Com ótimo elenco, Rugido foca no olhar feminino em 8 histórias distintas
Nicole Kidman, Allison Brie e Merritt Wever compõem elenco; série de antologia é nova produção do AppleTV+
✪✪✪ Séries antológicas fazem sucesso, sendo Black Mirror, Modern Love, Amor, Morte e Robôs alguns dos exemplos mais recentes. mas Rugido, nova produção do AppleTV+, se destaca ainda mais por privilegiar o olhar feminino em histórias completamente diferentes umas das outras — algo não tão recorrente, mas certamente bem-vindo.
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A cada episódio (são oito no total), o espectador conhece uma mulher e um aspecto particular de sua história. Não há conexão entre as personagens, então é possvel assistir tudo sem ser na ordem convencional. As produtoras Liz Flahive e Carly Mensch, criadoras de GLOW (série que foi cancelada pela Netflix), adaptam contos de Cecelia Ahern que flertam com metáforas e surrealismo, fazendo com que os conflitos das tramas sejam levados bem “ao pé da letra”.
E o elenco é estelar. Nicole Kidman, que também é produtora executiva, brilha em um dos episódios mais emocionantes da temporada, no qual interpreta uma mulher que come fotos antigas para lembrar os detalhes daqueles preciosos momentos. Issa Rae é uma mulher que desapareceu justamente em uma importante viagem a trabalho — ninguém consegue vê-la, mesmo que esteja ali clamando por atenção.
Merritt Wever vive uma jovem que passa a ter um relacionamento amoroso com um pato, enquanto Betty Gilpin se casa com um rico homem que literalmente a coloca em uma prateleira simplesmente para admirá-la.
Em um dos melhores episódios, Alison Brie é a responsável por decifrar os mistérios por trás de seu próprio assassinato. Meera Syal é uma esposa que acaba de completar 60 anos e deseja devolver o marido.
São situações que beiram o ridículo, mas todas possuem mensagens que se tornam potentes com o passar dos minutos. O próprio título, Rugido, é a representação da força dessas personagens quando estas se unem, enfrentam medos e traumas profundos ou quando apenas decidem priorizar suas próprias vontades.
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Publicado em VEJA São Paulo de 4 de maio de 2022, edição nº 2787