Adaptação fiel da HQ de Neil Gaiman, ‘Sandman’ é acerto da Netflix
Confira 5 motivos para assistir a série; Tom Sturridge interpreta Morpheus, o Rei dos Sonhos
✪✪✪✪ A série Sandman, disponível na Netflix, é um deleite visual e narrativo especialmente para quem já é fã do universo do escritor Neil Gaiman — mas a melhor notícia é que é possível a qualquer pessoa que se interesse por fantasia se encantar pela produção.
Com dez episódios, Sandman é baseada na história em quadrinhos homônima lançada em 1988. Desde então, a aventura de Morpheus, o rei dos sonhos, e seus irmãos Perpétuos (como a própria morte) coleciona fãs pelo mundo todo.
Confira abaixo 5 motivos para maratonar os 10 episódios da 1ª temporada.
NARRATIVA DESCOMPLICADA
Além de entregar uma versão fiel baseada na HQ, Sandman alcança a proeza de explicar sua complexa trama de forma simples, ao mesmo tempo que sem soar didática demais. Conhecemos o mundo de Morpheus rapidamente, assim como a vastidão de seu reino (o Sonhar) e poderes. Ele tem o dom de criar sonhos e pesadelos e é irmão de outras criaturas intrigantes, como morte, Desejo e Desespero — seres Perpétuos muito poderosos.
GRANDE ELENCO
Tom Sturridge dá um show na pele do protagonista Morpheus/Sandman, mas ele não está sozinho o tempo todo. Alguns dos irmãos Perpétuos dele aparecem, como Morte (Kirby Howell-Baptiste), Desejo (Mason Alexander Park) e Desespero (Donna Preston). Personagens como Lúcifer (Gwendoline Christie), Coríntio (Boyd Holbrook) e Johanna Constantine (Jenna Coleman) também marcam presença e esbanjam talento.
REFLEXÕES SOBRE A VIDA
A presença da morte por si só já traz certa melancolia. Há um episódio em especial (o sexto) que apresenta a relação entre ela e sonho, além de como seu trabalho é feito na Terra. Não é apenas sobre “ceifar” vidas, mas sobre deixar clara a importância de aproveitar os dias. A forma como a série trata esse tema é emocionante, ainda mais com uma personagem jovial que admira aqueles que acompanha rumo ao fim.
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FANTASIA É O FOCO
Um dos elementos mais interessantes de Sandman é que cada episódio traz uma perspectiva diferente dentro do mesmo universo. No caso, é um universo vasto, com inúmeros personagens e possibilidades. Por isso, há um certo tipo de experimentação de gêneros (o episódio 5 se destaca por ser mais assustador, por exemplo), mas o que sobressai é a ideia central de Gaiman: uma fantasia sobre seres eternos, assim como suas indagações e a relação que têm com a Terra e os humanos.
BONS EFEITOS VISUAIS
Uma grande história que viaja pelo espaço e pelo tempo necessita de um bom trabalho visual. E, como em diversas séries produzidas pela Netflix, o resultado é satisfatório. As estrelas, o inferno e a Terra são retratados com capricho e atenção aos detalhes. O figurino também é belíssimo. Há, ainda, um duelo entre Sonho e Lúcifer de tirar o fôlego ao exteriorizar os imensos poderes de cada personagem.
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Publicado em VEJA São Paulo de 17 de agosto de 2022, edição nº 2802