendo a velhos clichês do gênero (não cabe narrá-los aqui, para evitar spoilers), que, lamentavelmente, encerram a narrativa de forma um tanto desinteressante.
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Publicado em VEJA São Paulo de 5 de setembro de 2022, edição nº 2809