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Filmes e Séries - Por Barbara Demerov

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Eutanásia e relação entre pai e filha compõem o tocante Está Tudo Bem

Longa francês dirigido por François Ozon integrou programação do Festival de Cannes de 2021 e está em cartaz nos cinemas

Por Barbara Demerov
3 jun 2022, 06h00
Imagem mostra mulher beijando testa de homem idoso
Está Tudo Bem: pai de protagonista deseja se submeter à eutanásia. (Crédito/Divulgação)
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✪✪✪ A relação entre pai e filha é a principal característica de Está Tudo Bem, novo filme de François Ozon (Graças a Deus) que está em cartaz nos cinemas. É uma boa opção para quem busca assistir a uma obra mais autoral, que sai do padrão de Hollywood e traz reflexões intimistas.

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O título integrou a programação do Festival de Cannes 2021 e retrata um momento, no mínimo, complicado para uma família francesa. Na trama, Emmanuèle (Sophie Marceau), romancista realizada tanto na sua vida privada como na profissional, vai ao hospital onde seu pai, André (André Dussollier), acaba de sofrer um grave AVC.

Diante de sequelas aparentes e um claro incômodo com a internação e o ambiente hospitalar, eis que surge um pedido inesperado: André gostaria que sua filha o ajudasse a morrer de forma pacífica. Com o apoio de sua irmã, Emmanuèle terá de escolher: ou aceita a vontade de seu pai e vai atrás de uma eutanásia ou o convence a mudar de ideia.

De forma intimista, o cineasta (que sempre demonstra talento para comandar narrativas dramáticas e emocionantes) acompanha a dupla em momentos corriqueiros, ao longo da pequena recuperação do homem.

Mas, apesar de a premissa parecer extremamente angustiante, Está Tudo Bem possui diversas cenas repletas de humor — especialmente porque André está sempre fazendo piadas. Isso confunde ainda mais a filha, que não quer se despedir do pai diante de um ato que, na sua opinião, é precipitado e precisa ser considerado com calma. Além disso, o filme expõe as dificuldades de realizar a morte assistida na França.

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Publicado em VEJA São Paulo de 8 de junho de 2022, edição nº 2792

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