Nostálgico, 5º capítulo de ‘Indiana Jones’ traz reflexões sobre o tempo
Harrison Ford retorna ao papel do querido arqueólogo; Phoebe Waller-Bridge é ótima adição ao elenco
✪✪✪ Harrison Ford está de volta aos cinemas no papel do famoso arqueólogo em Indiana Jones e o Chamado do Destino, quinto filme do herói. 15 anos depois da aventura que deu sequência à clássica trilogia original (Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, de 2008), o longa tem a maior parte de sua ação localizada no final dos anos 60.
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O homem acaba de pousar na lua e o mundo está cada vez mais interessado em olhar para o futuro, enquanto o protagonista se vê às voltas com a aposentadoria e um divórcio traumático. É quando surge em sua vida Helena Shaw (Phoebe Waller-Bridge, da aclamada série Fleabag), a filha de um velho amigo que lhe pede ajuda para encontrar um objeto capaz de, segundo reza a lenda, tornar real a viagem no tempo.
Como era de se esperar, ela não é a única pessoa atrás da relíquia, perseguida também pela gangue do vilão Jürgen Voller (Mads Mikelsen, de Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore), cientista que esconde um passado ligado ao nazismo. Seguindo a tradição da franquia, o filme explora diferentes cenários numa trama que lembra um jogo de caça ao tesouro.
Prestes a completar 81 anos, Ford compreensivelmente já não tem o mesmo fôlego – apesar do efeito digital impressionante que o rejuvenesce durante o prólogo – e cabe a Waller-Bridge carregar boa parte dos rumos da história. A dinâmica entre os atores é satisfatória. Enquanto isso, os fãs mais antigos podem curtir o tom de nostalgia, mas é improvável que “Indy” conquiste seguidores entre a nova geração.
O Chamado do Destino funciona como capítulo final, porém só se o espectador tiver o mínimo de carinho pela figura que Ford representa.
Publicado em VEJA São Paulo de 5 de julho de 2023, edição nº 2848