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Filme e série dos Mamonas Assassinas prometem reviver impacto da banda

A breve e intensa trajetória do grupo de rock nacional será narrada em duas produções da Total Filmes

Por Barbara Demerov
7 abr 2023, 06h00
Filmagens de longa e série sobre os Mamonas Assassinas em parque
Filmagens de longa e série sobre os Mamonas Assassinas aconteceram de forma conjunta (EDU MORAES/Divulgação)
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Mesmo após 27 anos do trágico acidente de avião na Serra da Cantareira que tirou a vida de todos os integrantes dos Mamonas Assassinas, o legado da banda ainda reverbera nos dias atuais. Dinho, Júlio Rasec, Bento Hinoto, Samuel e Sérgio Reoli, criadores do grupo, atingiram uma fama meteórica em 1995, essa interrompida precocemente em março de 1996.

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Em breve, essa rápida e intensa trajetória será narrada na televisão e no cinema, em uma produção da Total Filmes. Ainda sem título oficial (uma das ideias é utilizar a frase “O Impossível Não Existe”), filme e série foram gravados simultaneamente até meados de março. Edson Spinello é o diretor e o roteiro foi escrito por Carlos Lombardi com colaboração de Carlos Amorim.

Além dos dois lançamentos — a produção de TV estreará na Record ainda neste ano, enquanto o longa está previsto para 2024 —, há planos de realizar uma “turnê” com os atores Ruy Brissac (Dinho), Beto Hinoto (Bento), Robson Lima (Júlio), Rhener Freitas (Sérgio) e Adriano Tunes (Samuel). A ideia é relembrar o efeito que os Mamonas tiveram em seu auge.

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Ruy Brissac (Dinho), Beto Hinoto (Bento), Robson Lima (Júlio), Rhener Freitas (Sérgio) e Adriano Tunes (Samuel) na frente da Brasília Amarela
Ruy Brissac (Dinho), Beto Hinoto (Bento), Robson Lima (Júlio), Rhener Freitas (Sérgio) e Adriano Tunes (Samuel) (Sylvio Novelli/Divulgação)

“Em alguns momentos, parecia que eram os meninos que estavam no set”, diz Walkiria Barbosa, produtora e fundadora da Total Filmes. Ela conta que a série e o longa são produtos diferentes, com algumas cenas em comum e outras que só estarão em um ou outro título. Walkiria aposta alto. “Será maior que Se Eu Fosse Você”, compara com um de seus maiores sucessos de bilheteria.

Seja atrás ou na frente das câmeras, esse projeto é composto por alguns familiares dos próprios músicos: Jorge Santana, CEO da marca Mamonas Assassinas e primo de Dinho, é um dos produtores, e Beto Hinoto, sobrinho de Bento, interpreta o próprio tio. As gravações foram realizadas, em sua grande maioria, em Guarulhos, berço da banda.

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Cena do show no Thomeuzão na produção sobre os Mamonas Assassinas
Cena do show no Thomeuzão na produção sobre os Mamonas Assassinas (Cauê Montagner/Divulgação)

“Durante as filmagens externas, as pessoas não reclamavam quando tínhamos de fechar as ruas e parar o trânsito. Elas queriam participar. Era muito louco de ver. Paravam tudo para assistir aos mesmos takes de cenas, mesmo se eles demorassem horas”, diz Santana. O próprio prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric Costa, conhecido como Guti, chegou a visitar o set e auxiliou na produção na cidade. “A prefeitura abraçou a ideia. Guti aparecia lá não como um político, mas como fã”, completa.

Para o jovem elenco, a chance de encarnar os Mamonas de um jeito leve e divertido é uma grande responsabilidade. “Vamos mostrá-los como jovens atrás de um sonho. É potente para nós, como artistas, viver esses caras que só queriam levar alegria”, reflete Lima, que será o tecladista Júlio. As produções não abordarão o acidente aéreo, mas, sim, a ascensão e a breve carreira do grupo.

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Ruy Brissac, o Dinho, no palco, ao lado de produtor e diretor
Ruy Brissac, o Dinho, no palco (Cauê Montagner/Divulgação)

E uma das grandes cenas — que, inclusive, encerrou as filmagens — certamente será a do show no Thomeuzão, ginásio em Guarulhos que recebeu os Mamonas para a famosa apresentação em janeiro de 1996. “O retorno e a animação do pessoal da figuração nos ajudou muito em passagens como essa. A gente sentia a energia de show mesmo”, conta Hinoto.

Walkiria e Santana apontam que muitas memórias afetivas estarão em destaque. Não só a Brasília amarela original, cedida pela família de Dinho, está presente: instrumentos de cada membro, objetos e até equipamentos de som compõem os cenários. “Nós realmente produzimos shows, o que foi desafiador. Usamos materiais da época”, diz Walkiria.

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Uma das pessoas que se prontificaram a auxiliar na parte material, para uso em cena, foi Beto Guerreiro, vocalista da banda cover oficial dos Mamonas Assassinas. Fã declarado, ele criou a Mamonas Diet Music em 1995, quando os jovens ainda estavam em atividade. “Cresci na Vila Matilde e, há 23 anos, fui morar em Guarulhos. Até posso dizer que foi coincidência, mas eu queria estar perto da origem deles”, conta. Entre seus itens, já estiveram em suas mãos a guitarra original de Bento e o contrabaixo de Samuel. Para a produção, emprestou uma bandeira original utilizada em shows, além de roupas e chapéus que foram preservados.

A equipe defende que o projeto realçará o impacto dos Mamonas Assassinas e apresentará a banda para as novas gerações. “O Brasil ainda não entendeu quem foram os Mamonas. A gente não pode só olhar para fora e esquecer o que temos de precioso aqui dentro”, conclui Tunes, ator que interpreta Samuel.

Publicado em VEJA São Paulo de 12 de abril de 2023, edição nº 2836

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